Existem dias em que com muita esperança, talvez presunção, penso "já passou", que, enquanto adulto, está tudo bem, que não voltarei a sentir isolamento, que não vou olhar o mundo e pensar que está contra mim e que já fiz o percurso que tinha de ser feito. Está mais perto, mas sair do armário, como lhe chamam, faz apenas parte do início da caminhada.
Estamos em 2016, isto deveria significar que progressos civilizacionais aconteceram. Li e reli notícias, escrevi uma, vi vídeos, li crónicas e comentários, mas ainda não sei bem o que penso do que aconteceu em Orlando, do que está a acontecer no mundo, connosco. Desta coisa de matar porque alguém é, age, pensa e sente diferente de nós. Não sei porque não percebo. Já tentei fazer o exercício de me colocar nos pés de um agressor, não fez sentido.
“Num debate amigável em que os convidados mostravam partilhar pontos de vista, não havia lugar para divergências de fundo. E não houve. Só o tema das 'barrigas de aluguer', previstas na lei aprovada pela Assembleia da República na sexta-feira, dia 13, mereceu algumas críticas.” É desta forma que o jornalista Bruno Horta arranca a análise ao #debate19, publicada no blogue Persona Grata.