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António da Silva sobre Gingers: "Ceci n'est pas un film porno"

 

Recebe-nos com um sorriso na esplanada do Hotel Florida, em Lisboa. Daqui se contempla grande parte da cidade no horizonte. Na véspera da apresentação de “Gingers” na 10ª edição do IndieLisboa é precisamente dos horizontes do misterioso realizador António da Silva, a Revelação do Ano 2012, que vamos ficar a saber mais:

dezanove: como é ser um jovem realizador português de 35 anos em Londres e viver do crowdfounding para financiar as tuas obras?

António da Silva (AS): Não tenho estado só a viver disso, tenho uma outra profissão, mas cada vez mais estou a parar com esse trabalho e a dedicar-me ao António da Silva Films. O facto de ser português é uma vantagem porque me permite juntar uma networking internacional à nacional. Tenho tido um apoio incrível. Sinto que há um certo orgulho em verem que sou português. Vejo que com o meu trabalho atinjo não só o público gay português, mas também outros. 

Recebo feedback especialmente do Brasil e de vários países da América do Sul. Os meus filmes não são falados em português, mas penso que têm uma maior difusão nesses países porque sou português. Fico feliz com isso.

 

Os teus filmes falam também dessas viagens...

AS: Os meus filmes falam essencialmente dessas pessoas e de locais. Depois os espectadores desses locais sentem-se revistos e dão eco do meu trabalho. Aproveito as minhas viagens quando sou convidado para ir a festivais mostrar um filme, para trabalhar para outros filmes. Já filmei em Israel, no Brasil, em Portugal, no Reino Unido. É a pura globalização no seu melhor e a internet neste sentido ajuda muito.

 

 

Que reacções tens tido ao "Gingers" que já foi exibido no Fringe Festival e já tem o trailer a circular na internet?

 

AS: Cada trabalho tem sido uma surpresa e todas elas muito boas. Quando terminei o trailer enviei para a imprensa e nesse dia a minha conta no Vimeo teve mais de 14 mil visualizações. Fui bombardeado com mensagens de de todo o lado e perdi o controlo. Passei os dias seguintes na internet a responder a e-mails com pedidos.

 

 

Como funciona esses pedidos? Há um valor mínimo?

AS: As pessoas dão o que querem, eu não peço nada. Isto é, não há um valor mínimo nem máximo. Faço por personalizar todos os meus contactos e agradeço o apoio que me dão. Os espectadores dão-me feedback e eu adoro os comentários deles. Mesmo quando não elogiam o meu trabalho. Às vezes as conversas prolongam-se e geram-se ideias preciosas nestes contactos 1 para 1. Estou cheio de ideias novas.

 

E tens algum staff que te apoia a gerir esses contactos?

Às vezes é muito intenso. Sou apenas eu. Quem me ajuda é o público.

 

Voltando às reacções ao Gingers... como está a ser a recepctividade? Pensas em prémios?

AS: Quando entro em festivais nunca penso nos prémios ou na competição. A minha prioridade é mostrar o meu trabalho e ver as surpresas que aparecem no caminho. Também gosto muito de ver o caminho que estes filmes fazem fora do circuito gay.

 

 

"I belive in porn" é uma das frases que tens nos teus perfis nas redes sociais que divulgam o teu trabalho. Esta é uma espécie de religião que segues e que a tua legião de fãs também segue?

AS: Sabes que eu acredito que isto da pornografia é como o quadro de Magritte. É a negação do óbvio. O que eu estou a fazer é isso.

 

Que mais planos tem o realizador António da Silva?

Muitos, muitos planos (sorri). Já para o Queer em Setembro. Uma delas é com um português que fez um donativo para ver e apoiar o meu trabalho. Estamos neste momento a produzir um filmes juntos. 

 

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