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O meu testemunho do Festival de Düsseldorf

Mais um ano, mais um festival da Eurovisão. Este ano, o tema foi “Feel Your Heart Beat”, “ Sente o Coração a Bater” e teve lugar na cidade alemã de Düsseldorf. A cidade estava preparada para o festival e em grande. Por todo o lado viam-se cartazes ou sinais do festival da Eurovisão.

Cheguei a Düsseldorf para assistir à segunda semifinal na Esprit Arena. Nesse dia o destaque vai para presenças marcantes a da Irlanda, Países Baixos, Suécia e Reino Unido, apesar de não actuarem essa noite e não só pelos artistas, mas sobretudo pelos fãs que não passaram despercebidos.

Em relação à presença portuguesa, assisti de forma mais discreta dado não ter gostado da canção dos Homens da Luta. Apesar da nossa canção não ser uma das favoritas, este festival ensinou-me que há que apoiar a participação e canção do seu próprio país independentemente de gostar ou não, além das canções preferidas. Muitos dos fãs apoiavam tanto a sua canção preferida como a participação do respectivo país. Muitas bandeiras hasteadas representavam as canções favoritas e não a nacionalidade e vários fãs trocavam com outros fãs. Não me vou esquecer do que me disse um fã holandês que achou estranho eu não ter uma bandeira portuguesa: “é preciso apoiar a canção do respectivo país independentemente de gostar ou não, porque é esse o espírito da Eurovisão.” Esta frase causou-me tanto impacto que acabei por comprar uma bandeira portuguesa. No dia seguinte fui aplaudido por todos, apesar da canção portuguesa ficar aquém das favoritas. Todos celebraram a participação portuguesa comigo em espírito animado. Esta celebração transformou-me, no fim do festival já dançava e a pulava cada vez que tocavam “A Luta é Alegria” no Eurovision Club na cidade de Düsseldorf.

Mas como porque é que tudo isto é relevante para a temática LGBT? O Festival da Eurovisão tem uma fortíssima presença LGBT tanto pelos fãs como pelos artistas. O Eurovision Club, fácil e compreensivelmente se confundiria com o Pride (Dia do Orgulho) numa cidade qualquer. Estavam representadas todas as subculturas LGBT desde travestis a bears. Pode-se dizer que a presença LGBT é inconfundível e que, pelo menos no Eurovision Club, era a grande maioria. Arrisco dizer que se não fossem as pessoas LGBT o festival não seria o que é. A Eurovisão e a comunidade LGBT são inseparáveis.

Presenciei a final no Eurovision Club onde todos vivenciaram uma grande alegria, solidariedade e empatia por todos os participantes. O ambiente que se criou durante todo o festival foi indescritivelmente agradável e deixou-me cheio de novas amizades e saudades . Posso constatar que senti “o coração a bater” e fiquei a não só a perceber, mas também verdadeiramente a sentir o espírito da Eurovisão no coração como no logótipo. O importante do festival não passa tanto pelo vencedor, mas sim pelo ambiente de apoio, convívio e solidariedade para que tod@s, presentes e amantes, contribuem.

 

Ricardo Duarte

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