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Queer Porto de 10 a 14 de Outubro. Fica a conhecer o programa

 

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A 4.ª edição do Queer Porto – Festival Internacional de Cinema Queer tem lugar de 10 a 14 de Outubro no Teatro Rivoli, Maus Hábitos e Mala Voadora.

 

O festival tem como convidado especial o escritor de culto norte-americano Dennis Cooper, influenciado pelos movimentos punk e queercore, autor de novelas como Frisk ou The Sluts, e que recentemente enveredou pelo cinema. Cooper estará no Porto, juntamente com Zac Farley, para apresentar o filme co-realizado por ambos, “Permanent Green Light”, e para um encontro com os espectadores do festival. O programa “As Pinturas Fílmicas de Carolee Schneemann” sobre o trabalho da performer norte-americana; um conjunto de documentários sobre a influência da cultura queer no mundo da moda; performances dos Mont de Dutor e de Liad Hussein Kantorowicz, assim como um concerto de Alexander Geist, compõem a edição deste ano.
O Queer Porto 4 tem como Filme de Abertura o documentário “Bixa Travesty”, de Claudia Priscilla e Kiko Goifman, vencedor do prémio de Melhor Documentário do Teddy Award da Berlinale. O encerramento será com “Shéhérazade”, de Jean-Bernard Marlin, estreado na Semana da Crítica da passada edição do Festival de Cannes, e que é uma poderosa ficção sobre o universo dos trabalhadores do sexo na cidade de Marselha, onde o jovem Zachary se apaixona por Shéhérazade, um amor que procura algum tipo de redenção e sobrevivência na violência e abandono dos meios sociais e familiares onde vivem.  



Os filmes da competição oficial
 
O Júri da Competição Oficial é este ano constituído pelo artista e curador Da Mata, pela performer Liad Hussein Kantorowicz, e por Tiago Alves, radialista e jornalista. Um total de oito longas-metragens de ficção ou documentais integram a competição: “1985”, de Yen Tan, filme estreado no passado mês de Março no Festival de Cinema SXSW, que nos propõe uma incursão metafísica, rodada a preto e branco, aos primeiros anos da epidemia do VIH/sida; “Call Her Ganda”, de PJ Raval, um documentário sobre o assassinato de uma trans nas Filipinas às mãos de um militar dos EUA e que levanta questões de transfobia e sobre a lei imperial norte-americana neste país; “Permanent Green Light”, de Dennis Cooper e Zac Farley, que acompanha um grupo de adolescentes num subúrbio francês, onde Roman ensaia o seu desaparecimento; “The Rest I Make Up”, de Michelle Memran, onde se traça a história da vida e da incontornável obra da dramaturga de origem cubana, María Irene Fornés, até aos dias de hoje, vítima de Alzheimer; “Soldiers. Story from Ferentari”, de Ivana Mladenovic, uma ficção passada num bairro cigano de Bucareste e que narra a complexa relação entre dois homens vindos de meios completamente diferentes; L’Animale, de Katharina Mückstein, sobre uma intrincada teia de segredos no seio de uma família austríaca; “Dykes, Camera, Action!”, de Caroline Berler, um documento sobre o papel fundamental de mulheres artistas na história do cinema queer; e “Les Garçons Sauvages”, de Bertrand Mandico, uma fábula selvagem que remete para universos tão díspares como os de Kenneth Anger ou Júlio Verne..
 
A par da Competição Oficial, o Teatro Rivoli também é palco da Competição “In My “Shorts”, de filmes de escola portugueses, onde participam alunos da Escola Superior de Artes e Design de Leiria, da Escola Artística de Soares dos Reis e da Escola Superior de Teatro e Cinema. 
 

Moda, queer pop e a festa final

O Teatro Rivoli acolhe ainda um programa sobre o universo da moda, onde são exibidos “We Margiela”, o documentário “Kevyn Aucoin - Beauty & the Beast in Me” e #George Michael: Freedom - Director’s Cut#, de George Michael e David Austin.
 
Programadores convidados da presente edição, Paulo Aureliano da Mata e Tales Frey, apresentam o programa “As Pinturas Fílmicas de Carolee Schneemann”, uma oportunidade de ficar a conhecer a fundo uma das mais importantes performers norte-americanas e que constitui uma influência fundamental nas artes performativas queer até aos nossos dias. A par do documentário “Breaking the Frame”, de Marielle Nitoslawska, são exibidos dois filmes realizados pela performer: “Interior Scroll - The Cave, 1975-1995” e “Vulva’s School”.
No Maus Hábitos, a sessão Queer Pop é este ano dedicada aos The Knife / Fever Ray. Formados em 1999 pelos irmãos Karin e Olof Dreijer, os The Knife lançaram discos que exploraram tanto o trabalho de composição com electrónicas como redefiniram a forma de entender a música como força política, tomando espaços como a igualdade na distribuição da riqueza e a afirmação das identidades como algumas das suas causas.
Para a despedida da 4.ª edição do Queer Porto, a noite no Maus Hábitos conta com a participação dos DJs Simone e André Fonseca de Carvalho. O momento erótico da noite chegará com o concerto de Alexander Geist, apresentando o seu mais recente trabalho, "Speculative". Após ter viajado com os seus shows por palcos do mundo, o ícone disco-soul, convertido em figura de culto da cena underground europeia, chega ao Porto para nos demonstrar porque é considerado “Berlin’s daring darling” (como escreveu a ExBerliner) ou “a genre pushing queer act” (segundo a The Quietus).