A Marcha do Orgulho LGBT de Lisboa terminou na praça do Martim Moniz. Na praça, empunhando bandeiras do arco-íris aglomeram-se milhares de participantes para ouvir os discursos dos vários organizadores da marcha. Pela primeira vez houve interpretação de todos os discursos em língua gestual portuguesa, numa marcha marcada pela presença de crianças, jovens, adultos e seniores, integrando vários modelos de família. Ficam aqui algumas das palavras mais fortes do fim da tarde de Sábado.
“Não pode continuar a haver sequer uma pessoa trans sem documentos para viver.” “Calar não! Os nossos filhos querem direitos agora! Queremos mais! Calar é morte! Acção é igual a vida!” (Sérgio Vitorino, Panteras Rosa)
“Estamos aqui porque em 1969 a malta decidiu dizer que não a uma rusga policial” (representante do SOS Racismo)
Estamos presentes “para mostrar que é possível desempenhar as funções sem qualquer receio mesmo num meio hostil como é a comunidade policial”, referiu Belmiro Pimentel, do grupo IXY do Sindicato Unificado da Polícia
“A transexualidade tem de deixar de ser doença” (Vasco Freire, Médicos pela Escolha)
“Ainda há muito a fazer. Continuaremos a denunciar as agressões e os insultos” (Mário Dinis, não te prives)
“Sete países punem a homossexualidade com a pena de morte” (Manuel Magalhães, coordenador do Núcleo LGBT da Amnistia Internacional)
Para Daniel Cardoso, Poli Portugal, o poliamor “reclama o direito à não obrigação da escolha entre apenas uma ou outra pessoa para amar”. “As pessoas não têm de ser obrigadas a escolher”, acrescentou.
“Não temos apenas orgulho uma vez no ano, temos orgulho 365 dias por ano. Esta é uma luta de todos” (João Valério, rede ex aequo)
“Há vários anos que a UMAR participa na marcha para dar visibilidade ao género. Somos mais do que modelos representativos de mulheres ou homens”, disse a representante da UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta, que acrescentou “é necessário desconstruir o binarismo de género.”
“A cada ano que passa a marcha é maior. A cada ano que passa mais pessoas e mais associações de juntam à marcha”, representante da APF
“Os nossos filhos não estão nos armários.” “Os armários servem para guardar roupa!” (Margarida Faria, AMPLOS)
“Foi a melhor marcha de sempre!” “Agora todas e todos podemos escolher a figura jurídica que desejamos para proteger as nossas relações. ” “Parabéns! Parabéns! Parabéns!” (Sara Martinho, ILGA Portugal)
Fotos: Horta do Rosário
Mais fotografias da Marcha do Orgulho LGBT de Lisboa 2010 aqui.
Jornal de Notícias - Maior marcha de gays e lésbicas de sempreE uma marcha saiu do armário. Assim se poderia traduzir a 11ª Marcha do Orgulho LGBT, ontem, sábado, em Lisboa, que conseguiu mobilizar mais de cinco mil pessoas. A 11ª Marcha do Orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros), mais participada que em 2009, percorreu algumas ruas da Baixa lisboeta, com milhares de pessoas a pedir o direito de todos seguirem as suas opções sexuais, sem discriminação...
Agência LUSA / Jornal I - Gay parade em Lisboa juntou mais de cinco mil pessoas A 11ª Marcha do Orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros), mais participada que em 2009, percorreu algumas ruas da Baixa lisboeta, com milhares de pessoas a pedir o direito de todos seguirem as suas opções sexuais, sem discriminação...
Eram só dois, diga-se de passagem. Mas também se refira que Belmiro Pimentel, dirigente do grupo IXY do Sindicato Unificado da Polícia, foi o activista mais aplaudido, após um discurso emocionado no palanque improvisado no Martim Moniz, em Lisboa, no final da Marcha do Orgulho LGBT.
“Estou aqui para vos transmitir que é possível viver e desempenhar as nossas funções de policiais sem qualquer receio, mesmo que num meio aparentemente hostil, como é a comunidade policial”, disse o agente da PSP do Porto, de 34 anos, líder daquele grupo de polícias homossexuais, que se formou após uma reportagem do JN, em Abril de 2009...
Entre os que desfilavam viam-se trajes de damas antigas, mas também alguns jovens de "andas" modernas, de metal e já não de madeira. Uma bandeira enorme com as cores do movimento era levada por vários participantes que a baixavam até ao chão, voltando a levantá-la a uma palavra de um deles.
[...] Para o deputado do Bloco de Esquerda Heitor Sousa, presente na iniciativa, a Marcha deste ano "vai ter um sabor especial porque assenta numa vitória, [o que é] mobilizador para dar mais alento para conquistar novos direitos e a plena igualdade" em várias questões, como a adopção ou a mudança de género ser facilitada de modo a seguir uma prática já possível em vários países da Europa.
O deputado deu o exemplo de uma "situação absurda", que é a possibilidade de existirem pessoas a viver numa união homossexual, mas a adopção ter de ser com base numa opção individual.
Agência LUSA / MSN Notícias [...] Paula Henriques, uma das participantes, frisou que estas marchas "têm sempre uma atitude positiva" e lamentou que "algumas pessoas que assumem em determinados momentos" não marcassem presença. "Em Portugal continua a existir homofobia", acrescentou. [...]