Cavaco Silva promulga mas volta a criticar Lei de Identidade de Género
O presidente da República promulgou hoje a Lei de Identidade de Género. "O diploma foi objecto de promulgação, por imperativo constitucional, após a confirmação do voto pela Assembleia da República, por maioria absoluta dos deputados em efectividade de funções", pode ler-se no comunicado divulgado. O diploma tinha sido aprovado, pela segunda vez, na Assembleia da República a 17 de Fevereiro, após o primeiro veto presidencial.
O Presidente da República sustenta que o novo diploma "não acautela devidamente os direitos das pessoas que possuam perturbação da identidade de género na medida em que as expõe ao erro de diagnóstico – por não prever os respectivos critérios – e ao incumprimento de normas básicas de natureza ética e deontológica – por não garantir o controlo mínimo das qualificações profissionais de quem emite o relatório clínico".
Cavaco Silva insiste ainda que a nova lei "não encontra paralelo em qualquer país do mundo", apontando para os exemplos de Espanha ou no Reino Unido, que considera serem "regimes equilibrados que, acautelando a celeridade do procedimento, asseguram a necessária protecção dos direitos das pessoas com perturbação de identidade de género e da segurança e certeza jurídicas associadas ao sistema público de registo".