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Queer Lisboa olha para África (com vídeo)

Apresentado na Cinemateca Portuguesa, o programa Queer Focus on Africa, uma colaboração com o Africa.Cont, é um programa que explora as diversidades políticas e culturais do continente africano, bem como o modo como o seu cinema tem explorado as questões ligadas à sexualidade e ao género. De 20 a 27 de Setembro a Cinemateca exibirá não apenas clássicos como "Touki Bouki", de Djibril Diop Mambéty, ou "Mercedes", de Yousry Nasrallah, mas igualmente alguns títulos que têm problematizado a própria noção de identidade africana ou de "África" como um conceito, como se vê no documentário (que passa também em competição) "Profezia, L'Africa di Pasolini". O Queer Focus on Africa, que conta com 22 filmes, alarga a o seu programa a instalações, debates e performances por artistas africanos.

"Touki Bouki" não é, ao acaso, o filme escolhido para abrir este programa, na Cinemateca, no dia 20. Considerado um filme seminal dos anos 70, e exibido numa cópia em 35mm recentemente recuperada pela Cinemateca de Bolonha, conta a história de dois amantes que pretendem trocar Dakar pelos prazeres e glamour de Paris, o seu El Dorado.

"Woubi Chéri", (Laurent Bocahut) o primeiro filme a dar a oportunidade a homossexuais e transsexuais de África de descreverem o seu mundo nas suas próprias palavras, e "Dakan" (Mohammed Camara), considerado o primeiro filme da África ocidental a representar abertamente uma relação gay, são dois dos títulos que não poderiam deixar de integrar o programa, bem como Aya de Youpogon, baseado na banda desenhada dos anos 70 que desconstrói qualquer ideia pré-concebida de África. Já "Call me Kuchu" constitui-se como um testemunho mais recente de identidades homossexuais no Uganda, onde a homofobia de estado tem sido implacável. "Simon & I", um documentário autobiográfico da luta activista de Simon Nkoli e da própria realizadora, Beverley Ditsie na África do Sul," Tall as the Baobab Tree", que nos mostra a luta de uma rapariga e da sua irmã contra o casamento forçado desta e "Difficult Love", pela reconhecida fotógrafa Zanele Muholi, apresenta um relato intimista acerca dos desafios que lésbicas negras enfrentam na África do Sul nos dias de hoje, são outros dos títulos presentes neste programa.

"Appunti per un'Orestiade Africana", de Pier Paolo Pasolini, será também exibido, no que se apresenta como um testemunho incómodo de uma visão colonialista tão recente.  O programa integra ainda os debates "África Para Lá da Heteronormatividade" e "Queerização do Cinema Africano" a acontecerem na Cinemateca Portuguesa e no Cinema São Jorge.
A completar esta programação paralela, Amanda Kerdahi apresenta a instalação "100 Conversations" que, partindo de conversas informais com mulheres egípcias sobre a sua sexualidade enquanto estas fumam, exibe o filtro dos seus cigarros, numa transcrição visual dos seus pensamentos-tabu. A instalação "Collage", de Kadder Attia, foca-se nas vidas de transsexuais em Argel e Bombaim, enquanto que a performance de Ato Malinda, "Untitled derivative from Mshoga Mpya", or the New Homosexual, reflecte sobre as identidades lésbicas no Quénia.

 

Consulta aqui o programa e os horários do Queer Lisboa

 

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