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Comissão da Marcha do Orgulho do LGBT no Porto e Variações emitem comunicados após incidentes

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Os incidentes ocorridos no passado Sábado à tarde no Porto, durante a 13ª Marcha do Orgulho LGBT daquela cidade, entre um grupo de anarquistas e elementos da Variações levaram a Comissão Organizadora da Marcha do Orgulho LGBT no Porto (MOP) e a Associação de Comércio e Turismo LGBTI de Portugal a emitir esclarecimentos esta quarta-feira.

Num post do Facebook, a comissão da MOP fez saber que teve previamente conhecimento da possível presença do autocarro da Variações na marcha. “De facto, a Variações – Associação de Comércio e Turismo LGBTI de Portugal enviou, na semana que antecedeu a 13º Marcha, um email a informar a organização da Marcha que se faria representar através de um autocarro com as características acima descritas. Por unanimidade, as/os representantes das associações, coletivos e organizações políticas que compõem a organização e promoção da 13º Marcha do Orgulho LGBT+ do Porto, votaram a impossibilidade de circulação desse veículo” e fizeram-no saber “em tempo útil à Variações”. As duas razões apontadas para essa impossibilidade também são referidas no comunicado da MOP:

1º) A organização já tinha definido previamente os veículos de som que iriam circular na Marcha, veículos esses sem propaganda comercial e cedidos por ativistas;
2º) A organização da Marcha, respeitando os seus princípios e a história do movimento LGBT+ em Portugal, entende que as associações devem-se fazer representar em pé de igualdade e não mediante o poder financeiro para exibir as suas bandeiras. 

A comissão da MOP explica que, contudo, "teve o cuidado de endossar e reforçar o convite à participação da Variações e demais parceiros/as na Marcha, sugerindo que utilizassem os materiais usados pela maioria das pessoas presentes na Marcha (faixas, pancartas, cartazes, palavras de ordem). A organização considera que a associação Variações e o seu representante não consideraram o processo de decisão coletivo da Marcha, e quiseram assegurar a presença do autocarro turístico." A mesma organização refere que constatou que “a Variações tinha informado a PSP e Câmara do Porto da sua presença na Marcha antes de o fazerem à comissão organizadora da mesma. “Assim, sobrepuseram-se a todo e qualquer processo coletivo dos/as responsáveis pela dinamização da Marcha do Orgulho e NÃO INFORMARAM a organização sobre a comunicação prévia à CMP e PSP”. Esta situação é considerada pela MOP como um “ato de desrespeito, traiçoeiro e fraudulento para com a organização de uma iniciativa que conta com treze anos de luta, ativismo e dedicação à representatividade dos Direitos e Pessoas LGBT+, tentou pôr em causa a própria relação desta com as entidades competentes (PSP e Câmara Municipal do Porto).”

 

Também no mesmo dia a Variações emitiu um comunicado onde afirma que “acedeu ao convite público lançado a todas e a todas pela Organização do evento” de participar na 13ª Marcha do Orgulho LGBT no Porto. A associação refere que foi informada que era «totalmente inviável», mas que “as entidades públicas competentes autorizaram a Variações a acompanhar o percurso no referido autocarro, razão pela qual decidiu participar, visto ser um agente inalienável da comunidade LGBTI”.

No mesmo comunicado a Variações nega que se tenha apresentado como organizadora perante as entidades públicas e considera que, “numa Marcha do Orgulho, todos devem ver reconhecido o seu direito fundamental a marcar presença e a adoptar os modos de expressão com os quais mais se identifiquem, sejam  trajes ou veículos, sempre no respeito das diferenças de cada um.”

Associação de comerciantes do ramo LGBTI declara que “qualquer Marcha do Orgulho deve ser aberta à participação de quaisquer pessoas ou entidades, públicas ou privadas, com ou sem carácter lucrativo e independentemente da sua forma de expressão, que emancipem a comunidade Lésbica, Gay, Bissexual, Trangénero e Intersexual, o que também é o caso da Variações” e convidou a Organização da Marcha do Orgulho do Porto e o movimento LGBTI  português a repudiar publicamente a violência e a visão discriminatória e restritiva de que a Variações foi alvo na 13.ª Marcha daquela cidade, bem como de “assegurar que as Marchas do Orgulho sejam espaços efetivamente inclusivos para todos e para todas, independentemente das suas convicções políticas e das formas de expressão que livremente decidam adoptar.” A Variações lembra que vários dos seus membros representam espaços seguros e de emancipação para a comunidade LGBTI desde os tempos da ditadura.

 

Os dois comunicados podem ser lidos na íntegra aqui:

Comissão da Marcha do Orgulho LGBT no Porto

Variações – Associação de Comércio e Turismo LGBTI de Portugal

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