O jornal francês 'L'Equipe' apresentou no passado Sábado uma edição sobre a homofobia no desporto. Na capa aparecem os protagonistas do filme realizado por Maxime Govare e Cédric Le Gallo, "Les Crevettes Pailletée" (2019) - que conta a história de um vice-campeão mundial de natação que, após declarações homofóbicas, é condenado a treinar a equipa de pólo aquático nos Gay Games, na Croácia.
Quantas personalidades do desporto abertamente gay consegues nomear? Martina Navratilova, Billie Jean King, Gareth Thomas... e poucos mais. Quanto ao futebol da Primeira Liga inglesa a lista é ainda mais curta: apenas Justin Fashanu, que se suicidou em 1990. Vários activistas pelos direitos gay argumentam que isto se deveu às pressões de que Justin era vitima por ser o único futebolista fora do armário.
Blake Skjellerup, patinador neozelandês que participou nas últimas Olimpíadas de Inverno de Vancouver, admitiu à revista DNA que é homossexual. Em entrevista o atleta explicou que preferiu só agora divulgar publicamente a sua orientação sexual pelo receio em perder patrocinadores e a atenção na própria competição que estava a disputar. “A principal questão era que eu estava lá para competir e não para ter um foco sob a minha sexualidade”, disse o atleta de 24 anos que ficou em quarto lugar nos 100 metros. “Ainda não chegamos ao ponto em que ser um atleta gay é um não-assunto. No entanto, se me perguntassem durante as vinte e tal entrevistas que me fizeram se tinha namorado ou namoradas- na mesma frase – eu eu teria respondido honestamente”, completou. A lista de atletas que assumiu a sua identidade sexual é ainda curta. Blake Skjellerup junta-se agora a atletas como o nadador australiano Matthew Mitcham ou o jogador de rugby galês Gareth Thomas que saíram recentemente do armário.