Noite Porto: Quando fazer um show travesti é uma viagem (vídeos)
Enquanto na pista de dança, as luzes psicadélicas e a música leva a maioria ao rubro, no camarim o ambiente é mais calmo. O dezanove esteve na preparação de mais um show deste bar da Invicta. Quatro artistas fazem os últimos retoques. Uma das artistas, transexual, não se incomoda com a equipa do dezanove e retoca a maquilhem de tronco nu. Os outros três calçam as meias, compõem as roupas que não passam despercebidas e preparam o espírito para mais uma noite em que chega a personagem criada. “É uma personagem criada por ele, durante o dia”, afirma um dos artistas ao dezanove.
Durante o dia é “ele”, à noite gosta de ser “ela”. Uma vida que parece ser dupla apenas na conversa, já que na sua vida todos sabem a arte que leva ao palco à noite. As roupas nem sempre são compradas. Algumas são feitas pelos próprios artistas. Durante as conversas com o dezanove, confessam que não consideram Portugal um país preconceituoso, “principalmente o Porto”. Claro que as pessoas não são indiferentes. “Olham” tal como olham como para um “careca, gordo ou grávida”. Sobre o casamento de pessoas do mesmo sexo, as opiniões são unânimes: “Já vem tarde”.
A música pára, abre-se o palco e as divas da noite sobem para mais um espectáculo de sucesso, como lhe chamam. Mesmo aqueles que não gostam de confusão, podem ver o show do bar lá de fora. Existe um pequeno televisor que transmite em directo o que se passa no palco da sala da dança. “Viajo”, disse ao dezanove um dos participantes no show pouco antes de entrar em palco.