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Beijo lésbico leva a expulsão de equipa de futebol no Equador

A comemoração de golo com um beijo levou a um “cartão vermelho directo” para um clube que integrava uma liga de futebol local no Equador. O clube feminino, cultural e desportivo de Guipúzcoa foi expulso da Liga la Floresta, depois de duas jogadoras da mesma equipa se terem beijado em Julho do ano passado.

As jogadoras denunciaram o caso em tribunal, que esta semana  deliberou a seu favor, mas as jogadoras temem pela sua integridade se voltarem a jogar nesta Liga.

“O juíz pronunciou-se a favor da equipa de Guipúzcoa, mas não mencionou nada no que respeita à indemnização de direitos nem nada sobre uma eventual protecção. Entendemos que com estas condições ainda não podemos voltar a jogar, disse em entrevista à agência EFE, Karen Barba, presidente do clube.

Além disso, existe neste momento uma campanha de “ódio e repúdio” contra as jogadoras que está a ser levada a cabo pelos órgãos dirigentes da Liga la Floresta, que apelaram da sentença.

O advogado da Liga, Félix Zambrano, argumentou que a decisão do juíz é “errónea”  porque parte do pressuposto que as jogadoras foram expulsas devido à sua orientação sexual, quando foram suspensas por ter um comportamente que “atenta contra a moral e os bons costumes”, contrário aos estatutos da Liga.

“Não é só um beijo ou um abraço dado com afectividade, o inconveniente é causado quando as meninas acariciam as partes íntimas em frente as crianças, jovens e adultos, actos opostos à moral e aos bons costumes da Liga la Floresta”, sentenciou o juiz.

Por entenderem que os seus direitos foram sistematicamente violados as jogadoras saíram às ruas da capital, Quito, para reivindicar a sua posição. Ao ritmo de apitos e tambores, com as caras pintadas como guerreiras, quiseram parodiar o “futebol competitivo e agressivo dos homens”, disse a criadora da coreografia Cayetana Salau, que acrescentou que esta acção serviu para reclamar que o futebol também pode ser “afectuoso, lésbico e feminino”.

Este caso é só a ponta do icebergue daquilo que acontece no quotidiano das lésbicas equatorianas disse a representante da equipa de futebol, que nomeia ainda situações como o arrendamento de casas ou médicos que não estão sensibilizados para fazer consultas a lésbicas.

Uma das jogadoras, Ani Barragán, afirma que esta discriminação resulta da falta de informação e educação, bem como da pressão exercida pela igreja e por uma sociedade patriarcal e machista que “exercem violência e pressão diária contra as mulheres e em especial contra as lésbicas”.

Outra jogadora acrescenta que é mais bem melhor visto um homem a urinar na rua do que uma rapariga que demonstre sinais de afecto com outra.

As jogadoras denunciam ainda a existência de supostas “clínicas” de “normalização” e de “deshomossexualização”. Karen Barba diz que “nestas clínicas se violam os Direitos Humanos, as mulheres lésbicas, assassinam transexuais, com a protecção das autoridades, e isso parece-nos muito grave.”

 

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