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Os últimos dias do IndieLisboa

O 9.º Festival Internacional de Cinema Independente está a chegar ao fim. Eis os derradeiros destaques do dezanove do IndieLisboa'12 para os últimos três dias, 4, 5 e 6 de Maio, sexta, Sábado e Domingo.

 

4 de Maio, sexta-feira

Na mesma sessão, às 16h45 no Pequeno Auditório da Culturgest na Competição Internacional 8, voltam a ser exibidas as curtas-metragens "Drari" de Kamal Lazraq e "Julian" de António da Silva.

"Drari" (2011, ficção, França, 41') é um filme inspirado na amizade entre dois jovens provenientes de classes sociais opostas. O filme, rodado em Casablanca, Marrocos, situa-se entre o documentário e a ficção: os actores principais não são profissionais, mas estão a actuar e a agir de acordo com aquilo que acontece nas suas próprias vidas. Vamos observar a dificuldade que estas duas personagens têm para conseguirem ter um relacionamento normal, apesar da diferença de castas.

 

 

Em "Julian" (2012, ficção, Reino Unido/Portugal, 10'), um homem reporta-se a uma memória de um verão passado. Julian surge acessível e sorridente, mas a distância entre o que corteja e o que é cortejado, pode ser maior do que se aparenta. Um filme tocante sobre as várias possibilidades do amor.

 

5 de Maio, Sábado

"O Verão do Skylab" ("Le Skylab", 2011, França, 113'), com argumento e realização da também actriz Julie Delpy, é o filme a ser exibido na Sessão de Encerramento deste IndieLisboa às 21h30 no Grande Auditório da Culturgest. O filme tem estreia comercial prevista para 17 de Maio.
O primeiro bater do coração, a primeira dança, os primeiros beijos, os primeiros sustos e um dos momentos mais importantes na vida de uma rapariga: aquele em que se torna mulher. Albertine - o alter ego da realizadora - tem um flashback durante uma viagem de comboio e regressa à altura em que tinha 11 anos. No comboio com os pais, vai visitar a avó à sua casa de campo durante as férias, para celebrar o seu 67º aniversário. Estamos no ano de 1979, quando estreou Apocalypse Now e The Tin Drum. Uma Delpy mais madura regressa a um território mais comum e humano que o seu filme anterior A Condessa. Divertido e nostálgico, Skylab é uma grande tela de família oferecida pelo olhar de uma rapariga excepcionalmente inteligente.

 

 

O filme «arte» "Il n'y a pas de rapport sexuel" (2011, documentário, França, 79') de Raphaël Siboni que faz parte da secção Director's Cut volta a ser exibido às 23h45 na sala 2 do Cinema Londres.
A ilusão é o primeiro de todos os prazeres. Ninguém sabe isso melhor do que o rei do porno francês, Hervé P. Gustave, ou HPG, como é conhecido entre os fãs. Nas mãos do jovem artista visual Raphaël Siboni estão milhares de horas de trabalho de bastidores e cenas de incontáveis produções de baixo orçamento assinadas por HPG, que foram transformadas num olhar inteligente e sem preconceitos sobre o mundo da pornografia. Ao observarmos o desenrolar dos acontecimentos em longas e pacientes filmagens, a ilusão é a primeira coisa a desaparecer. As pequenas trocas de conversa entre os participantes tornam-se aborrecidas e cansativas, até que os seus corpos chegam ao ponto de exaustão, entrando silenciosamente em colapso como numa pintura de Dalí. Um documentário que questiona a natureza da pornografia e a paixão pelo real que a caracteriza.

 

 

6 de Maio, Domingo

No último dia do Festival ainda pode ser visto o filme "L'âge atomique" (2011, ficção, França, 67') de Héléna Klotz que integra o Cinema Emergente e que passa na sala 1 do Cinema Londres às 21h30.
É sábado à noite. Dois rapazes, Victor e Rainer, apanham o comboio para passarem a noite em Paris. Começam a noite numa discoteca nas margens do Sena e aquela que prometia ser uma noite divertida, começa de forma estranha. As decepções vão amontoar-se umas atrás das outras, desde tentativas de conversa falhadas a brigas de rua. À medida que se deixam levar pela noite, os encontros e desilusões que surgem empurram-nos até a um ponto onde se vão começar a questionarsobre seus próprios sentimentos. Acabam por deixar a cidade e vão para a floresta. No silêncio da natureza, longe da aspereza do mundo urbano, eles parecem mais livres do que em qualquer outro momento. Surge um desejo entre os dois amigos que se vai tornando cada vez mais vibrante. Um novo dia nasce na sua amizade.

 

 

Luís Veríssimo