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"Pa Negre", retrato da homofobia de uma época, vencedor dos Goya. E ainda "O Mar" e "Contracorriente" (vídeos) (actualizada)

O filme “Pa Negre” (“Pan Negro”, 2010) de Agustí Villaronga foi o grande vencedor dos Prémios Goya deste ano (prémios de cinema atribuídos pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Espanha). Este pequeno filme catalão ganhou 9 prémios em 14 nomeações, incluindo o de Melhor Filme, vencendo o favorito “Balada Trite de Trombeta” (2010) de Álex de la Iglesia que concorria em 15 prémios e só levou 2 para casa. “Pa Negre” esteve presente também no Festival Internacional de Cinema de San Sebastián onde conquistou o prémio Concha de Prata para Melhor Actriz, Nora Navas que também arrebatou o Goya para Melhor Actriz Principal.

Nos anos difíceis do pós-Guerra Civil da Catalunha rural, Andreu, uma criança votada ao abandono social, encontra na floresta os corpos de um homem e do seu filho. As autoridades querem acusar o seu pai, mas ele, para ajudá-lo, tenta descobrir quem são os verdadeiros responsáveis. Nesta investigação Andreu desenvolve uma consciência moral frente a um mundo de adultos alimentados por mentiras. Para sobreviver trai as suas próprias raízes e acaba por descobrir o monstro que vive em si.

Pa Negre foi o único dos quatro finalistas para o prémio de melhor filme com uma certa bagagem LGBT (entre muitas outras nuances). E a homofobia terrível da época vai marcar o destino dos personagens de forma muito mais intensa do que subtilmente se intui no início... Esperemos que o filme possa estrear em Portugal o mais breve possível e na versão original, em catalão, e não dobrado em castelhano.

 

Este é finalmente o reconhecimento máximo por parte dos espanhóis ao realizador Agustí Villaronga. Um dos realizadores espanhóis que de uma forma mais pessoal se aproximou mais da homossexualidade no cinema. Um dos seus últimos filmes “El Mar” (“O Mar”, 2000) foi apresentado no Festival de Cinema de Berlim com algum sucesso. O filme que foi exibido em Portugal, conta a história de dois rapazes (Manuel e Ramallo) e uma rapariga (Francisca) que no início da Guerra Civil espanhola em Mallorca têm o seu primeiro encontro com a crueldade da guerra. Dez anos depois, quando Manuel e Ramallo se reencontram num sanatório depois de contraírem tuberculose, a agora Sóror Francisca cuida de ambos. Ramallo é um ladrão, Manuel um religioso fanático. A sua fé religiosa entra em crise, quando descobre que os sentimentos que nutre pelo amigo vão para além da mera amizade. O filme está disponível para venda no mercado nacional.

 

Contracorriente” (2009, Colombia) de Javier Fuentes León, vencedor em 2010 do Prémio do Público no Festival de Cinema de Sundance, esteve também presente nestes Prémios Goya, mas apenas como nomeado, na categoria de Melhor Filme Hispano-americano. Este filme conta-nos uma invulgar história de fantasmas e medos no litoral peruano, um pescador casado esforça-se por conciliar a sua devoção à mulher grávida, com o amor proibido ao seu amante, numa cidade cheia de tradições rígidas e austeras.

 

 

  

 

 

Luís Veríssimo

 

Actualizada a 15 de Setembro:

 

Contracorriente passa no Queer Lisboa 15, sexta-feira, 23 de Setembro, às 22h00, Sala 1.

 

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