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Quem vai estar no Arraial Pride?

Na 14ª edição do Arraial Pride, agendado para este sábado, será possível encontrar mais de 20 tendas que preenchem o recinto e definem o espaço destinado ao público. Estão também previstos cerca de 25 bares, restaurantes e esplanadas.

O Arraial conta, além disso, com a presença de várias associações da sociedade civil, como a rede ex aequo, Queer Lisboa (responsável pelo festival de cinema Queer), AMPLOS (associação de mães e pais com filhos homossexuais), a organização da Marcha do Porto, Animais de Rua, Abraço, APF (Associação para o Planeamento da Família) ou o colectivo desportivo Boys Just Wanna Have Fun. Na zona do Welcome Center, patrocinado pela bebida Absolut, estarão representantes de grupos a que a a ILGA Portugal dá apoio, como o CoLegas (grupo coral), serviço de aconselhamento psicológico, serviço de apoio jurídico, grupo de aulas de tango livre, brigada do preservativo, entre outros.

As novidades não ficam por aqui. Pela primeira vez, o Arraial conta com um patrocinador, a Lufthansa, que vai dar nome ao palco principal onde vão decorrer os concertos e actuações. “Este patrocínio integra-se numa campanha lançada no passado mês de Maio. Uma antecedência de seis meses na compra de voos Lufthansa para destinos europeus vai significar preços low-cost, mas permite o usufruto dos serviços tradicionais de terra e a bordo”, disse ao dezanove Raquel Rio Tinto, directora de marketing da Lufthansa em Portugal. “O Arraial Pride é um evento que, acima de tudo, eleva o conceito da Igualdade, um valor bem vincado no espírito corporativo da Lufthansa. Os estudos demonstram que o público homossexual está entre os principais compradores de viagens, pelo que faz todo o sentido a Lufthansa estar junto de quem gosta de viajar com qualidade”, completa a mesma responsável.

A TQ Eventos e os consultores de viagens Colour Travel, e instituições como a embaixada dos Países Baixos, também

se associam ao arraial lisboeta. Alexandra Henriques, event planner, da TQ Eventos explica o que a empresa vai fazer ao Arraial: “A TQ pretende, através da presença no arraial, chegar ao mercado LGBT, a nível da organização de eventos (festas privadas, casamentos,

 

 

etc.) oferecendo um serviço personalizado. Como a TQ pertence a um grupo que também engloba agências de viagens, podemos oferecer um serviço mais completo que englobe também a lua de mel. Para além dos pacotes de viagens regulares, temos também para venda pacotes da Attitude Travels, nomeadamente os cruzeiros gay.” A empresa vai ter animação no próprio Arraial e promete um passatempo onde serão oferecidos bilhetes de avião para Marraqueche.

 Outra empresa da área do turismo presente será a Colour Travel, que se apresenta como consultora de viagens LGBT. Esta parece ser uma boa altura para as empresas do sector fazerem negócios junto do público LGBT. Como referia ao dezanove um responsável da Colour Travel, “após a aprovação do casamento, sentiu-se uma ligeira subida no pedido de quotações, obviamente ligada, a programas de lua de mel”.

 

 

 

 

IKEA: Afinal havia outro, mas não é preciso agradecer (a sério!)

 

O anúncio criado para a nova loja do IKEA em Loures tem estado a passar nos canais de televisão e causar, no mínimo, um esboço de sorriso a quem o vê. Este anúncio apresenta-se no seguimento da campanha Low Prices a par do filme Cheerleaders, o outro anúncio criado pela agência portuguesa TBWA. Também neste anúncio os seis rapazes agradecem de forma suis generis a abertura da terceira loja da cadeira sueca no nosso país.

Intitulado "Strip", o anúncio foi realizado por Pablo Fusco, editado por Bruno Calado da produtora SYNC Audiovisuais.

 

 

                    

As novidades do Arraial Pride

Este sábado, dia 26 de Junho,  o Arraial Pride - a festa para todos os gays, lésbicas, bissexuais, transgéneros e hetero friendly regressa à praça mais emblemática da capital: o Terreiro do Paço. Depois de ter passado pela zona de Belém em 2009, a edição de 2010 organizada pela associação ILGA Portugal volta a apostar em alguns factores diferenciadores: a duração (o evento inicia-se às 14 horas e decorre até de madrugada), o Arraialito (um espaço de entretenimento dedicado aos mais novos, reforçando o conceito que esta é uma festa para todas as famílias) e os Queer Games (jogos variados para todos e com humor q.b., citamos apenas dois: Maratona das Nazarenas com arremesso da canasta e o Duelo de Manicures) e o que se designa por Gay Village, o espaço onde habitualmente se encontram as tendas dos parceiros do evento desde as empresas e bares até aos patrocinadores. Neste local será ainda possível jogar matraquilhos ou dançar no pátio da mariquinhas. A diversão é garantida.

No entanto, existem várias novidades que não esquecem a agenda política. Um dos momentos mais aguardados desta 14ª edição, e em consonância com a recente aprovação da lei do casamento, é o concurso Noiv@s do Arraial. A organização procura casais que queiram oficializar a sua relação. Segundo disse a organização ao dezanove,  "vários casais já se encontram inscritos". Pretende-se que a meio do arraial o/a noivo/a surpreenda a sua cara metade com uma declaração de amor. Os melhores ganham um casamento. É isso mesmo, um casamento com tudo incluído: copo de água, lua de mel nas ilhas gregas (Mykonos para os meninos e Lesbos para as meninas) e as despesas do notário ficam por conta da organização. As pré-inscrições decorrem no Centro LGBT em Lisboa. Além disso, como o dezanove tinha já avançado, haverá vários momentos musicais ao longo do dia.

Passatempos para todos

Os apreciadores de viagens e fãs de música têm razões para passar pelo site do evento e concorrer. O patrocinador principal do evento, a Lufthansa em parceria com a MTV oferecem duas viagens duplas para a Europa.

Speed Dating. É o que a Leswork, uma rede social na internet, pretende estabelecer entre os participantes do arraial. As entrevistas e  inscrições decorrer durante a tarde e haverá várias rondas. Love is in the air.

O evento LGBT mais participado de Portugal, é segundo a organização "uma iniciativa aberta a todos, no coração de uma Lisboa sem preconceitos que sabe integrar e respeitar todas as pessoas, reconhecendo os seus direitos e a sua cidadania plena. [O Arraial Pride] Constitui um momento de visibilidade pública e mediática anual que visa, de uma forma essencialmente lúdica, incentivar a visibilidade das pessoas LGBT; promover a integração das LGBT na comunidade em geral; e alertar para a necessidade urgente de combater todas as formas de discriminação, nomeadamente em função da orientação sexual e da identidade de género."

O Arraial Pride integra as Festas de Lisboa e conta com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e da EGEAC. O presidente da Câmara, António Costa, esteve presente na edição transacta.

A entrada é gratuita. Mais informações no site oficial e no blogue.

 

                         

Marcha Lisboa: Como tudo acabou no Martim Moniz

A Marcha do Orgulho LGBT de Lisboa terminou na praça do Martim Moniz. Na praça, empunhando bandeiras do arco-íris aglomeram-se milhares de participantes para ouvir os discursos dos vários organizadores da marcha. Pela primeira vez houve interpretação de todos os discursos em língua gestual portuguesa, numa marcha marcada pela presença de crianças, jovens, adultos e seniores, integrando vários modelos de família. Ficam aqui algumas das palavras mais fortes do fim da tarde de Sábado.

 “Não pode continuar a haver sequer uma pessoa trans sem documentos para viver.”  “Calar não! Os nossos filhos querem direitos agora! Queremos mais! Calar é morte! Acção é igual a vida!”  (Sérgio Vitorino, Panteras Rosa)

 “Estamos aqui porque em 1969 a malta decidiu dizer que não a uma rusga policial” (representante do SOS Racismo)

 

 

Estamos presentes “para mostrar que é possível desempenhar as funções sem qualquer receio mesmo num meio hostil como é a comunidade policial”, referiu Belmiro Pimentel, do grupo IXY do Sindicato Unificado da Polícia

 

 

“A transexualidade tem de deixar de ser doença” (Vasco Freire, Médicos pela Escolha)

 

“Ainda há muito a fazer. Continuaremos a denunciar as agressões e os insultos” (Mário Dinis, não te prives)

 

 

“Sete países punem a homossexualidade com a pena de morte” (Manuel Magalhães, coordenador do Núcleo LGBT da Amnistia Internacional) 

 

  

Para Daniel Cardoso, Poli Portugal, o poliamor “reclama o direito à não obrigação da escolha entre apenas uma ou outra pessoa para amar”. “As pessoas não têm de ser obrigadas a escolher”, acrescentou.

 

 

        

 “Não temos apenas orgulho uma vez no ano, temos orgulho 365 dias por ano. Esta é uma luta de todos” (João Valério, rede ex aequo)

 

              

“Há vários anos que a UMAR participa na marcha para dar visibilidade ao género. Somos mais do que modelos representativos de mulheres ou homens”, disse a representante da UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta, que acrescentou “é necessário desconstruir o binarismo de género.”

 

   “A cada ano que passa a marcha é maior. A cada ano que passa mais pessoas e mais associações de juntam à marcha”, representante da APF

 

“Os nossos filhos não estão nos armários.” “Os armários servem para guardar roupa!” (Margarida Faria, AMPLOS)   

  “Foi a melhor marcha de sempre!”  “Agora todas e todos podemos escolher a figura jurídica que desejamos para proteger as nossas relações. ” “Parabéns! Parabéns! Parabéns!” (Sara Martinho, ILGA Portugal)

 

Fotos: Horta do Rosário

Mais fotografias da Marcha do Orgulho LGBT de Lisboa 2010 aqui.

Marcha Lisboa: Os principais destaques da imprensa

   

            

                           

via SIC

Jornal de Notícias - Maior marcha de gays e lésbicas de sempreE uma marcha saiu do armário. Assim se poderia traduzir a 11ª Marcha do Orgulho LGBT, ontem, sábado, em Lisboa, que conseguiu mobilizar mais de cinco mil pessoas.
A 11ª Marcha do Orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros), mais participada que em 2009, percorreu algumas ruas da Baixa lisboeta, com milhares de pessoas a pedir o direito de todos seguirem as suas opções sexuais, sem discriminação...

Agência LUSA / Jornal I - Gay parade em Lisboa juntou mais de cinco mil pessoas
A 11ª Marcha do Orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros), mais participada que em 2009, percorreu algumas ruas da Baixa lisboeta, com milhares de pessoas a pedir o direito de todos seguirem as suas opções sexuais, sem discriminação...

Agência LUSA / Diário IOL - Parada gay: número de participantes aumenta para o dobro
Agência LUSA / TVI 24 - Parada gay: número de participantes aumenta para o dobro
Bom Dia Lu - Portal da Comunidade Portuguesa no Luxemburgo
"Se o recente casamento gay se festejou, a parentalidade foi uma das exigências que mais se fizeram ouvir."
“Os portugueses estão de parabéns, porque não só conseguiram o casamento gay, mas também porque têm uma marcha muito mais organizada e calma”, referiu. Porquê mais calma? “É que na Alemanha é tudo festivaleiro e perdeu-se a ideia da luta pelos direitos. Aqui não”, respondeu aquele psicoterapeuta alemão, de 45 anos, acompanhado pelo namorado português" ...

Jornal de Notícias - Homossexuais da PSP poucos mas dos bem mais recebidos

Eram só dois, diga-se de passagem. Mas também se refira que Belmiro Pimentel, dirigente do grupo IXY do Sindicato Unificado da Polícia, foi o activista mais aplaudido, após um discurso emocionado no palanque improvisado no Martim Moniz, em Lisboa, no final da Marcha do Orgulho LGBT.



“Estou aqui para vos transmitir que é possível viver e desempenhar as nossas funções de policiais sem qualquer receio, mesmo que num meio aparentemente hostil, como é a comunidade policial”, disse o agente da PSP do Porto, de 34 anos, líder daquele grupo de polícias homossexuais, que se formou após uma reportagem do JN, em Abril de 2009...


Agência LUSA / Destak - Marcha chama a atenção para discriminação, com novo alento da aprovação de casamento
[...] O cortejo, com ponto de chegada marcado para o Martim Moniz, reunia participantes de várias idades, com bandeiras com as cores do "Orgulho Gay" e faixas com mensagens como "famílias: todas diferentes, todas iguais" ou "nem menos, nem mais, direitos iguais".

Entre os que desfilavam viam-se trajes de damas antigas, mas também alguns jovens de "andas" modernas, de metal e já não de madeira. Uma bandeira enorme com as cores do movimento era levada por vários participantes que a baixavam até ao chão, voltando a levantá-la a uma palavra de um deles.

[...] Para o deputado do Bloco de Esquerda Heitor Sousa, presente na iniciativa, a Marcha deste ano "vai ter um sabor especial porque assenta numa vitória, [o que é] mobilizador para dar mais alento para conquistar novos direitos e a plena igualdade" em várias questões, como a adopção ou a mudança de género ser facilitada de modo a seguir uma prática já possível em vários países da Europa.

O deputado deu o exemplo de uma "situação absurda", que é a possibilidade de existirem pessoas a viver numa união homossexual, mas a adopção ter de ser com base numa opção individual.

Agência LUSA / MSN Notícias
[...] Paula Henriques, uma das participantes, frisou que estas marchas "têm sempre uma atitude positiva" e lamentou que "algumas pessoas que assumem em determinados momentos" não marcassem presença. "Em Portugal continua a existir homofobia", acrescentou. [...]

                  via RTP

Agência LUSA / Expresso : Vídeo Marcha LGBT com novo alento
Mais fotografias da Marcha do Orgulho LGBT de Lisboa 2010 aqui.

Marcha do Orgulho LGBT de Lisboa foi a maior de sempre (vídeo)

Cinco mil pessoas participaram na Marcha do Orgulho LGBT 2010 de Lisboa, que decorreu hoje. Os números foram avançados pela agência Lusa que refere que na edição de 2009 estiveram presentes 2500 pessoas. No ano passado estiveram presentes 11 organizações, enquanto desta vez foram 18 as associações e colectivos representados: não te prives, núcleo LGBT da Amnistia Internacional, APF - Associação para o Planeamento da Família, Médicos pela Escolha, ILGA Portugal, Amplos – Associação de Pais e Mães pela Liberdade de Orientação Sexual, UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta, Associação Cultural Janela Indiscreta, rede ex aequo, ATTAC, Rumos Novos - Grupo Homossexual Católico, GAT, Grupo de Trabalho Identidade XY, Poli Portugal, Panteras Rosa, Sentidos e Sensações, Solidariedade Imigrante e SOS Racismo.

Mais fotografias da Marcha do Orgulho LGBT de Lisboa 2010 aqui.

    

 

 

 

Marcha Lisboa: "Não parecem nada homossexuais!"

Ao longo do percurso da Marcha do Orgulho LGBT de Lisboa, entre a Praça do Príncipe Real e o Martim Moniz, centenas de pessoas assistiam à passagem dos manifestantes.

Fernando Guimarães, 50 anos, indiferente à manifestação que passava na rua D. Pedro V, dizia ao dezanove que "na minha opinião pessoas assim têm todo o direito a existir”, mas ressalva "agora se isso corresponde à minha maneira de ser ou viver..."

Na mesma rua, Venla, finlandesa, assiste com um amigo à manifestação. Ambos estão de férias em Portugal. Ele tira fotos sucessivamente, enquanto Venla afirma que "esta marcha não é lá muito grande, podia ser bem maior". Questionada se as marchas na Finlândia tinham mais participantes, acaba por dizer que são do mesmo tamanho. Aliás, também na Finlândia, "apenas nas grandes cidades e na capital é que as pessoas aceitam com naturalidade a homossexualidade", comenta.

 

De seguida chegamos à fala com Ana Ferreira, 37 anos, colaboradora numa loja da mesma rua: "É a primeira vez que assisto. Foi uma grande surpresa. Acho bem e têm todo o meu apoio porque há espaço para todos. A finalidade é sermos felizes, não é?"

Já com vista para o miradouro de S. Pedro de Alcântara, o dezanove foi recolher a opinião de dois italianos, Michela e Vicenzo. "Soube da marcha há dois dias e decidi vir porque sou amiga dos homossexuais" informa Michela que é oriunda da Calábria. "Resolvi trazer o meu amigo gay italiano". Em resposta à caracterização da situação em Itália, Michela diz que "é bem pior. As pessoas não se podem casar com quem querem e existem casos de muita homofobia".

Na rua da Misericórdia, Maria na casa dos 75 anos assiste na soleira de uma porta com uma amiga à marcha: "Ainda não me tinha apercebido que eram homossexuais". É a manifestação reivindicativa dos direitos dos homossexuais, bissexuais e transgéneros, informou o repórter. "Ai é? Mas não parece nada, parecem-me pessoas iguais às outras". Instigamos a mais umas declarações, a que a entrevistada diz ser melhor não dizer mais nada, não vá o marido não achar muita piada. Mesmo assim diz: "Eu cá acho que cada um faz o que quer da sua vida. Felicidades e que corra tudo bem!", não sem antes afagar o braço do repórter.

Na Praça da Figueira, Patrícia e Ruben levam uma criança de quatro anos pela mão que acaba de assistir à marcha. "Problema ela ver a marcha? Não há problema nenhum" dizem sorridentes. E a marcha lá continuou para o Martim Moniz.

 

 

Mais fotografias da Marcha do Orgulho LGBT de Lisboa 2010 aqui.

Marcha Lisboa: As reacções de Vale de Almeida até Marcelo Rebelo de Sousa

O percurso entre o Príncipe Real e o Martim Moniz foi feito sob uma chuva multicolorida. O dezanove estava na rua e recolheu depoimentos de associações, colectivos, activistas e ainda... um comentário de  Marcelo Rebelo de Sousa.

 

Gonçalo Clemente Silva, Rainbow Rose Portugal

Gonçalo Clemente Silva apresenta o Rainbow Rose Portugal como "inserido numa rede europeia do PS europeu que promove todas as questões relacionadas com a promoção da igualdade no que respeita ao sexo, 'raça' ou origem étnica, religião ou crença, deficiência, idade, orientação sexual e identidade de género, de acordo com os artigos 10º e 19º do Tratado de Lisboa". Segundo o porta-voz, "faz todo o sentido a presença nesta marcha, já que esta é o ponto alto e mais visível de uma luta pelos Direitos Humanos e queremos por isso mostrar a nossa solidariedade, empenho e visibilidade."

 

Eduarda Ferreira, Revista LES online

À entrada do Largo do Chiado, Eduarda Ferreira com um renovado estado de ânimo afirma ao dezanove: "Em Portugal estamos a conseguir algo muito importante, já não há apenas associações LGBT na marcha". A activista corrobora o manifesto: "Ainda há muito mais a fazer, a questão da parentalidade é apenas uma delas" .

 

Carlos Gonçalves Costa, Comissão Organizadora da Marcha do Orgulho LGBT de Lisboa

Mesnier du Ponsard jamais iria adivinhar que o Elevador de Santa Justa iria ser uma localização tão estratégica para os activistas divulgarem as suas mensagens. Carlos Gonçalves Costa, diz que "a ideia de lançar papéis com mensagens simbólicas e coloridas desde o cimo do elevador surgiu há três anos para introduzir um elemento de animação a meio da marcha".

 

Miguel Vale de Almeida, activista e deputado independente eleito pelas listas do PS

Participante desde a primeira marcha realizada em Lisboa, o activista acha que "[a marcha] cresceu imenso, o que significa que muitas pessoas têm novas razões para fazer coming out. Uma das coisas que se conseguiu com a lei do casamento, foi fazer com que as pessoas se sintam bem em público". Para o primeiro deputado assumidamente homossexual na Assembleia da República, as três prioridades políticas neste momento são consagrar a parentalidade, a adopção e a co-adopção; a procriação medicamente assistida para lésbicas e mulheres solteiras e uma lei que reconheça a identidade de género". Segundo Vale de Almeida "há ainda outras prioridades não legislativas: o combate constante contra a homofobia e a promoção de valores de inclusão na sociedade. A dificuldade é articular as diferentes vontades, a pessoal, com a do grupo parlamentar e a do governo, porque os timings são diferentes".

 

Ana Cristina Santos, não te prives

Radicada no Reino Unido, a socióloga e dirigente da associação não te prives Ana Cristina Santos aproveitou uma escapadinha a Portugal para se juntar a "uma marcha bastante animada e com novos motivos de celebração e outros motivos para protesto, como o impedimento da procriação medicamente assistida ou a homoparentalidade. No fundo é preciso dar ênfase à questão da família bem como aos direitos adquiridos versus direitos por adquirir." A activista adiciona que "ainda há muito a fazer no âmbito da mudança sócio-cultural no país". E o que espera das mentalidades em Portugal quando a sua filha bebé, que hoje traz à marcha, atingir a maioridade? "Espero que a marcha seja apenas um momento de celebração e que a discriminação faça parte do passado. Mas sabemos que não vivemos num mundo ideal por isso é importante continuar a lutar", remata.

 

Margarida Faria, AMPLOS

Presente pela primeira vez na marcha, dada a criação em Outubro de 2009, Margarida Faria, porta-voz da associação de apoio aos pais e  mães de homossexuais, partilha com o dezanove que é "natural que aqui estejamos, é muito importante que os outros pais percebam que aqui estamos e existimos para quem precisar de apoio." Margarida, acompanhada de perto pela filha e pelo marido, diz-nos que "dado termos aparentemente uma sociedades mais aberta, nunca imaginei que houvesse tantos pais e mães de homossexuais que sofressem tanto. Muitos estão a dirigir-se à AMPLOS." De França, em Besançon, onde a representante da associação esteve recentemente, trouxe a mensagem de que existem 14 associações semelhantes à AMPLOS, pelo afirma "se torna cada vez mais necessário o nosso trabalho".

 

Paulo Côrte-Real, ILGA Portugal

O presidente da ILGA Portugal faz um balanço positivo da 11ª Marcha do Orgulho LGBT: "Foi a maior de sempre. Há um crescimento simbólico, sinónimo de uma maior mobilização pela igualdade" declara. Côrte-Real acrescenta que " ainda é preciso fazer muito nas questões da parentalidade, nomeadamente garantir que as crianças tenham igual protecção por parte de pessoas do mesmo sexo". Para o dirigente existem mais prioridades: a adopção, a procriação medicamente assistida e uma lei que reconheça a identidade de género. Por outro lado, "é importante garantir mais educação e a formação em vários sectores: saúde, segurança, justiça, entre outros. Entramos num novo estádio contra a discriminação" afirma ao dezanove Paulo Côrte Real.

 

João Pereira, Gabinete da Secretaria de Estado da Igualdade

"Estamos cá numa perspectiva de celebração porque este é um ano simbólico por causa da vitória que se conseguiu recentemente. No entanto, continuamos a passar uma mensagem ampla contra a discriminação de pessoas LGBT", declarou.

 

Marcelo Rebelo de Sousa

Retido pelo engarrafamento causado pelos manifestantes, Marcelo Rebelo de Sousa questionado sobre a importância desta marcha, afirma em declarações ao dezanove: "Em democracia todos são livres de ter as suas opiniões."

Na Praça do Martim Moniz, desde sempre pautada pela diversidade, empunhando bandeiras do arco-íris aglomeram-se milhares de participantes para ouvir os discursos dos vários organizadores da marcha. De assinalar pela primeira vez a interpretação de todos os discursos em língua gestual portuguesa numa marcha marcada pela presença de crianças, jovens, adultos e séniores integrando vários modelos de família.

 

Mais fotografias da Marcha do Orgulho LGBT de Lisboa 2010 aqui.

Mundial: Chama-se Bocanegra e é o mais interessante da equipa dos EUA (vídeo)

"Carlos Bocanegra I want my pink boca in your boca negra", diz Daniela Kosan no programa do E! Entertainment que elegeu os mais sexy no desporto. O capitão da selecção de futebol dos Estados Unidos foi considerado o sexto desportista mais atraente do mundo. No entanto, Carlos Bocanegra costuma ser apontado como o que de há de mais interessante em toda a selecção norte-americana que está a disputar o Mundial na África do Sul. Vale a pena ver o vídeo.

 

 

 

 

 

 

                   

12 razões para seguir o Mundial

O dezanove já tinha dado algumas pistas aqui e aqui e ainda aqui, no entanto resolvemos adaptar para a realidade nacional as razões apresentadas pela revista Advocate para acompanhar de perto o Mundial de Futebol da África do Sul:

 

1. Evidentemente, Cristiano Ronaldo.

Digno de um físico invejável, Ronaldo está por todo o lado. Considerado por muitos o melhor jogador do mundo, tem apenas 25 anos e ainda recentemente em entrevista ao jornal Público se mostrou favorável ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Segundo o craque “temos de respeitar as opções de cada um, porque, afinal de contas, todos os cidadãos devem ter direitos e deveres exactamente iguais”. Boa Ronaldo! Só falta começares a marcar pela selecção.

 

2. É muita testosterona internacional junta

Estimam-se 300 mil visitantes na África do Sul. Na maioria homens adeptos de futebol.

 

3. Porque há homens para todos os gostos

Entre as 32 equipas participantes há muitos desportistas por onde escolher.

 

4. Aqui todos/todas podem casar-se

A África do Sul não é apenas o primeiro país africano a receber um campeonato do mundo de futebol. É igualmente o primeiro país africano que permite e leva a dianteira no que diz respeito ao casamento entre as pessoas do mesmo sexo.

 

5. Porque não se vai ver e falar de outra coisa nos próximos dias

Mesmo que não se goste muito de futebol sempre é uma oportunidade de juntar os amigos lá em casa para confraternizar e apoiar a selecção das quinas.

 

6. Porque a Shakira é voz do Mundial

O hino Waka Waka facilmente entra no ouvido (e na retina) e deixa qualquer um bem disposto.

                 

 

7. O equipamento desportivo está na moda

A Umbro, a Puma e a Adidas esmeraram-se por produzir equipamento com os melhores materiais e bem justo. Mesmo a torcer por Portugal, os corpos dos jogadores da Costa do Marfim não passaram despercebidos a quem viu o jogo de estreia da nossa selecção. Ah, e quem não aprecia uma camisola da selecção italiana?

 

8. Sexo ou não?

Um dos assuntos mais falados nas grandes competições é sempre se os jogadores devem ou não ter relações sexuais antes dos jogos. A táctica da Argentina é não aplicar restrições. A selecção de Inglaterra será rigorosamente vigiada pelo treinador. Vamos esperar pelo fim para verificar os resultados.

 

9. Diversidade

Oito anos depois do Mundial se ter realizado na Ásia, a FIFA volta a apostar na diversidade ao preferir um país africano como anfitrião.

 

10. Kit do adepto

Há países como o Reino Unido que incluem no seu kit do adepto umas pestanas falsas para apoiar a selecção de Sua Majestade. Resta saber se as usam apenas durante os jogos...

 

11. A publicidade

Se não gosta mesmo de futebol, pelo menos os anúncios dos intervalos dos jogos são divertidos. Até o Homer Simpson aparece!

 

12. Homofóbicos? Não obrigado!

Nem todos os países qualificados para o Campeonato do Mundo são gay-friendly, mas pelo menos alguns dos mais homofóbicos ficaram de fora, por exemplo Indonésia, Malawi, Arábia Saudita, Irão, Emiratos Árabes, Uzbequistão, Qatar e Egipto.

Em Barcelona querem curar a homossexualidade

O governo regional catalão abriu uma investigação a uma clínica de Barcelona que se propõe “curar” a homossexualidade. Os responsáveis pela Policlínica Tibidabo estão a oferecer aos seus pacientes medicamentos e tratamentos psiquiátricos para que deixem de ser homossexuais. “Ninguém quer ser homossexual. Se com um comprimido se pudesse mudar a orientação sexual, 99 por cento dos homossexuais fá-lo-ia”, declarou ao El Periódico de Catalunya o psiquiatra Joaquín Muñoz, colaborador da clínica. Muñoz acredita que a homossexualidade é uma doença, prescrevendo medicamentos para diminuir o desejo sexual dos seus pacientes. Quem recorre aos seus serviços são, principalmente, jovens que não conseguem conciliar as suas crenças religiosas e a orientação sexual.

O governo regional pretende concluir a investigação dentro de um mês. Se se provar que o centro médico disponibiliza terapias para mudar a orientação sexual, será multado.”Não existe qualquer evidência científica que suporte que a homossexualidade deva ser tratada como uma doença. Existem é crenças pessoais”, reiterou Marina Geli, Secretária Regional da Saúde.

Como evitar gaffes em hotéis e restaurantes

Dois homens chegam a um hotel. O recepcionista deve oferecer um quarto com duas camas? Para dar resposta a esta questão, o São Paulo Convention & Visitors Bureau criou o curso de Atendimento GLS. E o que deve então fazer o recepcionista neste caso? Bem, o melhor é oferecer as opções de quarto disponíveis e não presumir imediatamente que se trata de dois heterossexuais. O curso existe desde 2007 e já teve mais de 800 formandos, principalmente das áreas hoteleiras e de restauração. Aqui ficam as principais dicas dadas no curso:

 

* Não presumir que uma pessoa é heterossexual só porque tem aparência “comum”

* Não exagerar na intimidade para se mostrar não preconceituoso;

* Nunca dizer "opção", "escolha" ou "preferência sexual". As pessoas têm "orientação sexual", não escolhem sua sexualidade;

* No caso dos transgéneros, tratar a pessoa pelo nome social e usar a etiqueta sexual do género com que a pessoa se apresenta;

* Perante casais de pessoas do mesmo sexo (em restaurantes e recepções), perguntar quem vai degustar o vinho; colocar a conta no meio da mesa ou entregar a quem pediu; nunca achar que duas mulheres estão à espera de uma companhia masculina; puxar a cadeira para as duas mulheres;

* Nos restaurantes ou hotéis, os beijos e demonstrações de afecto devem ser permitidos ou proibidos para todos;

* Quando heterossexuais homofóbicos reclamam, mencionar a legislação contrária à homofobia ou explicar que a postura do estabelecimento é de respeito à diversidade.

Fonte: Curso Bem Receber - Módulo GLS, da São Paulo Travel & Visitors Bureau

Joaquim Monchique, uma mãe a respeitar

Depois de ter interpretado a extravagante Pilita nos programas de Herman José e ter protagonizado o monólogo mais visto da história do teatro português, em Paranormal, Joaquim Monchique volta a vestir os collants para interpretar Esmeralda Bartolomeu, uma mãe de família oriunda da Baixa da Banheira. A comédia inspirada numa peça argentina da autoria de Hernán Casciari, a que actor luso assistiu em Buenos Aires, foi adaptada à realidade portuguesa pelo próprio Monchique. Uma família portuguesa (a)típica confere elementos para um enredo de aproximadamente duas horas: um marido desempregado e viciado em tabaco e televisão, uma filha à descoberta da sua sexualidade, um filho indeciso em relação à orientação sexual, outro filho consumidor de drogas, um sogro envolvido na marijuana e a matriarca Esmeralda a gerir tudo isto e ainda a menopausa. Nenhum pormenor foi descurado. No que respeita à caracterização Joaquim Monchique  demora pelo menos uma hora a maquilhar-se para se transformar em Esmeralda. O espectáculo é enriquecido pelos figurinos com traço de Dino Alves e Monchique demonstra mais uma vez o seu empenho e versatilidade artística como actor, tradutor, encenador e cenógrafo. “Todos os comediantes gostam de fazer travesti” e acrescentou que esta “é uma homenagem às mães”, declarou o actor português ao Correio da Manhã.

'Mais respeito que sou tua mãe' estará em cena no auditório do Casino Estoril até finais de Junho.

Os ingressos custam 20€ e as sessões são de quarta-feira a Sábado às 22 horas e aos Domingos às 17 horas.

Paulo Monteiro

 

Actualização: O espectáculo estreia a 15 de Outubro de 2010 no Teatro Rivoli no Porto. Vê aqui mais informações e como ganhar bilhetes duplos através do dezanove.

 

Actualização II: O espectáculo estará em cena de 9 de Fevereiro a 03 de Março 2011 no Teatro Armando Cortez - Casa do Artista, em Lisboa. De 4ª a Sáb; 21h30; bilhetes: 18€.

Sábado marcha-se em Lisboa

A 11ª Marcha do Orgulho LGBT em Lisboa realiza-se no próximo sábado, dia 19 de Junho. Com saída às 17 horas do Jardim do Príncipe Real a marcha que defende o conceito de orgulho por oposição à vergonha terá o seguinte percurso (ver mapa):

01) Praça do Príncipe Real - troço a partir do ISCEM (entroncamento com a Calçada da Patriarcal)

02) Rua D. Pedro V

03) Rua S. Pedro de Alcântara

04) Rua da Misericórdia

05) Largo do Chiado

06) Rua Garrett

07) Rua do Carmo

08) Praça D. Pedro IV (Rossio) - troço entre a Rua do Carmo e a Rua da Betesga

09) Rua da Betesga

10) Praça da Figueira (atravessada na diagonal entre a Rua da Betesga e a Rua D. Duarte)

11) Rua da Palma (troço do Hotel Mundial) Chegada à Praça do Martim Moniz e concentração

A organização da marcha este ano conta com 18 associações e colectivos: não te prives, núcleo LGBT da Amnistia Internacional, APF - Associação para o Planeamento da Família, Médicos pela Escolha, ILGA Portugal, Amplos – Associação de Pais e Mães pela Liberdade de Orientação Sexual, UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta, Associação Cultural Janela Indiscreta, rede ex aequo, ATTAC, Rumos Novos - Grupo Homossexual Católico, GAT, Grupo de Trabalho Identidade XY, Poli Portugal, Panteras Rosa, Sentidos e Sensações, Solidariedade Imigrante e SOS Racismo.

 

A Organização da 11ª Marcha do Orgulho Gay já divulgou os objectivos do evento do próximo Sábado, que podem ser lidos na sua página do Facebook: - Assinalar o dia 28 de Junho de 1969, pois foi nessa data que, na cidade de Nova Iorque (EUA), no bar Stonewall Inn, homossexuais e transexuais resistiram, pela primeira vez na história, às habituais rusgas policiais, à discriminação e à violência. - Ocupar o espaço público com a diversidade de identidades de género e de orientações sexuais que nos caracteriza enquanto seres humanos. - Contrapor à vergonha que muitos/as querem impor às pessoas LGBT o Orgulho. - Celebrar o recente direito adquirido de igualdade no acesso ao casamento civil, tudo o que já foi conseguido e continuar a mobilizar-nos para que mais seja possível alcançar, até chegarmos a uma cidadania plena. - Recordar que, no Portugal de 2010, há ainda muito caminho a percorrer na luta contra a discriminação com base na orientação sexual e na identidade de género. - Promover e respeitar a diversidade sexual como valor humano porque boatos, anedotas, mexericos e controlo social continuam a contrariar o direito à felicidade de todas/os. - Denunciar o facto de, pelo mundo fora, existirem sete países em que a homossexualidade é punida com pena capital e que em 93 outros qualquer pessoa pode ser julgada e punida com multa ou prisão por ser lésbica, gay, bissexual ou transgénero. Saímos à Rua porque muitos/as de nós, amigos/as, colegas, familiares, pessoas ao nosso lado, vivem a discriminação todos os dias, mesmo que num silêncio imposto pelo medo, pela solidão ou pela vergonha. Por isso, importa denunciar, olhar nos olhos, ocupar o espaço. Fazemos da nossa cidadania uma bandeira contra a homofobia, a lesbofobia, a bifobia e a transfobia.

Morangos com Açúcar vão ter casal gay (vídeo)

 A série de Verão dos Morangos com Açúcar vai incluir pela primeira vez um casal de namorados homossexuais. Nas temporadas anteriores, a série apenas apresentou referências esporádicas à temática, sendo inédita a existência de um relacionamento prolongado entre duas personagens gays. O casal será interpretado pelas personagens Fábio e Nuno, que se conheceram numa discoteca gay (ver vídeo). Nuno tem sempre assumido uma postura homofóbica perante os amigos, no entanto, nos próximos episódios iremos assistir a uma reviravolta na personagem. Segundo explicou ao Jornal de Notícias José Pinto Carneiro, argumentista de Morangos com Açúcar, as cenas de carinho entre o casal já foram gravadas, “de uma forma realista”, “com uma relação o mais possível natural”. “Queríamos contar esta história de forma normal. Hoje na televisão não se pode dar ainda grandes manifestações de carinho entre homossexuais. Mas arriscámos”, referiu. Os Morangos com Açúcar Verão contam com 60 episódios.

                  

Ataque homofóbico na véspera do Dia de Portugal

Três pessoas foram vítimas de um ataque homofóbico na noite de 9 para 10 de Junho na rua da Imprensa Nacional, em Lisboa. A agressão começou no café B&S. A., que por questões de segurança prefere não ser identificado, contou ao dezanove que se encontrava às 2h30 no B&S à espera do namorado e de uns amigos para ir para a discoteca Trumps, que se localiza na mesma rua. Foi então que dois homens entraram no bar, “que estava quase vazio, com o intuito de me agredirem”. Após vários insultos, “pedi o livro de reclamações por estar a ser incomodado dentro do café. Assim que cheguei ao balcão e o fiz, pegaram em mim e bateram-me com a cabeça no vidro de um carro”. Outras duas pessoas foram ainda vítimas destas agressões.  A., que apresentou queixa à polícia, não hesita em descrever este ataque como sendo homofóbico.

Recorde-se que o Dia de Portugal é a data escolhida pela extrema-direita para sair à rua. “Segundo o que ouvi na esquadra, bem como notícias que recebi no Facebook, houve várias agressões durante o dia na zona do Martim Moniz, junto das comunidades imigrantes, e de noite na zona do Bairro Alto e Príncipe Real”, referiu. O Partido Nacional Renovador (PNR), por exemplo, manifestou-se a 10 de Junho em Lisboa, entre Largo do Rato e a Praça de Camões, onde envergou faixas onde se podia ler “Pela família e contra o lóbi gay”.

O testemunho de uma ex-Testemunha de Jeová

 Chama-se glbtex-tj e pretende ser o ponto de encontro de testemunhas e ex-testemunhas de Jeová LGBT.  Ao dezanove, a autora, que prefere não ser identificada, explicou que a principal motivação da existência do blogue “é denunciar as práticas das Testemunhas de Jeová. Como ex-Testemunha de Jeová sinto que é importante, alertar as pessoas que não conhecem, o que se passa nas práticas das Testemunhas de Jeová, o que não mostram no dia-a-dia, mas existe e é praticado”. E explica as razões para esta luta virtual: “As Testemunhas de Jeová têm feito práticas psicológicas danosas, violência psicológica com consequências para uma vida quer de jovens crianças, quer de adultos. Os anciãos, aqueles que estão à frente nas congregações, manipulam e coagem pelo medo aqueles que querem sair da seita, organizando Comissões Judicativas onde as pessoas são julgadas através de longas horas de perguntas e respostas.  Aplicam também medidas punitivas àqueles que saem, por exemplo não serem cumprimentados pelas outras Testemunhas de Jeová”.
Ao glbtex-tj têm chegado pedidos de ajuda e testemunhos de experiências. “O blogue funciona como um ponto de encontro, de partilha de experiências”, refere a autora. E quanto ao nível de participação? “Creio que não é maior porque as pessoas têm medo da exposição que pode advir e sinto que muitas das ex-Testemunhas de Jeová só querem esquecer o seu  passado... A ideia de ajuda mútua a partir de experiências semelhantes ainda não é muito natural em Portugal, as pessoas muitas vezes vivem situações semelhantes, mas ainda não dão a cara, preferem viver isoladas, a viver uma situação partilhada.”

António Variações deixou-nos há 26 anos

 

António Joaquim Rodrigues Ribeiro, era este o nome de baptismo de António Variações, compositor e músico português nascido na freguesia de Fiscal em Amares a 3 de Dezembro de 1944.

Filho de camponeses e com onze irmãos dividiu a infância entre os estudos e o trabalho no campo para ajudar os pais. Desde cedo revelou a sua paixão pela música nas romarias e no folclore locais. Cumpriu serviço militar em Angola e viajou por Londres, Nova Iorque e Amesterdão, onde recolheu inspiração para uma nova forma de viver a música, menos cinzenta para os padrões da época. Radicou-se em Lisboa exercendo funções no primeiro cabeleireiro unisexo da capital antes de se estabelecer posteriormente por conta própria numa barbearia na baixa de Lisboa.

O seu grupo musical, Variações, depressa chamou as atenções pela maneira excêntrica e cores berrantes com que se apresentava em cima dos palcos e pela maneira original de combinar vários estilos musicais, do rock ao pop passando pelo fado ou pelos blues. Considerado o primeiro ícone pop da cultura portuguesa, do seu reportório, precocemente interrompido, constam êxitos como reinterpretações de Povo que Lavas no Rio, de Amália Rodrigues, sua grande musa, Estou Além, É p´ra Amanhã, O Corpo É que Paga e Canção de Engate.

Variações veio a falecer em Lisboa a 13 de Junho de 1984, devido a uma broncopneumonia. Da mesma forma que cedo assumiu a sua homossexualidade pensa-se que terá sido a primeira figura pública portuguesa a morrer de sida e por essa razão vítima de discriminação e preconceito.

Os  seus 39 anos de vida presentearam-nos uma outra forma de viver: essencialmente inovadora. Os seus 26 anos de ausência deixam-nos saudades.