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2017: Dez filmes e uma surpresa

 

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Eis que chegámos àquela altura de se fazer o balanço dos filmes LGBTI do ano de 2017. Os festivais de cinema continuaram a ser a melhor forma de ver algumas películas. O interior do país continuou a ser esquecido quando algum filme desta temática estreia em sala. Como sempre, a escolha foi difícil, mas chegou-se aos 10 filmes que marcaram o ano, com um twist no final. Os filmes foram listados por ordem alfabética.

 

 

“120 Batimentos por Minuto” (“120 Battements par Minute”, 2017, de Robin Campillo)
Um dos filmes mais aguardados do ano, saiu do Festival Cannes com o Grande Prémio do Júri, o Prémio FIPRESCI, o Prémio François Chalais e a Queer Palm no bolso e é o candidato francês ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro. A película faz uma viagem histórica à Paris dos anos 1990, os anos do VIH, em que a sida ceifava milhares de pessoas, retratando o surgimento e actuação da Act-Up, organização reivindicativa na área do combate do VIH/sida.

 

“Al Berto” (2017, de Vicente Alves do Ó)

Fica a advertência: este não é o filme que Al Berto merecia que fosse feito sobre si. Os biopics têm sempre destas coisas: tendem a ficar aquém da imensidão da obra e/ou da pessoa retratada. Este “Al Berto” consta nesta lista sobretudo porque, para o bem e para o mal, Vicente Alves do Ó é um realizador a termos em atenção e porque revela dois novos valores da interpretação portuguesa: José Pimentão e Raquel Rocha Vieira.

 

“Chama-me Pelo Teu Nome” (“Call Me By Your Name”, 2017, de Luca Guadagnino)

Vamos ouvir e ler muito sobre este filme. Ainda o vamos ver em listas deste género no final de 2018. Para já, está nomeado para três Golden Globes: Melhor Filme Drama, Melhor Actor Drama (Timothée Chalamet) e Melhor Actor Secundário (Armie Hammer). Já foi exibido em Portugal de forma muito discreta no 11.º LEFFEST, o agora Lisbon & Sintra Film Festival, mas foi suficiente para que o público o escolhesse como favorito.

 

“God’s Own Country” (2017, Francis Lee)

Foi o filme de abertura do Queer Lisboa 21, um dos mais comentados e um dos que provocou mais discussões. Este “Brokeback Mountain” versão 2.0 num Reino Unido rural com um equilíbrio muito próprio entre afirmação, sexo, romance e amor impossível tem conquistado festivais de cinema LGBTI e as suas audiências, não as deixando indiferentes.

 

“Moonlight” (2016, Barry Jenkins)

Em 89 cerimónias dos Óscares nunca antes tinha acontecido algo deste género: um filme foi anunciado como Melhor Filme, mas afinal o Melhor Filme era outro. O sonho tornou-se mesmo realidade, “Moonlight” com a sua tristeza bela foi mesmo coroado como o melhor de 2016. A película recebeu ainda o Óscar de Melhor Actor Secundário para Mahershala Ali e Melhor Argumento Adaptado para Barry Jenkins e Tarell Alvin McCraney. 

 

“O Meu Nome é Michael” (“I Am Michael”, 2015, Justin Kelly)

Apesar deste filme ser já do longínquo ano de 2015 foi só em 2017 que se estreou no nosso país. A história verídica do um célebre activista LGBTI, Michael Glatze, figura nada consensual que gerou grande controvérsia quando, inesperadamente, passou a afirmar que já não era homossexual e se tornara pastor cristão.

 

 

“Quando Se Tem 17 Anos” (“Quand on a 17 Ans”, 2016, de André Téchiné)

André Téchiné, realizador francês de 74 anos, regressou à juventude e à descoberta do que é a vida e ensinou-nos que ainda sabe o que faz e o que quer que sintamos, quer tenhamos 17, 74, 30 ou 52 anos e a beleza é bela. É, também por isso mesmo, que esta película é, sem dúvida, um dos seus melhores filmes em anos. A antestreia foi no Queer Lisboa 21 antes de ter chegado às salas portuguesas.

 

“Rökkur” (“Rift”, 2017, de Erlingur Óttar Thoroddsen)

Esteve presente no MOTELX onde competiu pelo Prémio Melhor Longa de Terror Europeia / Méliès d'Argent em mais uma edição do festival de terror. O dezanove entrevistou Erlingur aquando da sua passagem por Lisboa, onde nos afirmou que “o género de terror tem muitas conexões com um público LGBT” e que “mesmo que tenha havido muito progresso em termos de representação LGBT no cinema, sinto que não há ainda a suficiente”.

 

“Tom of Finland” (2017, de Dome Karukoski)

Conta a história de Tom of Finland, o homem e o artista que definiu a arte homoerótica mundial. O biopic mostra como o ambiente homofóbico e asfixiante vivido em Helsínquia no pós-Segunda Guerra Mundial, serve de ponto de ignição para a libertação artística do ex-militar Touko Laaksonen. Para além de ter estreado nas salas portuguesas passou por Espinho e é o candidato finlandês aos Óscares.

 

“Uma Mulher Fantástica” (“Una Mujer Fantástica”, 2017, Sebastián Lelio)

É o candidato chileno para Melhor Filme Estrangeiro nos Óscares. No currículo tem já a nomeação aos Golden Globe na mesma categoria. Há quem afiance que há a possibilidade de Daniela Veja, a protagonista, vir a ser a primeira actriz transexual nomeada Melhor Actriz Principal. No Festival de Berlim conquistou três prémios: Menção Honrosa do Júri do Prémio Ecumenical, o Urso de Prata para Melhor Argumentos e o Teddy Award.

 

“Atomic Blonde - Agente Especial” (2017, de David Leitch)

E a agora a surpresa. Não sendo um filme LGBTI, a protagonista, Lorraine Broughton (Charlize Theron), vive um tórrido e perigoso romance com Delphine Lasalle (Sofia Boutella). Este blockbuster de co-produção alemã, sueca e norte-americana traz à memória o fétiche dos homens heteros de ver duas mulheres de armas aos beijos e amassos, num cliché tremendo que também normaliza o romance proibido entre as duas mulheres.

 

Luís Veríssimo

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