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Dark Horses: “Este não é um armário cheio de bolas de rugby”

 

Apesar da hora, há quem diga que não o vai perder por nada neste Queer Lisboa. A estreia do documentário sobre a equipa de rugby Dark Horses (DH) está marcada para esta quinta-feira, às 18 horas, no Cinema S. Jorge.

Filipe Almeida Santos é o treinador dos DH e revela ao dezanove que ter confiança na produtora foi o requisito fundamental para avançar com o documentário sobre uma equipa de rugby sem restrições devido à orientação sexual.

Vidas expostas em 50 minutos

A história é curta e a mensagem é simples e clara. A equipa quer passar “uma mensagem correcta dos valores que tentamos levar a cabo com este projecto desportivo. O Luís Hipólito e a [produtora] Mínima Ideia apresentaram-nos uma proposta inicial, que foi sendo trabalhada. Mais do que autorizar foi necessário confiar - afinal de contas são as vidas de muitos de nos que acabam por estar expostas”, explica o treinador de rugby.

Expectativas: “uma lufada de ar fresco” versus "folclore"

O treinador dos Dark Horses espera “que este documentário passe uma mensagem de desdramatização em relação às questões da orientação sexual de cada um e a forma como todos podemos - e devemos - conviver. Esperamos que possa ser uma lufada de ar fresco para muitos rapazes e raparigas que sentem que a sua orientação sexual os diminui de alguma maneira. Esperamos que possa ser um ponto de viragem numa abordagem às questões da sexualidade e da inclusão que não precisa de se agarrar aos estereótipos do 'folclore' habitual para conseguir fazer passar a sua mensagem”.

Visibilidade: “Ninguém é melhor ou pior por isso”

Dos cerca de trinta membros da equipa Dark Horses, nem todos aceitaram dar a cara no documentário que depois do Queer, passará em data a divulgar na RTP2. Filipe Almeida Santos diz que houve jogadores que, por motivos profissionais ou pessoais, preferiram não dar um testemunho directo: “Ninguém é melhor ou pior por isso, cada um fez a gestão que entendeu do seu grau de exposição. Mas creio que são testemunhos suficientes para quem, no início deste projecto, achava que este não passava dum grande armário cheio de bolas de rugby”, defende.

No Porto também existe uma equipa de rugby em que a orientação sexual não é impedimento para praticar desporto. Para Filipe Almeida Santos, “sejam os Oporto Spartans, sejam outras equipas de rugby ou de outras modalidades quaisquer, creio que todos os projectos que tenham estas características - incluir e não discriminar - são não só bem-vindos como desejados. Nós fomos apenas o início do que gostávamos pudesse vir a ser uma grande bola de neve”.

As metas dos Boys Just Wanna Have Fun Sports Club

O treinador da equipa anuncia que a associação Boys Just Wanna Have Fun Sports Club pretende consolidar a equipa de rugby e poder vir a desenvolver mais modalidades.

No âmbito do orçamento participativo da Câmara Municipal de Lisboa, a associação propôs a criação de um campo de rugby municipal. Qualquer munícipe pode votar nesta proposta. Esta necessidade prende-se com a falta de condições existentes em Lisboa para treinar da forma mais correcta, explica Filipe Almeida Santos ao dezanove. A utilização de um campo de rugby no Estádio Universitário, por não-estudantes, ronda os 200 euros por hora. "A oito treinos por mês trata-se uma verba que não conseguimos suportar.” "Esperemos que a Federação Portuguesa de Rugby,  também se mobilize, todos são potenciais interessados na concretização deste projecto."

Em relação a outras modalidades, Filipe Almeida Santos afirma que a associação está aberta a "grupos de pessoas que sintam que possam encontrar na associação um tecto institucional/burocrático que lhes facilite a promoção e desenvolvimento de outra modalidade desportiva".

Quanto aos Dark Horses, o futuro passará por participar, no início de Junho de 2011, na Union Cup em Amesterdão, e por voltar a acolher em Portugal o Pitch Beach no final de Julho do próximo ano. “Até lá: treinar, treinar, treinar!” remata.

 

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