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Marcha Porto: MICA-me para a cultura e irreverência

 

"O MICA-me é um movimento de intervenção cultural e artística criado em 2008", descreveu ao dezanove João Ribeiro, um dos jovens responsáveis da associação portuense que participou no Marcha do Orgulho LGBT do Porto. "A marcha é simbolicamente um dos dias mais visíveis da comunidade LGBT e, por isso, faz todo o sentido intervir hoje", diz.

O MICA-me, uma das 15 entidades que organizou a 5ª edição da Marcha do Porto, que leva a cabo actualmente vários projectos. A revista electrónica (*)asterisco vai já na segunda edição e é feita a várias mãos pelos voluntários da associação. Com um grafismo cuidado, a publicação online tem uma vertente artística que abrange temas que vão desde a música, fotografia, cinema, tecnologia, literatura, desporto ou saúde, muitas vezes explorados a partir de um enfoque LGBT. João Ribeiro adianta que outro dos projectos da associação é divulgar a poesia. "Promovemos encontros onde falamos de temática LGBT, mas não só", completa.

No Dia Internacional de Luta Contra a Homofobia, o MICA-me organizou no Porto uma flash mob que designou de kiss in "para mostrar a todos que os nossos afectos não são diferentes dos outros. Os nossos projectos são energéticos e não pretendemos ser exclusivos, queremos passar a mensagem para a sociedade portuense", conclui João Ribeiro.

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Marcha Porto: O que reivindicaram os activistas LGBT

Com o tema da Família e mote “Existimos, Direitos Exigimos!”, a Marcha do Orgulho LGBT atravessou este Sábado as ruas da Invicta. As atenções dos transeuntes prendiam-se à passagem dos manifestantes. Um dos pontos altos ocorreu na Rua de Santa Catarina, onde se aglomeraram centenas de pessoas que, nesta tarde de Sábado, puderam ler os cartazes empunhados pelos activistas e ver as mais variadas manifestações de afectos dos participantes. Às 17h45, quando os participantes se sentaram na principal rua comercial da cidade, muitos olharam com surpresa para este gesto ao que se acrescentou a divulgação do manifesto da 5ª edição da marcha portuense: “Porque a rua é o palco de todas as lutas e celebrações de uma comunidade constituída por lésbicas, gays, bissexuais e pessoas transgénero, que está a vencer o medo e a vergonha de tantos anos, impostos por uma sociedade homofóbica e preconceituosa - séculos de discriminação e humilhações. A orientação sexual e a identidade de género, não nos diminui nem nos torna melhores seres humanos, mas temos orgulho na bandeira arco-íris, símbolo da diversidade e da visibilidade dos nossos amores. Queremos uma sociedade que reconheça a diversidade de modelos familiares com iguais oportunidades perante a lei. Porque a família é uma escolha livre das pessoas, lugar para a partilha de afectos e de vidas em comum e porque o Estado não pode privilegiar nenhum modelo em detrimento de todos os outros”, pôde ouvir-se na Rua Santa Catarina. A marcha rumou depois para a Praça D. João I onde se reuniram as entidades organizadoras e se ouviram algumas das palavras mais fortes da tarde. O dezanove relembra as frases principais:

 

“Nós estamos aqui pelos que aqui não podem estar. O Caleidoscópio congratula-se e acredita que é importante trabalharmos unidos nesta luta. É de longe a maior marcha de sempre.” (Paula Antunes, Caleidoscópio LGBT)

 

“Eu tive um sonho, era surdo e não ouvia os disparates constantes e os risinhos fáceis que nos são direccionados, era cego e não via os olhares de repúdio que com todos os dias nos deparamos era mudo e não podia reagir a tanto absurdo que nos vai matando pouco a pouco, mas acordei. Estava na hora de dizer: Basta!” (Belmiro Pimentel, agente da PSP, Grupo Identidade XY)

 

"A bissexualidade não é uma questão de fé." (Paula Valença, Ponto Bi)

 

“É com orgulho que estamos aqui. Amamos quem quisermos, somos quem quisermos. No poliamor, amor não empata amor!” (Ana Afonso, Poli Portugal) 

A CASA “nasceu há um ano um projecto para combater as discriminações de género, denunciar práticas de violência de género e exigir a disciplina de educação sexual nas escolas” (Manuel Damas, CASA – Centro Avançado de Sexualidades e Afectos)

 

“É com grande motivo de orgulho que desde sempre lutamos pela igualdade entre todas e todos” (representante da Juventude Socialista)

“Foi com muita luta que conseguimos o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas isso não chega! Foi apenas um pequeno passo. O nosso objectivo é viver numa sociedade sem qualquer tipo de discriminação, numa democracia justa. O silêncio é a arma mais poderosa da discriminação. Temos de lutar contra o silêncio e contra a sociedade que ainda recusa a uma pessoa transexual documentos para viver e lhe diz que é doente: não é! Queremos direitos já! Lutamos pelo direito à identidade.” (Ricardo Sá Ferreira, Bloco de Esquerda)

“Passaram 41 anos sobre Stonewall e chegamos aqui após vários muros. Quantos mais serão preciso derrubar? Não esperaremos nem mais um dia enquanto houver discriminação. Vivemos num mundo heterossexista que oprime as crianças nas escolas. Afiamos as garras contra as opressões e pelos nossos direitos!” (Irina Castro, Panteras Rosa)

Há 10 anos comecei a dar a cara pela cidade que eu amo. Passados cinco anos a Gisberta foi assassinada e não podíamos perder a oportunidade de pedir justiça. Resta agradecer-vos.” (João Paulo, PortugalGay.pt)

 

Nós reivindicamos os mesmos direitos entre homens e mulheres. Queremos o acesso à procriação medicamente assistida para as mulheres. Queremos uma sociedade mais justa com paridade e igualdade.” (representante da Rede Portuguesa de Jovens pela Igualdade de Oportunidades entre Mulheres e Homens)

Porque a discriminação não tem cor, religião, política, orientação sexual… Ainda há muito para lutar. Portugal apenas concedeu 140 pedidos de asilo e nenhum por orientação sexual. “ (Marta Pereira, SOS Racismo)

Feminismos e movimento LGBT encontram-se entrelaçados. Decidimos visibilizar as críticas as binarismo de género porque somos mais do que mulheres e homens, lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros: categorias inventadas de modelos ideais pelas quais nos deveríamos pautar.” (Lurdes Domingues, UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta)

 

 "Estamos muito contentes por vermos tanta gente na marcha e agradecemos a todos os presentes por darem a cara para combater o heterossexismo.” (Sara Oliveira, MICA-me – Movimento de Intervenção Cultural e Artística LGBT)

 

“Somos pais e mães de gays, lésbicas, bissexuais e transgéneros com muito orgulho. Viemos aqui dizer que temos orgulho dos nossos filhos, que não temos medo. Não vamos permitir que a sociedade os discrimine. Estamos ao lado de todos vós por uma sociedade mais justa. Pedimos aos pais que se aproximem dos pais e aos pais que se aproximem dos filhos.” (Margarida Faria, Amplos – Associação de Mães e Pais pela Libertação da Orientação Sexual)

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IDAHO: Contra a Homofobia e a Transfobia

A 17 de Maio assinala-se o Dia Internacional de Luta Contra a Homofobia e a Transfobia. A data (conhecida internacionalmente por IDAHO), instituída em 2005 pelo activista francês Louis-Georges Tin, visa consciencializar a população em geral para a necessidade de se respeitar a identidade de género e os direitos das pessoas independentemente da orientação sexual bem como acabar com a discriminação e violência homofóbica e transfóbica. Algumas entidades públicas, associações e colectivos do movimento LGBT português associam-se a esta data promovendo iniciativas em vários pontos do país: Ainda antes da data oficial, no Sábado dia 15 o warm up é no Porto e em Lisboa com o beijaço organizado pelo MICA-me. Em Lisboa: “Conferência Homofobia fora do armário: Identificar e Combater a Discriminação das Pessoas LGBT em Portugal” organizada pela ILGA Portugal, a Amplos e a rede ex aequo em conjunto com a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG). Free Hugs {abraços grátis}, uma mobilização da associação rede ex aequo com o apoio da CIG.

Pelas 22h00, o Rumos Novos – Grupo Homossexual Católico, vai realizar, no Terreiro de Paço, uma manifestação pública, “Falando acerca do silêncio: uma vela em homenagem a cada vítima de homofobia”. O ponto de encontro será no local, às 21h30. E em CoimbraMarcha Contra a Homofobia e Transfobia, organizada pela não te prives Recorde-se que a escolha da data está relacionada com a retirada em 1990, por parte da Organização Mundial de Saúde (OMS), da homossexualidade da lista das doenças mentais. 20 anos após a decisão da OMS, a homossexualidade continua a ser proibida em 80 países e punida com pena de morte em sete deles. (actualizado a 17 de Maio)