Festa LGBT em Luanda, “Sweet Night” pretende lutar contra o preconceito
Desta vez é a sério e com direito a ampla divulgação na cidade de Luanda. Às 23:30 do próximo Sábado, no bairro do Maculusso (salão do colégio IMTJ) vai dar-se início à segunda festa LGBT e simpatizantes organizada por um colectivo composto por Bruno Fernandes, Mértula Albino, Mário Lopes, Noar Bote e Edmilson Moura.
O dezanove conversou com Bruno Fernandes que nos alinhou os principais objectivos da festa “Sweet Night”: “pretendemos que os gays, lésbicas e simpatizantes se sintam à vontade num mundo sem preconceitos”. No ano passado aquele colectivo tinha ensaiado um festa na Vila Alice, mas com menos divulgação. O sucesso foi tão grande que decidiram alargá-la a toda a comunidade luandense. O desenvolvimento económico e social registado em Angola tem aberto portas para a inclusão cada vez maior de gays, lésbicas, transgénero e bissexuais. Por isso Bruno acrescenta que o convite “está aberto a todo o tipo de pessoas que tenham vontade de se divertir”. No alinhamento de propostas musicais a festa terá muita pop, house, funk e também os ritmos nacionais angolanos do semba, do kizomba e do kuduro. Bruno Fernandes espera uma forte adesão de muitos membros da jovem comunidade LGBT, mas também de muitas pessoas que estão abertas a novas propostas. A festa é uma das expressões mais fortes da cultura angolana, por isso, como diz Bruno Fernandes “é o ponto chave da nossa cultura e por isso queremos começar por este tipo de encontros mais informais”.
Para entrar, as pessoas pagam quatro mil kwanzas (cerca de 30 euros), com direito a bar aberto e muita diversão até o sol nascer. Esta segunda edição da “Sweet Night” pretende ser o embrião de algo mais vasto e quem sabe se um dia teremos a marcha LGBT de Luanda ao que Bruno Fernandes responde : “Claro que sim, estamos cá para isso.”
André Soares