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Sábado, 18 de Junho, Lisboa foi por todas e por todos, portuguesas e portugueses, americanas e americanos. E, o melhor, Lisboa foi também por todos os que se encontram ali no meio, mais à esquerda ou mais à direita, quer geograficamente quer sexualmente.

Havia cor, sorrisos e diversidade, isto via-se e era palpável - se a isso chegasse. As palavras de ordem e os acontecimentos recentes davam conta de mais, que não se via, mas que se sentia e respirava: coragem. Estávamos todos conscienciosamente a ser corajosos e, mais uma vez, o nosso país demarcou-se pela positiva, não houve violência, ninguém rumou nem gritou contra nós, só connosco.

Esta comunidade que anualmente vai para a rua e pára tudo para que sejam vistas as suas cores e diversidade, que grita palavras que ordenam à luta e à esperança, provou que a sua causa não diz respeito apenas a uma minoria, a  igualdade tem de ser para todos, LGBTI ou não, homens, mulheres e entre os dois. Quando marchamos em frente à polémica barbearia na rua do Alecrim, fizemo-nos ouvir, também pelas mulheres. 

A marcha em 2010 foi a maior até essa data. Comemorava-se a grande conquista de então, o casamento. A de Sábado ultrapassou-a em tudo, também em número. Claro que celebrávamos conquistas como a PMA, mas, acima de tudo, mostrámos que, para além do caminho ser para a frente, jamais nos calaremos -  talvez possamos ir de férias quando todos forem iguais, aos olhos da lei, de quem a faz e de todos aos que às mesmas estão sujeitos.

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Para entendermos melhor a afluência, falámos com várias pessoas - frequentadores assíduos da marcha LGBT e outros que sentiram necessidade de ir ontem. Para o José, das Canárias, esta foi a sua primeira marcha. Não foi antes, no seu país, por questões profissionais, mas agora que teve oportunidade, veio reivindicar algo de muito simples: normalidade. O Timon, também estreante, foi vítima de bullying durante grande parte da sua vida, e veio para manifestar a sua incredibilidade com o que se passou em Orlando, e confidenciou-nos: “não entendo como é que em pleno 2016 coisas destas ainda acontecem”. Aproximamo-nos de mais duas estreantes, a A e a M. Para a primeira este era um dos vários passos a dar após o “coming out” para os pais. A M, que se considera heteroflexível, veio apoiar a amiga. O jornalista Nuno Galopim, veterano, veio pelas “conquistas”, não descurando os “retrocessos de outros países” e que “felizmente não têm sido muitos entre nós”.

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A Inês foi, novamente, representar o poliamor em Portugal e fez-se acompanhar da primeira bandeira do movimento. É uma bandeira de três cores, o azul que representa a honestidade, o vermelho a representar o amor e o negro pelas pessoas que têm de se esconder. Para além destas cores, está presente o símbolo do Pi (π) para representar o amor plural.

 
Leonardo Rodrigues