Ao dezanove.pt, o autor partilha o porquê do nome Gérmen para esta obra: “é de alguma forma o livro reúno o que eu considero a essência, o núcleo do meu trabalho, os poemas essenciais e nucleares, representativos do meu trabalho.” 

Gérmen leva-nos a mergulhar em poemas inéditos político sobre a conjuntura política interna - tendo em conta o cenário que vivemos em Portugal desde o ano de 2019, com o surgimento da extrema-direita – e também, externa, como, por exemplo, quando Samuel F. Pimenta faz uma antítese entre a realidade europeia, de países desenvolvidos, onde a correria do dia-a-dia é marcada pelo consumo de notícias e a falta de espírito crítico, e realidade de países subdesenvolvidos, onde crianças sonham com uma vida e dia-a-dia com melhores condições. 

Para além de temas políticos, também podemos encontrar temas da mitologia É o primeiro livro onde o autor expressa abertamente a questão sobre a sua orientação sexual, bem como os ataques homofóbicos de que foi alvo ao longo da vida:

“Sobre os ataques homofóbico de que fui alvo ao longo da vida

Não foi tanto pelas palavras ditas

ou pelo tom da voz.

Um grito na rua

fere tanto como um murro 

ou silêncios julgadora.

Foi antes uma sombra 

velada, violenta, feroz

a tornar os olhos baços.

Pois não era a mim que viam,

filho dos meus pais, 

mas um medo primordial 

que os faria matar-me

estou seguro

para poderem sobreviver”.

Samuel F. Pimenta

Jéssica Vassalo