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Provocação em Kiev: Marcha gay falsa pela integração na União Europeia

Em Kiev, onde nos últimos dias milhares de ucranianos continuam a protestar contra o governo que recusou assinar os acordos de associação com a União Europeia, as forças do regime estão a recorrer a uma “campanha negra” que usa as questões LGBT como argumento contra a vontade da população em aproximar-se da Europa.

Foram do conhecimento público as anteriores tentativas do governo em assustar os cidadãos com uma “homossexualização geral”, caso a Ucrânia optasse por não integrar a União Alfandegária com a Rússia. Uma dessas tentativas consistiu numa acção protagonizada por um “exército” de sem-abrigos. Os provocadores distribuíram aos sem-abrigos uma garrafa de vodka e cerca de cinco euros para que erguessem bandeiras arco-íris, alegadamente em apoio de um dos partidos de oposição.

Desta vez, os responsáveis políticos resolveram agir de uma forma mais elaborada. No passado dia 12 de Fevereiro decorreu numa sala da Agência de Informação Ucraniana UNIAN (Kiev) uma conferência de imprensa com um “grupo para a defesa das minorias sexuais na Ucrânia”. As quatro pessoas deste grupo, que se teriam conhecido através de redes sociais, resolveram montar a sua própria tenda na Praça de Independência e fazer uma “marcha gay”, no passado sábado, no centro de Kiev. “Nós queremos viver numa sociedade europeia, onde todos tenham direito de expressão”, defenderam.

Muitos jornalistas estranharam o facto deste grupo, “que se juntou nas redes sociais”, ter organizado com tanta rapidez uma conferência de imprensa nas instalações da Agência de Informação, cuja renda de uma sala é de 500 euros/hora. Foi descoberto mais tarde que os participantes deste grupo receberam entre 110 e 145 euros pela sua participação. Os representantes das organizações LGBT oficiais da Ucrânia, que tentaram assistir à conferência em UNIAN, foram proibidos de entrar pelos seguranças. Todos os participantes desse grupo são de Moscovo o que denuncia, mais uma vez, as intenções desse grupo.

Os protagonistas desta “conferência de imprensa” utilizaram todos os estereótipos ligados à sociedade LGBT e fizeram todos os possíveis para ridicularizar os gays e lésbicas. O objectivo dessa acção é clara: a sociedade ucraniana é homofóbica, por isso as forças políticas pró-Kremlin fazem todos os possíveis para que a sociedade não tenha aspirações na euro-integração levando a cabo, de vez em quando, este tipo de acções para demonstrar “o grande futuro que a Ucrânia terá na Gayropa”.

O objectivo final dessas acções é a introdução na Ucrânia duma legislação contra a “propaganda de homossexualidade”, tal como já aconteceu na vizinha Rússia.

Relembramos que essa legislação tornou-se apenas numa parte do sistema de pressão sobre a sociedade civil russa, restringindo a liberdade de expressão, de opinião e as manifestações pacíficas na Federação Russa. Nesse mesmo sistema de pressão estão incluídas as leis sobre “agentes estrangeiros”, sobre a “punição por insulto a sentimentos religiosos”, sobre “a calúnia” entre outras leis que regulam o funcionamento das organizações não governamentais.

 

A. Iourtchenko