O protagonista do vídeo é o pastor ugandês Martin Ssempa. Há duas décadas que é activista no combate à sida no seu país e uma voz influente nas políticas que o governo implementa na área das infecções sexualmente transmissíveis. No entanto, defende que não é com preservativos que se combate a sida, tendo até já queimado preservativos em nome de Jesus. É por isso que sustenta que a abstinência é a melhor arma contra a doença. Ssempa também quer “acabar com a sodomia no Uganda” e apoia uma proposta de lei para que a homossexualidade seja punida com prisão perpétua ou com pena de morte. A forma como descreve, numa acção de formação, a forma como a comunidade homossexual se comporta é arrepiante.
Um estudo publicado pela Stonewall, uma associação inglesa de defesa dos direitos das pessoas LGBT, revelou que os filhos de casais homossexuais eram mais felizes e menos problemáticos do que os filhos de casais heterossexuais.
Para a sua 14ª edição, o Queer Lisboa apresenta a Suíça como país convidado, num programa com um total de sete longas-metragens e duas curtas-metragens, com curadoria de Celso Junior, fundador do Queer Lisboa, Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa, e seu director até ao ano de 2004. Estarão presentes em Lisboa a realizadora Veronika Minder, que virá apresentar Katzenball e Marcel Gisler que apresentará a longa-metragem de ficção The Blue Hour.
Com curadoria da programadora italiana Ricke Merighi, que a partir deste ano integra a equipa de programadores do Queer Lisboa, na secção Queer Art, vai existir um espaço dedicado às expressões do pós-feminismo no cinema queer, com a exibição de um conjunto de documentários.
Este ano, o Festival conta com a RTP como televisão oficial, sendo o Prémio da Competição para Melhor Documentário atribuído pela RTP 2, pela compra dos direitos de exibição do filme vencedor, a passar neste canal. A Antena 3 será a Rádio Oficial do Queer Lisboa.
Mas há mais, além das secções competitivas, a secção Queer Pop, dedicada à música, continua a cargo de Nuno Galopim e as Noites Hard dedicadas ao cinema hardcore voltam a ser da responsabilidade de Luís Assis. No Espaço da Memória, haverá espaço para um olhar sobre o dramaturgo espanhol Federico García Lorca, contando com a presença do actor e encenador Luís Miguel Cintra, que recriará um excerto do espectáculo O Público. Marlene Dietrich será relembrada com a exibição do filme Morocco de Josef von Sternberg (1930), acompanhado de uma conversa evocativa com a actriz Lia Gama, justamente considerada por muitos como a Dietrich portuguesa.
A organização do festival vai também desafiar o público a colocar-se perante uma câmara de vídeo para, elaborando sobre a noção do preconceito, contribuir para a construção de um objecto de vídeo-arte/vídeo-instalação que será exposto durante a realização do Espaço da Memória, na sua edição de 2011.
E que tal um tango? O Queer Lisboa vai ainda promover um workshop de Tango Queer, a realizar no primeiro e último sábado do festival (18 e 25 de Setembro), no Clube Maxime. O workshop, constituído por duas sessões de uma hora e meia, será ministrado por Joana Ruival e Elena González. De acordo com a organização, “neste workshop estarão abolidos os códigos tradicionais dos pares homem-mulher. A liberdade sexual passa por se poder dançar com quem desejar e escolher quem lidera os passos. As pessoas poderão entregar-se ao tango sem qualquer restrição”. As inscrições, limitadas a 20 participantes, variam entre os 25 euros (feitas individualmente) e os 40 euros (pares). Informações e inscrições através do e-mail ana@queerlisboa.pt.