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Homossexualidade: Mais de 250 psicólogos exigem à Ordem que investigue práticas de “conversão”. Vilaça continua a exercer

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Numa carta aberta assinada por mais de 250 psicólogos é exigida à Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) que investigue quem, no exercício das suas funções, utiliza práticas de “conversão” ou “reorientação sexual”.

 

Os mais de 250 profissionais de saúde exigem que a OPP investigue os/as psicólogos/as que fazem uso das práticas em questão, agindo em conformidade com o Código Deontológico.

“Consideramos que práticas como as que têm vindo a ser denunciadas merecem uma investigação séria e consequente, sem margem para qualquer dúvida sobre o seu carácter lesivo e nefasto. Não aceitamos que num país livre e democrático, evidências como as apresentadas sejam relativizadas ou menorizadas, prejudicando de forma significativa a saúde e o bem-estar das pessoas LGBTI” pode ler-se na referida missiva publicada a 14 de Janeiro.

Entre os psicólogos que assinam a carta estão Ana Sofia Neves, Presidente da Direcção da Associação Plano i; Paula Allen, Presidente do Conselho Consultivo para as Questões
LGBTI (CCLGBTI); Pedro Alexandre Costa ou Nuno Santos Carneiro.

A reportagem da TVI, exibida dia 10 de Janeiro, expôs o uso de procedimentos por parte de um grupo de psicólogos, psiquiatras e padres da Igreja Católica que se reúne regularmente com o objectivo de “curar” a homossexualidade.  As reacções de condenação destas práticas vieram de todos os quadrantes, a começar pela própria Ordem dos Psicólogos que emitiu mais um comunicado no dia seguinte à reportagem:

“[...] de acordo com toda a evidência científica disponível, o muito amplo consenso entre investigadores e profissionais e a posição das principais organizações profissionais de Saúde e de Psicologia internacionais, a homossexualidade não é uma perturbação mental nem implica qualquer tipo de incapacidade, sendo uma variante da sexualidade humana, não podendo ser, desta forma, associada a qualquer forma de psicopatologia. Pelo contrário, são o preconceito, a violência e o estigma social sobre a homossexualidade que podem causar sofrimento psicológico. […] intervenções como as "terapias de conversão" ou "reparação” […] não têm qualquer fundamento, quer do ponto de vista da sua validade científica, ética, da sua eficácia e benefícios, sendo, pelo contrário, assinaláveis os potenciais riscos e prejuízos para a saúde […] e podem causar grande dano.”

Esta, no entanto, não foi a primeira vez que profissionais de saúde mental em funções no nosso país foram identificados por terem posturas contrárias àquelas emanadas pela própria Organização Mundial de Saúde.

Ciente do arrastar dos efeitos nefastos para quem recorre a este tipo de terapias de “conversão”, os psicólogos que assinam a carta aberta publicada no Público consideram que “as ordens profissionais [servem] para a salvaguarda dos interesses dos/as clientes, não podendo estes ficar reféns de trâmites processuais intermináveis que banalizam, pela sua inacção e ineficácia, o mal que é perpetrado sobre pessoas que procuram ajuda e acabam por se tornar vítimas de quem as deveria ajudar”. 

Recorde-se que após um comunicado idêntico aquando da denúncia de 2015 por parte da OPP nada mudou. A carta aberta dos 250 psicólogos termina desta forma: “Eficácia, celeridade e pedagogia é o que exigimos. E já.”

Na reportagem da TVI vê-se a psicóloga Maria José Vilaça, que já em 2015 tinha proferido publicamente que homossexualidade se tratava de “uma doença”, e de “uma perturbação psicológica”. Três anos depois, no programa de Ana Leal, compara a homossexualidade a um “surto psicótico”.

Maria José Vilaça continua inscrita na OPP como membro efectivo com o nº de cédula 9256 exercendo funções em Lisboa.  

 

Foto: 1ª Marcha do Orgulho LGBTI em Viseu 

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