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Premiar o respeito que todos merecem

Darko Zé Manel.jpg

Foram meia dúzia os projectos distinguidos pela rede ex aequo na tarde desta segunda-feira. O dezanove esteve lá e fez o apanhado da 10ª edição.

Em jeito de balanço de 10 anos de Prémios Média, Gustavo Briz, presidente da associação rede ex aequo, não hesita em afirmar que existe uma mudança profunda na sociedade entre a primeira edição e aquela que se assistiu esta segunda-feira à tarde no Teatro S. Luiz, em Lisboa. “Há dez anos um actor ficava reticente em fazer um papel de homossexual. Hoje é mais frequente, mas continua a haver o preconceito e o sofrimento. Por isso, é importante que a visibilidade exista e se quebrem estereótipos. O papel da rede ex aequo é premiar aqueles que conseguem educar para a mudança de mentalidades seja pela visibilidade, seja pela informação. É muito relevante que duas telenovelas tenham pegado no assunto porque têm uma difusão muito grande”, considerou Gustavo Briz.

No discurso de agradecimento, o actor Pedro Carvalho referiu “[esta é] uma história muito verdadeira, como há muitas por aí entre homem-homem, homem-mulher e mulher-mulher”. O actor relatou o feedback positivo que recebeu de várias partes do mundo e considerou como “gratificante a oportunidade de ter desempenhado um personagem marcante que tocou o coração de muitos portugueses”. Durante a cerimónia, a novela da TVI foi considerada “uma inspiração para todos os jovens LGBT”. Assiste aqui aos vídeos dos discursos do argumentista Hugo Sousa e dos actores Miguel Duarte e Pedro Carvalho.

Novela O Beijo do Escorpião.jpg

Em declarações ao dezanove, Zé Manel, outro dos distinguidos pela rede ex aequo, explica que foi fácil trazer tantas caras conhecidas ao vídeo “Olhos no Chão” porque “90 por cento são amigos que aderiram de imediato ao projecto. De alguns deles partiu mesmo a ideia de se apresentarem sem maquilhagem”, refere o cantor que acrescenta que “a ideia não foi fazer um simples single, mas um projecto, porque o bullying afecta todos”.  O cantor premiado com um Prémio Média pelo projecto “Olhos no Chão” tem já um novo álbum previsto para o primeiro trimestre de 2015. Assiste aqui ao discurso de agradecimento do cantor.

“As Comissões de Protecção de Menores e Jovens não estão preparadas para trabalhar com jovens LGBT expulsos de casa. O trabalho da associação Casa Qui prepara estas comissões a estarem melhor preparadas e mais atentas”. A declaração é da jornalista do Público Andreia Sanches autora da reportagem premiada pela rede ex aequo. No discurso de agradecimento, a jornalista do Público enalteceu o trabalho das acções de formação da associação recém-formada.

Já a jornalista Catarina Marques Rodrigues, do Observador, falou da importância de fazer “reportagens com gente dentro” e recordou o carinho com que passou horas a escrever depois de ter estado na 1ª conferência de pais e mães da AMPLOS, a associação que luta para eliminar barreiras entre pais e filhos. O trabalho “Olá, eu sou o João e gosto de brincar com coisas de menina” levou a jornalista a falar com a mãe do jovem transgénero e a concluir, sem hesitação, que as crianças transgénero podem e devem ter uma infância feliz. O trabalho da jornalista suscitou o interesse sobre o tema junto de vários pais e mães que têm contactado a associação AMPLOS, conforme relataram ao dezanove os membros da direcção da associação também presentes nos Prémios Média. “Há uma lacuna muito grande destes temas na comunicação social”, frisou a jornalista que sublinhou a liberdade que lhe foi dada para trabalhar o tema.

A novela “Sol de Inverno” foi outro dos trabalhos premiados na tarde de segunda-feira. Pedro Lopes, um dos responsáveis pelo projecto, falou do alcance de três milhões de espectadores que as novelas do prime time podem ter em Portugal. “Aquilo que fazemos não é só entreter, mas sim agitar consciências. É uma militância social.” E continuou: “Os casais são todos iguais […] e quisemos “levar o amor e a igualdade para o ecrã”. O actor Rui Neto que participou na mesma novela da SIC não esteve presente, mas deixou uma mensagem bastante aplaudida: “Se não ajudamos a mudar a lei actual, talvez tenhamos ajudado a ampliar o respeito que todos merecem.”