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Cartas de amor entre dois homens no tempo da Segunda Guerra Mundial

 

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Foi agora divulgada a correspondência, escrita há mais de 70 anos e datada de 1939 a 1944, que relata as histórias de amor entre o soldado Gilbert Bradley e Gordon Bowsher, que nas cartas apenas assina como “G”.

 

Tudo começou quando Mark Hignett, proprietário de um pequeno museu de história local em West Midlands, em Inglaterra, adquiriu estas preciosidades num leilão por um valor que rondou aos 1250 euros.

Foi lendo as 300 cartas que Mark descobriu que tal correspondência, que no início pensou ser entre um homem e uma mulher, era, na verdade, trocada entre dois homens. Nas cartas, Gordon Bowsher escrevia ao seu amado Gilbert Bradley, que na altura era um soldado na Segunda Guerra Mundial e assinava-as apenas como “G.” para que não fossem descobertos. Naquela época a homossexualidade era ilegal no Reino Unido e os mesmos poderiam ser assassinados caso a história de amor fosse descoberta.

Pelo conteúdo das cartas, Mark afirma acreditar que as mães de ambos sabiam da homossexualidade dos filhos. “Parece que as mães sabiam, mas não há qualquer referência aos seus pais, dos quais deviam esconder. As cartas são cheias de humor e nas mesmas eles conversavam sobre tudo o que planeavam fazer juntos. Embora a relação dos dois fosse secreta para a época, os amigos próximos sabiam. O valor incalculável destas cartas reside no facto, de que a maioria das cartas de amor dos homossexuais daquela época eram queimadas, porque caso fossem encontradas, as mesmas seriam usadas como prova”, disse Mark Hignett, em declarações ao jornal Metro.

Numa das cartas lê-se:

“2 De Fevereiro de 1940 – Park Grange. Meu querido menino, Não há nada que eu deseje mais nesta vida do que te ter a meu lado. Posso imaginar o que a tua mãe e o teu pai pensariam… O resto do mundo não tem noção do que o nosso amor é. E eles nem sabem que é amor…”

Numa outra carta pode-se ler:

“1 De Fevereiro de 1941 – K.C. Gloucester Regiment, Priors Road, Cheltenham. Meu querido menino, Durante anos pensei que nunca iria encontrar um amor que fosse para a vida. Quero-te muito e anseio pelo nosso futuro. Imagina quando a guerra acabar e pudermos viver juntos… Do teu, G.”

Uma outra carta termina dizendo: “Não seria incrível se num futuro mais evoluído as nossas cartas pudessem ser tornadas públicas? E finalmente o mundo poderia saber o quanto nos amamos.” Quando questionado sobre o que teria sucedido ao casal Mark Hignett comentou: “Eles não ficaram juntos e há muita correspondência desaparecida, o que dificulta saber qual a razão da sua separação. No entanto, é uma história com vida própria. É uma história de amor fantástica para rivalizar com o Titanic”. O soldado Gilbert Bradley faleceu em 2008, aos 92 anos, e Gordon Bowsher faleceu 15 anos antes.

Mark Hignett, para além de ter promovido a exibição pública das cartas no museu de história local, encontra-se a trabalhar num livro onde relata a história de vida do soldado Gilbert.

 

Fonte e imagem: metro.co.uk

Texto: Carlos Simões