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Hospital São João afasta médica que recusou profilaxia pós-exposição

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A médica que recusou a um utente do Centro Hospitalar São João o acesso a uma profilaxia pós-exposição já não trabalha para a instituição, sabe o dezanove. O caso ocorreu em Julho. Um homem dirigiu-se ao hospital para aceder ao tratamento por profilaxia pós-exposição (PPE) após uma relação sexual ocasional com outro homem, uma vez que o preservativo rompera a seguir à ejaculação enquanto praticava sexo anal receptivo.

 

A PPE consiste num tratamento com medicamentos antiretrovirais iniciado após uma eventual exposição ao VIH e que permite impedir que o vírus entre no sistema imunitário e se reproduza. Este medicamento, só acessível nos hospitais, deve ser tomado o mais cedo possível e no prazo máximo de 72 horas para ter efeito.

O utente em causa, após a triagem que lhe atribuiu a pulseira verde (não prioritário) e de uma espera de três horas, deparou-se com uma médica que lhe recusou a PPE, justificando que esta “apenas se destinava aos profissionais de saúde”. Segundo a médica, este utente deveria “aguardar seis meses e voltar a repetir o teste para a detecção do VIH”, uma vez que, “agora, não havia nada a fazer”. O utente terá então argumentado que devia aceder ao tratamento de imediato de forma a que pudesse ser combatida qualquer transmissão de VIH. Pediu ainda para falar com um infecciologista de serviço, mas o contacto com outro clínico foi-lhe negado pela mesma médica. Só após uma espera de outras três horas pelos resultados de análises ao sangue, e coincidindo com uma mudança de turno, é que o utente foi atendido por um infecciologista que, surpreendido com o comportamento da anterior médica, o encaminhou de imediato para a PPE.

O incidente foi relatado detalhadamente no dezanove há dois meses graças ao testemunho de uma pessoa que acompanhou a situação. O caso foi também denunciado à Inspecção-Geral das Actividades em Saúde, que levou o Centro Hospitalar São João a investigar a situação. O dezanove sabe que a médica em questão trabalhava no hospital através de uma empresa de prestação de serviços, pelo que o São João pediu a sua substituição. Como não era uma profissional dos quadros da função pública, não é possível avançar com uma investigação disciplinar. Os responsáveis pelo São João encaminharam o caso para a Ordem dos Médicos. Após este incidente, o hospital decidiu também relembrar a todos os profissionais de saúde, incluindo aos enfermeiros da triagem, os protocolos a seguir nas situações de utentes expostos ao VIH.

 

Rui Oliveira Marques

 

 

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