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Nova edição do primeiro romance em língua portuguesa sobre uma relação gay

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É considerado um romance maldito. Em 1895, o livro “Bom Crioulo”, de Adolfo Caminha (na foto), provocou escândalo no Brasil e foi alvo críticas ferozes. Foi ainda censurado na ditadura de Getúlio Vargas. Só mais tarde seria recuperado e apontado como um dos grandes expoentes do naturalismo brasileiro.

 

“Bom Crioulo” relata a história de amor entre dois homens Amaro e Aleixo, dois marinheiros, um branco e um negro. À época um romance protagonizado por um negro era considerado um atrevimento.

Votado ao esquecimento na primeira metade do séc. XX, “Bom Crioulo” é hoje traduzido em todo o mundo, e considerado o primeiro romance da literatura ocidental e, certamente, em língua portuguesa a abordar a homossexualidade e logo numa relação interracial.

A obra volta a ser editada em Portugal, desta vez na colecção Clássicos da Guerra e Paz e está disponível nas livrarias a partir de 20 de Março. Esta edição inclui uma nota introdutória, glossário de termos náuticos, lista de personagens e o texto de Adolfo Caminha “Um artigo condenado” publicado em 1896. Nesse texto o autor defende-se das críticas: “A julgar como certos imbecis – que os personagens de um romance devem reflectir o carácter do autor do romance –, Flaubert, Zola e Eça de Queiroz praticaram incestos e adultérios monstruosos.”

Adolfo Caminha nasceu em Aracati, no Ceará, em 1867. Aos 10 anos de idade, ficou órfão de mãe e foi viver com uns parentes de Fortaleza e, mais tarde, para casa de um tio no Rio de Janeiro. Em 1883, entra para a Marinha de Guerra, chegando ao posto de segundo-tenente. De regresso a Fortaleza, apaixona-se por Isabel de Paula Barros, a esposa de um alferes, que abandona o marido para viver com ele. Este episódio provoca grande escândalo em Fortaleza, o que o força a desistir da carreira militar e a trabalhar como funcionário público. Debilitado pela tuberculose, morre aos 29 anos, no Rio de Janeiro, em 1897. É autor de “Voos Incertos” (1886), “Judite e Lágrimas de um Crente” (1887), “A Normalista” (1893), “No País dos Ianques” (1894), “Cartas Literárias” (1895), “Tentação” (1896), mas é com “Bom Crioulo” (1895) que atinge o reconhecimento literário.

 

Com informação da editora Guerra e Paz

 

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