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Queer Lisboa 16: "Novela das 8", quando a novela passa a filme (com vídeo)

"Brasil, 1978. Um país sob ditadura militar, mas a viver uma atmosfera de festa, graças ao sucesso de "Dancin' Days": telenovela que tinha como inspiração uma verdadeira boîte no Rio de Janeiro."


Amanda (Vanessa Giácomo), uma acompanhante de luxo viciada em televisão, e a sua empregada Dora (Claudia Ohana), fogem de São Paulo para o Rio de Janeiro, depois de um incidente fatal. Enquanto Amanda vive na expectativa de ir à famosa discoteca de Dancin’ Days, Dora prepara-se para enfrentar o seu passado. Neste percurso, os seus destinos vão cruzar-se com os de: Brandão (Alexandre Nero), um polícia não mede esforços para que a lei; João Paulo (Mateus Solano), um diplomata que se sente um estrangeiro no seu próprio país; o revolucionário Vicente (Otto Jr.) e o seu irmão; e o adolescente Caio (Paulo Lontra), que foi criado pelos avós e conta com a ajuda da melhor amiga na luta por ser aceite como gay.
"Em 1985, depois de mais de vinte anos, termina a ditadura militar, mas só em 1989 o povo brasileiro consegue eleger democraticamente o seu presidente. Desde então, muitas coisas mudaram no Brasil, mas o passatempo favorito do país continua a ser a telenovela."

"A Novela das 8" de Odilon Rocha é um filme em novela, isto é, o argumento, a realização, a montagem, os personagens, ou seja tudo está delineado como se fosse uma telenovela. Temos o genérico, temos a heroína e o herói da trama, temos a mocinha e mocinho, temos o vilão, temos a antagonista, temos vários núcleos, temos polémica da boa e até temos actores da Globo, etc... Esta opção beneficia alguns pontos do filme, mas prejudica-o em tudo o resto. Quanto a mim, um filme não pode ter a mesma mecânica que tem uma novela. A acção da história num filme é desenvolvida para cerca de 90 a 120 minutos (107 neste caso) e numa novela para vários longos meses, onde há tempo suficiente para as histórias e as personagens se desenvolverem e criarem relação com o público. Se a vida real não é uma novela, muito menos um filme pode sê-lo. A película afirma-se como uma homenagem à teledramaturgia brasileira, como na verdade é, mas será que tem que forçosamente usar os mesmos clichés, os mesmos truques e os mesmos maneirismos? Será que este é um retrato fiel do Brasil e dos brasileiros da altura? Enquanto que a maior parte da sociedade alienada e inculta assistia à novela, outros lutavam por uma sociedade livre, mais justa e igual.
De qualquer forma há que destacar a interpretação de Claudia Ohana como a heroína desta trama e a revelação que é Paulo Lontra, que se souber fazer as escolhas certas tem futuro na representação.



 

Classificação: 3 estrelas em 5.

 


Luís Veríssimo
 


 

"A Novela das 8" (2011, Brasil, 107') de Odilon Rocha, Longa-Metragem de Ficção, falado em português com legendagem em inglês, Competição para a Melhor Longa-Metragem.
 

 

Exibições:
Dia 27 de Setembro, quinta-feira, 22h, Cinema S. Jorge, Sala Manoel de Oliveira;

Dia 28 de Setembro, sexta-feira, 17h, Cinema S. Jorge, Sala 3.


http://www.anoveladas8.com.br/

 





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