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É um documentário sobre a vida de travestis e transexuais brasileiras em Paris, da responsabilidade do antropólogo Alexandre Fleming Câmara Vale, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), que durante uma década estudou o papel da sexualidade nos processos migratórios. O filme “O Voo da Beleza” estreou no ano passado no Brasil e foi agora disponibilizado pelo antropólogo no YouTube. Este foi, alias, o tema da sua tese de doutoramento e deu também origem a um livro homónimo.

O documentário foi filmado em 25 dias e tem sido mostrado em várias cidades brasileiras e em festivais de cinema LGBT. “Por ser uma realidade transgressiva, só foi possível a realização do filme devido à grande familiaridade que tinha com essas pessoas", revelou Alexandre Fleming Câmara Vale à empresa brasileira.

Em 2000, o pesquisador iniciou uma pesquisa sobre a emigração de travestis e transexuais brasileiras para a Europa. “Normalmente as pesquisas retratam pessoas que se deslocam por questões financeiras, não por questões de identidade de género ou orientação sexual”, explicou. “Para elas, migrar é quase uma necessidade, uma busca por lugares mais clementes. A Europa é um coroamento dessas sucessivas transgressões”, afirma. Muitas das intervenientes vivem numa situação de vulnerabilidade e exclusão, que as empurra para a prostituição. “A prostituição não é da natureza da travesti. Passei um ano saindo nas noitadas de prevenção de uma ONG em Paris, estudando-as. O filme e o livro é uma etnografia do quotidiano no subúrbio de Paris, mostra as relações de afeto, solidariedade”, diz. “O Voo da Beleza” foi distinguido no For Rainbow - Festival de Cinema da Diversidade Sexual.