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Nem na mata se encontram histórias assim

Catarina de "Ouro Verde" acaba morta. Espectadores e argumentista reagem

Catarina Ouro Verde.jpg

A primeira personagem trans numa telenovela portuguesa em horário nobre acabou assassinada. Nas redes sociais, entre elogios à existência deste papel na ficção nacional, há indignação pela morte de Catarina de “Ouro Verde” apontando este desfecho como uma perpetuação da violência contra as pessoas trans também no pequeno ecrã.

 

Maria João Costa, autora da novela, justifica o rumo desta história de ficção: “Ela não morre por causa da questão de género. A Catarina morre porque o Miguel [Luís Esparteiro] não tolera que alguém o possa incriminar. Esta personagem não tinha de ter tratamento diferenciado por ser transexual,” refere a argumentista de Ouro Verde.

Num dos comentários que se pode ler online na página da novela no Facebook a espectadora Cassandra Isabel comenta: “Estou indignada, revoltada com o acontecimento na novela Ouro Verde, em que a personagem, uma transexual (Catarina), é assassinada, sendo dramático, chocante e injusto, pois a autora da historia (Maria João Costa) incita a que as pessoas a sejam maldosas para connosco pessoas transgéneros.... Acho de muito mau gosto esta publicação e todas merecemos um pedido de desculpas por parte desta senhora, que não soube tratar o tema da melhor forma, pois se a intenção era sensibilizar o público para as questões transgénero, o efeito foi o contrario fazendo com que nos mostre à sociedade como sendo o "Elo Mais Fraco " coisa que nós não somos!!....SOMOS NORMAIS E TEMOS VOZ!!”

Maria João Costa justifica o argumento da novela da TVI: "Tenho lido muitos comentários sobre esta cena, e há muitas pessoas que acham que a Catarina deveria ter um "tratamento" diferenciado ou especial na história por transexual. Isto é, segundo muitos, ela deveria ter um final necessariamente feliz para que se estivesse a "dar um bom exemplo" ao país. Já li coisas destas, de verdade. Há quem ache que se educam gerações dando um final feliz a alguém que pertence a uma minoria. Eu, pelo contrário, acho que a grande coisa que esta personagem conseguiu foi ganhar a empatia do público, não ser rejeitada por ele, ao ponto de agora o mesmo público estar indignado com o seu desfecho. Significa que as pessoas aceitaram a questão de género da Catarina e sofreram com a personagem. Isso sim é de registar. Aproveito para dizer que a minha maneira de lidar com os temas das minorias é tratando-os da mesma forma que trato os demais temas. Ou seja, sem qualquer diferença. Não podemos querer que se olhe para as minorias como se não o fossem e depois "exigir" uma abordagem diferenciada. Isso não faz sentido. As pessoas têm de deixar de se preocupar com o género das outras, somos todos pessoas."

A personagem de Catarina Nascimento foi interpretada pela actriz e modelo Inês Nunes que fazia par romântico com Tomás (o actor Pedro Carvalho). Na trama a história pessoal de Catarina é bem aceite pela mãe Amanda (Manuela Couto), cujo papel está a ser bastante elogiado.

 

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