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“Luanda, Lua”, um livro que nos conta que o amor é para todas as crianças e para todas as famílias

“Luanda, Lua” é o terceiro livro de Marta Morgado, escritora, ilustradora e professora de surdos. O livro, em jeito de biografia de uma família arco-íris, foi apresentado esta quinta-feira no Cinema São Jorge, em Lisboa, no decurso da 16ª edição do festival de cinema gay e lésbico que termina este Sábado.

O prefácio da obra é assinado por Paulo Côrte-Real, presidente da associação ILGA Portugal, que salienta o facto do livro se basear em factos reais: “é real o amor” […] “mas é uma família que, como outras no Portugal de hoje, não existe para a lei e para o Estado.”

Em declarações ao dezanove.pt Marta Morgado comenta que este livro não é só para crianças como o Matias [lembram-se do Matias?], que tem duas mães no amor, mas na lei ainda só uma. Com recurso à língua gestual a autora explica que este livro é para todas as crianças e famílias, porque “a nossa família é um bocadinho diferente, mas no fundo, no fundo é como todas as outras.”

É Luanda, a cadela da família, que ganha o papel de narradora da história baseada em factos reais e enriquecida com as ilustrações de Marta. Luanda acompanha o dia-a-dia da família e descreve a chegada daquele que vai abrilhantar o lar, o pequeno Matias. Ao enredo são ainda adicionados os sonhos que esta família quer vir a viver, e cujo fio condutor - seja na descrição da actual realidade ou do futuro que se deseja próximo – é sempre e apenas um: o amor. Marta confidencia que “antes sentia uma certa reserva em mostrar a vida privada, mas agora sinto que é cada vez mais importante ter a coragem de mostrar à sociedade que estas famílias existem”. E a autora prossegue “é preciso mostrar às crianças que existem famílias que só têm um pai, que só têm um avô ou duas mães, etc.”

Presente na sessão de apresentação do livro, Isabel Advirta, vice-presidente da associação ILGA Portugal e responsável pelo grupo Famílias Arco-Íris, rematou com uma nota para os ainda cépticos: “A única diferença de uma família arco-íris em relação às outras é a fragilidade legal em que se encontram e é isso que queremos mudar.”

Editado pela Surd’Universo o livro conta com o apoio do grupo Famílias Arco-Íris e da Associação Portuguesa de Surdos e pode ser encontrado na maioria das livrarias do país.

 

Paulo Monteiro


 

Na foto: Marta Morgado (a autora) e Mariana Martins, as mães de Matias

 

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