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Depois de meses e meses de pré-selecções e selecções nacionais (a Albânia foi o primeiro país a escolher a canção representante do país ainda no ano de 2009), de horas passadas a ouvir grego, russo, finlandês, e outras línguas espalhadas pela Europa, chegou a vez de partir para Oslo, e estar finalmente face-a-face com os 25 finalistas do Eurovision Song Contest 2010 (ESC). Oslo recebeu-nos com algum sol e com preços de fazer chorar as pedras da calçada. Mas quem corre por gosto não cansa, e nada como meses de trabalhos forçados para recuperar da bancarrota.

O aeroporto de Oslo estava preparado para nos receber com balões e muitos placards a dizer ‘Share The Moment’, o lema do ESC 2010. Não vou aqui fazer grandes referências à segunda semi-final, na 5ª feira, apenas o facto de a Suécia, um dos favoritos este ano entre os eurofãs (não eu), não ter passado à final. Música aborrecida, previsível, com um cheiro a Tracy Chapman, mas sem a força e inovação da cantora americana. Sábado, às 19 horas locais, lá estávamos nós na Telenor Arena a prepararmo-nos para a grande noite, the final! Bandeiras, caras pintadas, copos, sorrisos e milhões de fotografias. O ambiente era certamente de festa e de cumplicidade. Os eurofãs reconhecem-se a milhas e cantarolamos our way to 9 pm…. O show começa. Os grandes sucessos da noite na Arena foram a Noruega (surprise, surprise), a Sérvia, a Grécia que nos fez a todos cantar "OPA!", a Albânia, a Islândia, a França, a Alemanha, e a Dinamarca, que puseram os 16 mil espectadores a dançar. Estes sucessos não foram todos recompensados pelos votos dos telespectadores e júris europeus. Só a Sérvia conseguiu um top 10, ficando no 8º lugar. As grandes surpresas da noite foram a Noruega que ficou em 20º lugar e a Islândia em 19º. Infelizmente, depois de um excelente lugar na primeira semifinal, Portugal ficou-se pelo 18º na final, com uns magríssimos 43 pontos. A Filipa actuou lindamente, mas não foi o suficiente para levar o ESC finalmente para Lisboa. Uma menção para o último lugar, talvez não de todo merecido, do Reino Unido com That Sounds Good to Me, que apenas obteve 10 pontos. Mas para o ano há mais. Daqui a uns meses tudo recomeça. Fica-nos a grande alegria de Satellite, a canção vencedora, da Alemanha, nos abrir as portas de um ESC em Berlim, ou talvez Hamburgo, para o ano.

 

Ficam as recordações de muitas festas em Oslo no Euroclub, e de um Eurocafé e Eurovillage menos bem sucedidos. Fica a recordação dos flashmobs, gravados por várias cidades europeias, e em que muitos de nós participamos (eu suei bastante em Londres apesar do frio de rachar que se fazia sentir), e que permitiram um dos melhores interval acts do ESC. Fica a recordação também de muitos reencontros. De muitos encontros. Da voz rouca de tanto cantarmos e recantarmos Millim, OPA!, Je Ne Sais Quoi, My Heart is Yours, e mais OPA! e mais Je Ne Sais Quoi. De uma festa oficial de ‘fim de festa’ memorável. Muitos de nós sentem uma certa tristeza pós-ESC. Mas passará depressa. As teorias sobre votações e sobre quem foi injustiçado e merecia melhor pontuação will keep us going por umas semanas. A paixão pelo ESC manter-nos-á nos fóruns e sites a discutir o próximo ano e os anos precedentes. E também pelos vários grupos ESC no Facebook. Quem foi? Quem deveria ter sido? Como vai ser para o ano? E as pré-selecções e selecções nacionais para 2011 já estão no horizonte. Já estamos a pensar na Alemanha para o ano. Na final queremos ver Portugal. A ver se conseguimos trazer o ESC para Lisboa em 2012.

Frederico Matos, em Oslo

Lei do casamento resulta do “totalitarismo do orgasmo”

João César das Neves, professor na Universidade Católica e colunista do Diário de Notícias, considerou no seu último artigo de opinião que a lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo resulta do “totalitarismo do orgasmo”. “Esta lei não surgiu do nada. Ela constitui apenas o mais recente passo de uma vasta campanha de promoção do erotismo, promiscuidade e depravação a que se tem assistido nos últimos anos. Por detrás de leis como o aborto, divórcio, procriação artificial, educação sexual e outras está o totalitarismo do orgasmo. Parece que o deboche agora se chama ‘modernidade’”, considera. César das Neves sustenta que a nova lei “poucas consequências práticas terá. Depois do folclore momentâneo, amortecido pela crise e o campeonato do mundo, as coisas ficarão quase na mesma. Aliás, ao eliminar a aura de minoria perseguida de que têm gozado os comportamentos sexuais desviantes, vai finalmente revelar-se a sua verdadeira realidade e assim contribuir para destruir-lhes o encanto. A atitude de fundo que os suporta é a apoteose do narcisismo, fechado à fecundidade e centrado no prazer”.