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Pertencer ou não pertencer a um grupo

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George Michael, Geri Halliwell e Robbie Williams são, para mim, três grandes referências e têm algo em comum: tornaram-se conhecidos após a sua passagem por grupos musicais.

Também eu posso dizer que, de certa forma, fiz parte de um grupo musical: CoLeGaS, ou vulgarmente conhecido por "Coro da ILGA", entre Setembro de 2012 e Julho de 2016.

Hoje escrevo este texto porque muitas vezes me perguntam: Saíste do CoLeGaS? Porquê?

 

Para começar: Nunca me imaginei fazendo parte de um coro.

 

Um dia, um amigo pediu que o acompanhasse a um "sítio" no Martim Moniz, onde iria assistir a um ensaio. Eu fui. Gostei da música, do ambiente, e desafiaram-me a cantar. Eu aceitei. Depois, sugeriram-me continuar a ir aos ensaios. Aí, eu hesitei, mas quando dei por mim já tinham passado quase quatro anos.

 

Não posso ser ingrato. Agradeço muito a este grupo. Com ele, pisei palcos que, de outra forma, nunca teria sequer conhecido. Foram muitos os arranjos aprendidos e vários também os desafios a mim propostos. Sinto orgulho pelo voto de confiança e, sobretudo, pelas amizades criadas.

 

Já várias pessoas sabiam sobre a minha vontade de abandonar o grupo. Para os/as mais atentos/as e sensíveis, era notório que, há muito, não estava feliz nele. O objectivo era apenas concluir a agenda de concertos com que me tinha comprometido, que terminaria no Arraial Lisboa Pride, com toda a dignidade. Assim foi.

 

Mais ou menos por essa altura, o grupo recebeu – e passo a citar – "um presumível convite para participar num possível concerto num eventual evento provavelmente no Palácio de Belém”… Um ou uma "colega" – pouco importa quem – recebeu a proposta (por telefone ou e-mail) e declinou-a em nome de todos e todas (sem nos consultar), alegando que o grupo estava de férias e que não haveria tempo para ensaios.

 

Várias pessoas do grupo, entretanto e porém, mostraram-se receptivas, interessadas e disponíveis para fazer um esforço, dada a aparente importância da ocasião. Eu, rindo comigo próprio, apenas consegui questionar: Não entendo a "pseudo-sondagem", dado que alguém, abusiva e unilateralmente, já recusou o convite em nome de todos/as…

 

E é isso.

 

Não se entende como, num grupo que apregoa e apela à democracia, decisões importantes sejam tomadas por uma só pessoa.

 

Isto fez questionar os meus princípios e concluir que era MESMO tempo de sair.

 

Não me arrependo, absolutamente.

 

Contudo, fico contente por ver o coro mais activo e interventivo, participando em eventos como festivais de cinema e peças de teatro. Gosto de pensar que a minha passagem, com envolvência e entrega profundas – embora muitas vezes pouco consensuais – contribuiu para algo.

 

P.S. (E o mais irónico): Acabei participando, sozinho e enquanto autor, naquela que veio a ser a primeira Festa do Livro em Belém...

 

Bruno Magina, escritor

 

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