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Inédito: Uganda assinala primeiro Orgulho LGBT

Pela primeira vez activistas ugandeses organizaram uma marcha do Orgulho LGBT, apesar do clima homofóbico vivido neste país africano, considerado por muitos o pior lugar no mundo para os homossexuais. A acção de visibilidade está a chamar a atenção mundial e a recolher admiração a nível mundial, mesmo tendo sido impedida por um raid policial na parte final.

 

Depois de meses de preparação, e até de algumas detenções, gays, lésbicas, bissexuais e transgéneros do Uganda conseguiram assinalar o Orgulho LGBT através de várias iniciativas (uma marcha, festas e até um curto festival de cinema). O evento aconteceu no fim-de-semana passado num país que criminaliza a actos homossexuais e quer aprovar legislação, entretanto suspensa, que condene à morte gays devido a “homossexualidade agravada” ou atribua penas pesadas de prisão àqueles que “promovam a homossexualidade”.

 

O foco internacional nos graves atropelos dos Direitos Humanos no Uganda

A comunidade internacional tem estado cada vez mais atenta à realidade ugandesa. Em 2010 as imagens de um pastor que “explicava” a homossexualidade correram o mundo, um ano depois o activista dos direitos LGBT David Kato foi assassinado, dias depois de um jornal tabloide ter divulgado 100 imagens de alegados homossexuais com a legenda “enforquem-nos”. Em 2011 o Reino Unido impediu a extradição de Brenda Namigadde.

Ainda o ano passado o recente prémio de Direitos Humanos à activista ugandesa Kasha Nabagesera, a atribuição do Prémio Rafto 2011 à Sexual Minorities Uganda (SMUG) e ao seu líder Frank Mugisha, ou a homenagem a Kato por parte do vencedor do concurso Mr. Gay Europa, voltaram, a par de inúmeras petições e de trabalho desenvolvido no terreno, a colocar o foco no país africano.

Já este ano foi criado o prémio que visa distinguir coragem e liderança na defesa dos direitos das pessoas LGBTI. No início do ano um seminário sobre Direitos Humanos realizado no Uganda, onde participavam legalmente activistas de várias partes do mundo, acabou com a detenção de vários cidadãos estrangeiros. Em Julho uma eurodeputada chamou a atenção para uma mulher do Uganda que foi violada, torturada e obrigada a dar à luz na prisão. A semana passada foi a vez de Hillary Clinton prestar homenagem aos activistas LGBT e entregar um prémio por aqueles que defendem os direitos das pessoas LGBT: "um modelo para os outros e uma inspiração para o mundo". Clinton redireccionou as atenções para o país subsaariano, o único onde as infeccões do VIH aumentaram.

 

Uma questão de visibilidade

A visibilidade da acção deste fim-de-semana vai muito para além da homenagem a David Kato. Acaba por fazer frente a grupos extremistas religiosos norte-americanos e dá um novo alento às comunidades LGBT africanas que, através do exemplo, vêm que a comunidade  LGBT ugandesa recusou desistir do seu direito à existência e que quer viver livremente a sua sexualidade. Alguns dos cartazes da marcha de Sábado tinham inscrições como “Africano e Gay. Não é uma escolha.”, “Estamos juntos aqui por aqueles que não podem estar” ou “Matar gays não resolve nada”, as imagens estão a dar a volta ao mundo.

Segundo o site Advocate, que cita membros da organização do Orgulho LGBT do Uganda, todos os participantes que aparecem nas fotos autorizaram a sua divulgação.

 

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