Por um prato de lentilhas
O Mundial da Vergonha já acabou. Já podem voltar para o vosso modo de ultraje performativo e de solidariedade oportunista habitual, com que compram o selo de cidadãos de bem com que se pavoneiam nas redes sociais.
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O Mundial da Vergonha já acabou. Já podem voltar para o vosso modo de ultraje performativo e de solidariedade oportunista habitual, com que compram o selo de cidadãos de bem com que se pavoneiam nas redes sociais.
A ILGA Portugal entra em campo pela segurança das pessoas LGBTQIA+ no Catar e promove a iniciativa Pride Stands (Bancadas Pride em português) em parceria com a COMON, o Studio Nuts e o apoio da comunidade gamer, tendo como embaixadora Raquel Martinho, bicampeã nacional de FIFA.
Na segunda-feira jogaram, e venceram, os meus dois países. Luso-brasileiros em todo o mundo passaram por momentos de grande ansiedade, mas como eu não ligo muito a futebol, limitei-me a celebrar com um emoji sorridente quando alguém me notificou por mensagem os resultados.
Alteraram a braçadeira de capitão, colocaram bandeiras nos estádios e, chegaram até, a criar uma onda de afecto quando um jogador se assumiu homossexual. Mas, apesar de todo o “activismo”, que agora percebemos falso, não se lembraram de mais nenhum país para celebrar a maior competição do desporto que amam. Tornou-se difícil a escolha e, por coincidência, ficou designado um país onde ser LGBTQIA+ não só é ilegal como é punível com pena de morte.
O Campeonato Mundial de Futebol FIFA de 2022 será a vigésima segunda edição deste evento desportivo e ocorrerá no Qatar, um país que criminaliza a homossexualidade. Muito se tem falado sobre a (in)segurança de pessoas LGBT neste país e as declarações de várias pessoas sobre o tema têm sido contraditórias.
Segundo levantamento da ILGA (Associação Internacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Trans e Intersexuais), 70 países criminalizam a homossexualidade, o que representa 35% das nações membros da ONU (Organização das Nações Unidas).
O campeonato mundial de futebol feminino decorre de 26 de Junho a 17 de Julho, na Alemanha, e para a Federação de Futebol da Nigéria a sexualidade das jogadoras é mais importante do que as suas qualidades técnicas em campo. A treinadora da selecção feminina de futebol da Nigéria, Eucharia Uche, declarou ao New York Times que considera o "lesbianismo" "um grande problema" e como solução prática, ao que parece, optou por perseguir e expulsar as mulheres da sua selecção nacional sobre as quais recai a suspeita de serem lésbicas.