Uma das apresentações intitulada “Portugal: do que é que estás à espera?“ recaiu sobre a temática do "Turismo Gay” e foi apresentada por Paulo Monteiro, co-responsável pelo guia turístico Lisbon Gay Circuit. Numa primeira fase, Paulo Monteiro salientou o facto do governo português traçar como prioridade o sector do Turismo para Portugal. No entanto, depois de elencados os dez produtos turísticos estratégicos definidos como prioritários pelo Governo de Portugal verifica-se que o turismo gay não está contemplado.

Na mesma comunicação recordou-se os dados da Organização Mundial de Turismo (OMT) que afirmam que o turismo gay representa 10% do fluxo mundial anual de viajantes e 15 por cento da facturação das empresas do sector. Citando a GETA (Gay European Tourism Association), o responsável deu a conhecer à audiência que “o mercado potencial do turismo gay é de 50 mil milhões de euros”.

A omissão por este segmento enquanto categoria própria ou irrisório número de referências ao termo gay começa logo no site oficial de turismo nacional, referiu Paulo Monteiro. Quando comparado com países europeus onde existe casamento entre pessoas do mesmo sexo, pior do que Portugal (com seis referências) só a França (um resultado mencionado a Marcha do Orgulho Gay). Espanha e Holanda recolhem 13 e 16 referências, respectivamente, a eventos, estabelecimentos, praias e localidades gay friendly.

A título de exemplo da abertura para este tema verifica-se o apoio oficial do Turismo de Espanha à Convenção Anual da IGLTA (International Gay and Lesbian Travel Association) que irá decorrer entre 8 e 10 de Maio de 2014 em Madrid e onde fornecedores e clientes de vários destinos LGBT friendly se irão reunir.

O tema “turismo gay” presente no encontro “Portugal é Agora” pretendeu, por um lado, convidar à reflexão sobre quais as razões por que os líderes políticos e empresários em geral se sentem coibidos de apostar neste segmento - que permitiria além de usufruir de todo o potencial de Portugal enquanto país, tal como para os restantes segmentos de turismo, poder também, no caso do turismo gay adicionar uma situação legal favorável a famílias LGBT e a cidadãos que vêem reconhecida legalmente a sua identidade de género em Portugal. Por outro lado, pretendeu mostrar que Portugal pode ser um destino preferencial no momento da eleição de um destino de férias por parte da comunidade LGBT.