O que é que a Procter & Gamble tem na cabeça? Homofobia?
Na nova campanha publicitária da Procter & Gamble, que detém a marca de champô H&S (Head & Shoulders) pergunta-se “O que é que os homens têm na cabeça?”. “Os homens podem ter as mais variadas coisas na cabeça, caspa é que não!” é a resposta dada.
No entanto, não é bem assim. O dezanove analisou a campanha lançada no site desenhado especialmente para esta campanha e que convida os utilizadores a digitar algumas palavras sobre o que os homens poderão ter na cabeça. De imediato surgem vídeos animados.
Digitando palavras como “mulheres”, “carros”, “futebol” ou “sexo” aparecem vídeos resposta animados. No caso de tentativas mais inusitadas como “inconstitucionalissimamente” ou “anchovas” o utilizador é remetido para um vídeo com o típico erro 404 (not found). Para os curiosos da toponímia não vale a pena tentar “Freixo de Espada à Cinta” ou “Sobral do Monte Agraço” uma vez que o site apenas considera vocábulos únicos até ao máximo de 15 caracteres.
Algumas tentativas extra mostram que, além de não querer a inestética caspa na cabeça dos seus clientes, a Procter & Gamble não deseja clientes gays ou com alguma fantasia gay. Digitar “gay” faz aparecer um vídeo de uma professora com ar de mau, cana na mão e com a mensagem “Prometo não escrever mais esta palavra”. Se tentarmos “homens” surgem logo duas jovens que parecem acabadas de sair do banho dizendo, embora de forma pouco sincronizada, que “não” com os indicadores.
A Procter & Gamble pede aos utilizadores que partilhem a experiência no Facebook e no Twitter e que solicitem amostras grátis pois se usam H&S acaba-se “já com o incómodo da caspa…”
Paulo Monteiro