Num extenso artigo de capa com fotografias de Paul Farrell, o jornalista Simon Hattenstone relata não só a afinidade que nutre pela artista como a empatia que houve durante a entrevista. O artigo é quase uma homenagem à mulher que Mel é, foi e significa, não só no mundo da música, com e sem as Spice, como através da luta implícita que teve nos direitos das mulheres e nos direitos raciais.

Esta já não é Mel B de cabelo encaracolado que nos foi dada a conhecer em 1996 com as Spice Girls, mas Melanie Brown, mãe, mulher, cantora, empresária. Casou, descasou, teve filhos – tem três de três relacionamentos diferentes –, teve polémicas, foi e tem sido alvo dos olhares dos media. É actualmente uma das juradas do programa The X Factor UK, a par de Simon Cowell, Cheryl Cole e Louis Walsh.

Antes da sua conturbada relação com Eddie Murphy, Mel teve um relacionamento com Crista Parker, uma mãe que conheceu na escola de Los Angeles onde a filha Phoenix andava. Para o jornalista a melhor citação da cantora é: “As pessoas dizem que eu sou lésbica, bissexual ou heterossexual, mas eu é que sei quem é que está na minha cama e é isso... Tenho uma grande libido e uma óptima vida sexual.”. As declarações continuam, “É verdade,” diz, “Namorei quatro anos com uma mulher. Mas estou casada e feliz há sete anos com um pénis. Ha ha! Um tipo incrível.”. E continua: “Dificilmente sou tímida ou tenho fingido sê-lo. Se quis experimentar algo, experimentei. Tive uma namorada. E depois?” O ano passado a antiga modelo da Playboy, Luann Lee acusou Melanie de a ter seguido até à casa de banho para um “momento íntimo”, enquanto o marido, Stephen Belafonte, a esperava do lado de fora. À pergunta se têm um relacionamento aberto, a Scary Spice responde: “Não, eu e o meu marido temos um sólido e estreito relacionamento. Mas sou a primeira a elogiar uma mulher, e dizer ao meu marido, ‘Oh meu Deus, olha as pernas dela’; ou ‘Ela não está deslumbrante?’. Eu acho que as mulheres são lindas. Loucas, mas lindas.”. Melanie Brown mostra que se sente muito bem com ela própria e diz “Tenho um grande ego. Estou apaixonada por mim”.

Luís Veríssimo