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Love Pride é no dia 3 no Porto

Chama-se Love Pride e é a festa marcada para sábado, 3 de Julho, no Teatro Sá da Bandeira no Porto, que quer comemorar a universalidade do direito à felicidade. A música vai estar a cargo dos DJs Nuno Bessa, Petty, Carol Fairy e da cabeça de cartaz Solange F.. Haverá ainda tempo para a eleição da Miss Transsex que, segundo a organização, é “outra forma de lutar contra os estereótipos e desmistificar tabus. Este concurso terá presente representantes de diversos países, na linha dos concursos anteriores já efectuados no Porto”. O Love Pride “pretende contribuir para a renovação da noite do Porto e que pretende ser, para além de um momento de convívio e de diversão de alcance internacional, uma forma de lutar contra a discriminação e de renovação das mentalidades”. A festa é organizada pelo bar Pride e pela CASA (Centro Avançado de Sexualidades e Afectos). O dezanove tem quatro convites para oferecer para a Love Pride. Participa aqui

Ele já era o mais sexy da Galiza, agora despe-se para a Espanha toda

Jesús Vázquez, conhecido apresentador de televisão do outro lado da fronteira e uma das primeiras figuras públicas a assumir a sua homossexualidade em Espanha, posou para a revista Interviú.

A revista saiu para as bancas no dia em se assinalou o dia do Orgulho Gay, em memória dos confrontos de Stonewall ocorridos há precisamente 41 anos. Nesta sessão fotográfica Vázquez encarna personagens cinematográficas que vão de Batman até ao protagonista do filme X-Men, Hugh Jackman.

Jesús Vázquez é o primeiro homem a posar para a revista Interviú. O apresentador galego, afirmou que todo o cachet angariado com a sessão se destina ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, de que é embaixador. "A ideia é construir uma escola" entre a Somália e o Quénia, disse em declarações à estação Tele5, onde trabalha. Vázquez, que já tinha sido eleito o galego mais sexy, garante que chegou ao resultado das fotos apenas a comer alface e carne de frango grelhada.

Arraial Pride: Uma surpresa chamada Plastic Poney (vídeo)

Uma das actuações que mais surpreendeu quem estava no Arraial Pride foi a do Plastic Poney. Às 20h30 os sons electro e do electro-pop invadiram o Terreiro do Paço, com uma atitude em palco rara entre entre artistas nacionais. Plastic Poney lançou no ano passado o primeiro single intitulado Enormous. É já considerado por muitos como um novo ícone gay português, escreve as suas próprias letras que são sempre bastante provocadoras e nunca dispensa referências explícitas à sua sexualidade. O dezanove falou com o colectivo no fim da actuação.

                                     

As Duas Mulheres de João Mário Grilo

O filme Duas Mulheres (2009) de João Mário Grilo estreou timidamente em quatro salas de Lisboa na quinta-feira passada. Este filme marca o regresso do cineasta à realização de longas-metragens de ficção depois de um longo período no documentário. Exibido em antestreia em Novembro passado no Estoril Film Festival, o realizador inicia com este filme uma trilogia sobre a condição humana.

Joana (Beatriz Batarda) e Paulo (Virgílio Castelo) são um casal aparentemente feliz, com estabilidade financeira e sem problemas de maior. Ela é psiquiatra, ele tem um cargo de topo numa multinacional. Num dia que parecia igual a todos os outros, Joana conhece Mónica (Débora Monteiro) que, com a sua beleza e juventude, vem representar tudo o que foi no passado e o que poderia ter sido caso tivesse tido a coragem necessária. Entre elas nasce uma atracção física incontrolável que ultrapassa os limites e que as conduzirá, inevitavelmente, à tragédia.

O que pode acontecer a duas mulheres que estão presas ao seu pequeno universo? Esta é uma das perguntas que o argumento e a realização tentam responder. Joana, a médica, a sensata, está submersa na aparência mordaz e atroz da sua vida perfeita de esposa de empresário rico. Mónica, a modelo, a tresloucada, é call girl porque gosta, vivendo como uma zombie que deambula nas ruas ou na passerelle, à procura do risco. São estas duas mulheres que um dia se encontram nas urgências dum hospital, a primeira assiste a segunda, que supostamente necessita de ajuda. A atracção física, sexual, é imediata. A médica é atraída pelo fascínio da juventude. A modelo é atraída pelo fascínio do poder. Afinal, o que as aproxima é a fragilidade que partilham, em comum, de um passado talvez em tudo semelhante. A este joguete junta-se o marido de Joana, Paulo, o empresário, o imperador que tudo quer, pode e manda. As aparências têm que se manter a todo o custo, apesar do distanciamento que existe entre si e a sua esposa, que não é mais do que uma call girl exclusiva.

O filme é assim frio e cru. Apercebemo-nos disso logo no fabuloso início, com as imagens de videovigilância a preto e branco de uma auto-estrada e da música a fazer lembrar um thriller psicótico. Mas o realizador não quis que o filme fosse esse thriller. Com uma crueza e um realismo soberbo, João Mário Grilo quis apenas dar-nos a sua visão da condição humana através da perspectiva da ruptura emocional de duas mulheres. Por isso o filme nunca chega a ser belo, nem mesmo o romance homo-erótico. Tudo é mostrado através da câmara sem filtro. Aliás esta dureza nesta realização é, em si, o filtro nas imagens que chegam aos nossos olhos. O romance entre as duas mulheres é retratado, sem moralismos, sem preconceitos. O que importa aqui, é conhecermos a vida vazia destas personagens. E que, afinal de contas, nada muda. Nem mesmo alguns anos depois, o casal continua aparentemente feliz na sua moradia e na sua condição social aceitável. Sendo este o melhor final que o filme poderia ter.

O filme encontra-se actualmente em exibição em Lisboa, no Porto e em Coimbra.

Veredicto: 3 estrelas em 5

Luís Veríssimo