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Os melhores de 2012 (e algumas desilusões)

Pelo terceiro ano consecutivo o site de notícias e cultura LGBT, dezanove.pt distingue, as personalidades e acontecimentos que marcaram a actualidade LGBT em 2012.

Para o bem e para o mal. Dar visibilidade a pessoas e factos que se destacaram nos últimos 12 meses e denunciar situações em que a discriminação em função da orientação sexual e identidade de género se fizeram sentir em Portugal são os propósitos dos Prémios dezanove 2012. Conheça os melhores e as desilusões do ano.

 

 

 


Um acontecimento inédito a 1 de Setembro. Foi a primeira vez que os Açores viram sair à rua uma Marcha do Orgulho LGBT. Ponta Delgada mostrou que sabe acolher a diversidade e os Direitos Humanos numa organização da recém-criada associação Pride Azores, que contou com a presença de vários colectivos e milhares de curiosos a assistir. A partir deste ano “Liberdade”, “Igualdade”, “Direitos”, “Tolerância”, “Respeito” e “Visibilidade” são também nos Açores seis conceitos envoltos no arco-íris que simboliza a luta da comunidade LGBT.

 

 

Nem todas as notícias chegam aos meios de comunicação internacionais com o destaque merecido, como foi o caso da inédita Marcha do Orgulho LGBT no Uganda. Trata-se de um país que tem em discussão no Parlamento, mais uma vez depois de adiada em 2011, uma proposta de lei que ameaça com pena de morte a comunidade LGBT. Naquele que é considerado um dos piores países para a comunidade LGBT viver, merece ser distinguida a coragem de sair às ruas e reivindicar igualdade.

A detenção de três elementos da banda Pussy Riot, depois de terem actuado numa catedral de Moscovo, chamou a atenção da imprensa internacional para a falta da liberdade de expressão e para a situação da comunidade LGBT na Rússia. Esta é apenas uma das pontas do icebergue de um regime que considera de “propaganda” o simples mencionar da homossexualidade. Destaque também para Madonna, uma das vozes que se levantou em prol dos direitos das pessoas LGBT neste país.

 

 

A dupla de realizadores João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra Mata esteve em destaque ao longo do ano. O filme “A Última vez que vi Macau” foi premiado no festival de Locarno e abriu o DocLisboa. Foram homenageados no Queer Lisboa e no Lisbon e Estoril Film Festival. Sem este casal, não existiria cinema queer português com projecção internacional.

 

 

Foi mais um ano histórico para os Direitos LGBT nos EUA.Barack Obama foi o primeiro presidente dos Estados Unidos a defender o casamento entre pessoas do mesmo sexo. O seu discurso ecoou por todo o mundo. Ao lado esteve também a sua mulher Michaelle Obama. Nos Estados Unidos foi ainda assinalado o primeiro Gay Pride no Pentágono e foi aprovado, por referendo, o casamento nos estados de Washington, Maryland e Maine.

 

 

Foi o único deputado do CDS-PP que votou a favor da mudança da lei de adopção. Mesmo em democracia é preciso coragem para remar contra a maré política. A disciplina de voto nos chamados “temas fracturantes” parece ser coisa do passado. Vários militantes do CDS mostraram desconforto por este voto favorável. A justificação de Adolfo Mesquita Nunes: “A lei não confere (...) direito à adopção. Confere o direito a apresentar candidatura. Não concordo com a lei que impede casais homossexuais de se candidatarem. Tal como está, a lei presume (...) que a institucionalização é sempre (...) preferível à adopção por aqueles casais’’.

 

 

 

O português António da Silva tem conquistado prémios pelos festivais de cinema por onde tem passado. Depois do Prémio do Público para “Bankers” (Melhor Curta no Queer Lisboa 16), foi a vez do Festival de Cinema Porno de Berlim distinguir a história que mostra as actividades do trabalhadores da alta finança de Londres em casas-de-banho. Por sua vez, a curta “Pix” chamou a atenção para o sexo fugaz e sem compromisso entre gays que andam à caça na internet. Da Silva promete ocupar um lugar de destaque no panorama cultural queer. Em 2013 as atenções ficarão voltadas para “Gingers”, um filme que fará as delícias dos fãs dos homens ruivos.

 

 

José António Saraiva, director do semanário Sol, bisa pelo segundo ano consecutivo na categoria Frase do Ano, graças aos seus artigos de opinião. Desta vez o adolescente no elevador dos Armazéns do Chiado foi o pretexto para mais um olhar peculiar sobre a homossexualidade.

 

 

O luso-canadiano Terry Costa demonstrou que quando o homem teima, a obra nasce, mesmo em terreno até agora pouco dado a iniciativas LGBT, como os Açores. Em cerca de um ano o arquipélago viu nascer uma associação, uma conferência de temática LGBT e a primeira marcha do Orgulho LGBT. Tudo graças à firme postura de Terry Costa.

 

 

Era difícil fazer mais e melhor e em tão pouco tempo. Os Açores viram acontecer a primeira Marcha do Orgulho LGBT. Não é fácil fazer activismo em território insular, mas a associação liderada por Terry Costa conseguiu estabelecer parcerias nacionais e internacionais e fazer de Ponta Delgada a quarta cidade do país onde uma marcha do orgulho LGBT saiu à rua.

 

 

O CheckpointLX é o primeiro e único centro em Portugal que permite a realização de testes ao VIH de forma rápida, gratuita, segura e confidencial e que se destina aos homens que têm sexo com homens. Os responsáveis decidiram fazer mais e pediram a caras conhecidas da comunidade LGBT para ajudarem a passar uma mensagem muito importante: previne-te porque a sida não acontece apenas aos outros.

 

 

A temática LGBT não é central na peça encenada por Filipe La Féria, mas ninguém fica indiferente ao desempenho de Ricardo Castro no papel de Ary dos Santos. A peça tem como protagonista Vanessa Silva e um talentoso elenco que nos traz à memória um tempo onde o fado, a bossa nova e os amores proibidos se cruzavam. Obrigatório ver para perceber como era ser homossexual em Lisboa no ocaso do Estado Novo.

 

 

A cadela da família de Marta, Mariana e Matias é a narradora do conto “Luanda, Lua”. A história mostra que as diferenças significam diversidade e que o mais importante nas famílias é o amor que as constitui e fortalece. Não é apenas um livro infantil, baseia-se em factos reais e esta família tem-se desdobrado por dar a cara e o coração pela visibilidade das famílias arco-íris. É terceiro livro de Marta Morgado, escritora, ilustradora e professora de surdos.

 

 

Ao longo de vários meses as noites de Domingo extravasaram os ecrãs da RTP1. O sucesso dos sketches das Bichas Modernas, um dos mais fortes componentes do “Estado de Graça”, chegaram a abrir o festival de cinema QueerLisboa e a fazer parte integrante do discurso do quotidiano de muitos. O ano termina, no entanto, com um amargo de boca. O programa acabou. Apetece dizer: “Odiamos bichas com falta de humor”.

 

 

A Última vez que vi Macau” da dupla Pedro Rodrigues e Guerra da Mata não pára de somar galardões: vencedor do Festival de Cinema Luso-Brasileiro em Santa Maria da Feira, Menção Especial do Júri do Festival de Locarno, Primeiro Prémio de Documentário do Festival de Turim e Prémio da Crítica no Festival de Valdivia, no Chile. Foi seleccionado para festivais em Busan (Coreia do Sul), Nova Iorque, Rio de Janeiro, Toronto e Vancouver. No filme é abordado o confronto de duas memórias e de duas ficções, as de Pedro Rodrigues e Guerra da Mata. O enredo mostra ainda a extraordinária personagem Candy, interpretada por Cindy Scrash, até aqui “apenas” conhecida pelas actuações no Finalmente (Lisboa).

 

 

 

P3 é o site do jornal Público dirigido a um segmento jovem lançado este ano. O projecto online junta a experiência do diário com a irreverência dos estudantes de Ciências de Comunicação da Universidade do Porto. O site tem acompanhado a realidade e cultura LGBT de perto através de várias notícias e reportagens, como nos casos Manhunt ou do Exército de Dumbledore. Os colaboradores estão atentos a tudo e seguem o dezanove de perto.

 

 

A história de Ivo e Hélder, contada na série documental “Momentos de Mudança” (SIC), não deixa ninguém indiferente pela felicidade e simplicidade. O documentário mostrava muitos dos momentos banais do casal, tão parecidos com os de todos os outros casais. As cenas sobre o dia do casamento ajudaram a desmistificar muitos preconceitos sobre casais de pessoas do mesmo sexo. O rancho folclórico de Ramalde, que o casal integrava, é que não achou a mesma coisa e convidou-os a sair.

 

 

Foram a única equipa LGBT-friendly portuguesa a participar no mais importante evento internacional de rugby para equipas que não discriminam em função da orientação sexual, a Bingham Cup. Este ano regressaram ao campeonato nacional de equipas emergentes e ainda deram um pezinho de dança no programa “Toca a Mexer” da SIC.

 

 

Foi a noite que mais polémica desencadeou no último ano. Pela negativa. A notícia do cancelamento do concerto do rapper jamaicano em várias cidades europeias - avançada pelo dezanove - rapidamente teve repercussões na restante imprensa e nas redes sociais. Sizzla conseguiu desvincular patrocinadores, mobilizar centenas de pessoas nas redes sociais, suscitou reportagens na televisão e até uma rábula das personagens Bichas Modernas no Estado de Graça (RTP). O concerto de Sizzla acabou por realizar-se no Coliseu dos Recreios em Lisboa. Do lado de fora dezenas de manifestantes protestaram contra a homofobia.

 

 

Começaram em 2011 e em 2012 conquistaram o pódio das festas mais animadas de Lisboa. Trouxeram Gretchen a Portugal e dividiram o palco com Nomi Ruiz. São os meninos do Conga Club, que não deixam a originalidade e a animação de cada festa por mãos alheias. Tornaram-se numa alternativa original às noites de sempre.

 

 

Veio substituir o histórico Bric-a-bar. A discoteca Construction nasceu com a pensar num público bear, mas tem sabido conquistar públicos mais abrangentes. Sinal disso são as filas que se formam à porta para entrar. Várias festas já mostraram coisas que Lisboa não estava habituada a ver.

 

 

Karla Rodrigues pode não ser muito conhecida. Mas a cantora dos Buraka Som Sistema, cujo nome artístico é Blaya, revelou à revista Qüir a sua bissexualidade. A praticamente inexistente visibilidade das figuras públicas LGBT em Portugal sublinha o mérito deste prémio.

 

Por oposição ao Coming Out voluntário surge o Outing forçado. Ao longo de várias semanas, as revistas especializadas em televisão, a propósito do fenómeno de audiências “A Tua Cara Não Me É Estranha” (TVI) vasculharam a vida privada de FF, um dos favoritos do público. Sobre a sua alegada homossexualidade, FF disse: “"Não me preocupa nada, sou uma pessoa extremamente bem resolvida e feliz, comigo e com as relações que tenho tido”.

 

 

Foi uma aposta discreta mas significativa. A Air France/KLM foi este ano o primeiro grande grupo internacional a apostar em publicidade online dirigida ao target gay português, investindo na imprensa especializada.

 

 

A maioria dos deputados do Parlamento português merece nota negativa. Em 2012, a adopção voltou a ser negada a casais de pessoas do mesmo sexo. No debate da procriação medicamente assistida também ficou manifesto o medo que muitos deputados têm desta comunidade. Os deputados preferem, por exemplo, remeter as lésbicas para a clandestinidade ou para idas a Espanha para engravidarem. Isto num país que aprovou o casamento entre pessoas do mesmo sexo em 2010.

 

 

Recorda os distinguidos em 2010 e em 2011.

 

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