Olim substituído no Instituto Português do Sangue
O polémico presidente do Instituto Português de Sangue Gabriel Olim acaba de ser substituído pelo médico especialista em imunohemoterapia Álvaro Beleza.
Gabriel Olim esteve envolvido em várias polémicas a propósito da doação de sangue por parte da população homossexual.
No Verão de 2009, Olim disse numa entrevista ao jornal I que "quando uma pessoa se apresenta assumidamente como homossexual e quer dar sangue, eu interpreto como uma provocação. Quem quer vir dar sangue não vem com esta atitude", referindo ainda que os homossexuais que pretendam dar sangue estão "deliberadamente [a] querer introduzir no circuito sangue contaminado". A Associação ILGA Portugal considerou então que "a necessidade urgente de rever os critérios discriminatórios de pré-selecção do sangue para garantir que estes são incisivos em vez de reflectirem sobre generalizações baseadas no preconceito e que contribuem, simultaneamente, para a estigmatização dos homens homossexuais". As declarações mereceram várias críticas e deu origem a um abaixo-assinado.
Já em Abril do ano passado, a Assembleia da República aprovou o diploma do Bloco de Esquerda que permitia que homossexuais e os bissexuais pudessem doar sangue. O diploma recomendava ao Governo a "adopção de medidas que visem combater a actual discriminação dos homossexuais e bissexuais nos serviços de recolha de sangue".
No entanto, e apesar de não existirem explicações oficiais, terá sido um caso de alegado favorecimento familiar que estará na origem da substituição. Hoje o jornal Público dava conta em manchete que o Ministério da Saúde anulou um concurso lançado pelo Instituto Português do Sangue para a compra de um equipamento que apresentava como vencedor empresa da qual era sócio o filho de Gabriel Olim.