Governo britânico prepara-se para mudar posição sobre dadores de sangue homossexuais. Em Portugal assunto está adormecido
A ministra da saúde britânica, Anne Milton, declarou na Câmara dos Comuns que as doações de sangue por parte de homossexuais estavam a ser reconsideradas.
Neste momento, gays e bissexuais estão proibidos de doar sangue devido a receio de contaminação do sangue com VIH. Várias vozes afirmam que esta é uma medida homofóbica e baseada em estereótipos.
A questão surgiu quando um membro do Partido Conservador declarou que o Banco Nacional de Sangue estava "desesperado por novos dadores", ao que Anne Milton respondeu: "Compreendo que tem havido alguma preocupação e que algumas destas regras são obsoletas, em breve faremos um anúncio relativamente a este assunto."
O Comité Consultivo para a Segurança do Sangue, Tecidos e Órgãos começou em 2009 um estudo sobre esta proibição e espera-se que os resultados sejam apresentados em breve. Entretanto, o governo de David Cameron publicou um documento relativamente a políticas LGBT em que o assunto estava omisso, mas o primeiro-ministro já declarou estar contra a proibição.
Em Setembro do ano passado, o grupo gay conservador LGBTory anunciou que iria começar uma campanha para acabar com a proibição de doação de sangue. Matthew Sephton, presidente do grupo, disse: "A proibição arbitrária de doar sangue a homens que têm sexo com outros homens é completamente obsoleta e deveria ser revogada. A medida que deveria ser posta em acção para a substituir ainda tem de ser estudada com base em evidências médicas, mas é um o facto que [esta medida] ainda existe apenas baseada na discriminação."
Em Portugal, a polémica em torno da questão da doação de sangue por homossexuais estalou no último Verão, à que se seguiu, já este ano, a substituição de Gabriel Olim do IPS. No entanto, o assunto parece ter ficado em hibernação para as autoridades competentes.
Lúcia Vieira/Paulo Monteiro