Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Dezanove
A Saber

Em Portugal e no Mundo

A Fazer

Boas ideias para dentro e fora de casa

A Cuidar

As melhores dicas para uma vida ‘cool’ e saudável

A Ver

As imagens e os vídeos do momento

Praia 19

Nem na mata se encontram histórias assim

"Três" a história de um casal às voltas com a bissexualidade (com vídeo)

Tom Tykwer é um realizador alemão que começou por ser conhecido pelo seu filme “Corre, Lola, Corre" ("Lola Rennt", 1998), tendo depois realizado dois filmes mais comerciais, “O Perfume - História de um Assassino” ("Perfume: The Story of a Murderer", 2006) e “The International – A Organização” (2009), além de uma das partes de “Paris je t’aime” (2006).

Mas foi com este "Três" (“Drei”, 2010) que assinala o seu regresso à Alemanha, que atinge o ponto mais alto da sua carreira. Entretanto Tykwer já co-realizou "Cloud Atlas" em parceria (realização e argumento) com os irmãos Andy e Lana Wachowski (da saga "The Matrix"), Lana, que nasceu Larry, foi submetida a uma mudança de sexo (do masculino para o feminino).

"Três" é a história de um casal, Hanna e Simon (Sophie Rois e Sebastian Schipper), da classe média, com um casamento pontuado pela abertura de ideias e tendo ambos profissões não rotineiras, das quais gostam. Ele vive um momento menos bom, devido à morte da mãe – fabulosa a cena em que ele se vê só, em criança, a seguir o caixão da mãe – e também devido a um problema cancerígeno que o obriga a ficar apenas com um testículo. Aliás é este facto, indirectamente, que o leva a conhecer a realidade homossexual e a envolver-se afectivamente com outro homem (Devid Striesow). Sucede que esse homem é exactamente o mesmo que tem um relacionamento com a sua mulher, embora seja casado e esteja separado da mulher.

Daqui se vê que o filme tem muito que ver com a bissexualidade das pessoas, o que o torna muito interessante, pois há dois tipos de bissexualidade, já que uma é praticada conscientemente e a outra acontece por acaso… Claro que ambos os cônjuges desconhecem o caso um do outro, até que circunstâncias especiais fazem com que se confrontem com essa realidade.

O resto não vou divulgar, mas é deveras interessante assistir ao desenrolar do enredo. As interpretações são muito seguras, de actores alemães pouco conhecidos por cá. Uma boa banda sonora e essencialmente o regresso de Tykwer ao tipo de cinema em que ele está francamente à vontade.

Sendo um filme que foge ao normal da exibição comercial no nosso país, apenas foi estreado em duas salas, uma em Lisboa (Amoreiras) e outra no Porto (Dolce Vita), pelo que será um filme condenado a passar despercebido no meio das produções de Hollywood. Daí o aviso para que o não percam, e se apressem, pois não é filme para estar muito tempo em cartaz (infelizmente).

 

 

João Carlos Roque

 

Já segues o dezanove no Facebook?