A igualdade para todos está a incomodar alguns franceses. E os europeus?
Um novo grupo extremista francês chamado "Manif pour tous" está a tentar “destruir” as famílias compostas por pessoas LGBT, quer "proibir o casamento igualitário e quer retirar os filhos de casais de gays e lésbicas”. Esta tomada de posição está a ser denunciada pela ONG de defesa dos direitos das pessoas LGBT, a All Out.
No início do mês de Outubro cerca meio milhão de pessoas manifestaram-se em Paris contra o casamento e adopção de crianças por pessoas do mesmo sexo (número avançado pelo grupo Manif pour tous). Segundo a polícia não seriam mais de 70 mil participantes. A guerra dos números foi inclusive alvo de análise do jornal Le Monde. Segundo a All Out, o grupo "Manif pour tous" está a planear mais manifestações em França e noutros países e usam a imprensa para difundir a mensagem que “uma família verdadeira só pode ser formada por homem, mulher e filhos”.
As associações de defesa dos direitos LGBT em França têm feito da visibilidade das famílias LGBT uma arma na luta contra o preconceito. Várias famílias arco-íris francesas têm partilhado as suas fotos nas redes sociais. Recorde-se que desde 2013 as famílias francesas têm acesso à igualdade de direitos num movimento que ficou precisamente conhecido por "Casamento Para Todos". A All Out apela à subscrição de uma petição online para condenar os ataques do grupo "Manif Pour Tous" contra gays, lésbicas e suas famílias.
Para além da França, segundo a ONG, países como o Reino Unido, Alemanha, Itália, Eslováquia, Croácia e Letónia estão a assistir aos crescimento de grupos anti-gays e que espalham o ódio. Recorde-se que em Portugal o tema da igualdade de direitos tem causado o protesto de figuras públicas como Marinho Pinto ou Isilda Pegado.
Países como a Rússia, a Ucrânia e o Quirguistão têm cada vez mais políticos opositores da igualdade. Alguns grupos religiosos fundamentalistas norte-americanos apoiam inclusive os grupos russos que defendem a lei da propaganda gay.