Em entrevista a Larry King, na CNN, Laura Bush, esposa do ex-presidente dos EUA, George W. Bush, falava sobre o seu mais recente livro quando revelou que discordava da posição do então presidente sobre o acesso ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Laura Bush afirma que pediu ao marido para não trazer à campanha eleitoral de 2004 o tema do casamento, porque "ambos tinham amigos íntimos homossexuais ou com filhos gays e lésbicas". A ex-primeira dama acrescenta que "quando um casal está comprometido é merecedor dos mesmos direitos”. Questionada, pelo apresentador de um dos programas mais vistos na América, sobre se aceitaria o casamento entre pessoas do mesmo sexo respondeu que "podia aceitá-lo" e que julga trata-se de uma questão geracional que acabará por se tornar uma realidade. Durante o seu mandato, George W. Bush fez saber que pretendia rever a Constituição no sentido de proibir o casamento entre pessoas do mesmo sexo, revisão que acabou por não acontecer.
No próximo dia 20 de Maio no El Corte Inglés em Lisboa será lançado pela Sextante Editora o livro “Homossexuais no Estado Novo”, da autoria de São José Almeida.
Resultado de uma profunda investigação, a obra conta com inúmeros depoimentos, tratando-se da primeira tentativa de abordagem da realidade dos homossexuais em Portugal durante quase todo o século XX: desde a Primeira República até 1982, quando a homossexualidade deixa de ser crime. O livro procura ainda descrever o que era ser homossexual em Portugal, viver numa condição estigmatizada e estigmatizante, sem identidade e com afectividades e sexualidades quase sempre clandestinas.
A jornalista São José Almeida foi recentemente galardoada pela Comissão Europeia com o primeiro prémio no concurso para Portugal "Pela Diversidade: Contra a Discriminação" pelo trabalho " O Estado Novo dizia que não havia homossexuais, mas perseguia-os", publicado em 2009 no "Público".
O lançamento em Coimbra ocorre a 8 de Junho na livraria Almedina e no Porto a 16 de Junho no Clube Literário. Todas as sessões ocorrem às 18h30 e contam com a presença de activistas dos Direitos Humanos.