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Nem na mata se encontram histórias assim

Primeira-ministra islandesa a primeira a casar-se

A primeira-ministra islandesa, Johanna Sigurdardottir, contraiu matrimónio com sua companheira este Domingo, naquele que foi o primeiro dia de vigência da lei que legaliza os casamentos entre pessoas do mesmo sexo na Islândia.  Este foi também o primeiro matrimónio entre pessoas do mesmo sexo naquele país.

Aos casais que já usufruem da união civil em vigor entre pessoas do mesmo sexo, como Johanna Sigurdardottir e Jonina Leosdottir, basta pedir uma reavaliação da união o que lhes permite ficar casadas de imediato.

Recorde-se que a lei foi aprovada por unanimidade a meados deste mês pelo parlamento do país nórdico e que desde que Johanna Sigurdardottir exerce  funções governativas sempre foi pública a sua orientação sexual.

Arraial Pride: De copos no ar a celebrar a igualdade (vídeo)

"Valeu a pena!" Foi assim que os dirigentes da ILGA se dirigiram às milhares de pessoas que estavam a celebrar o orgulho gay no Terreiro do Paço na noite de Sábado em Lisboa. O meio da noite foi o momento para celebrar a aprovação no Parlamento do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Os agradecimentos para o alcance da igualdade foram dirigidos, nas palavras do presidente da ILGA Portugal, Paulo Côrte-Real, "aos deputados dos grupos parlamentares que aprovaram a lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas também a outras pessoas da sociedade civil". A votação histórica foi relembrada através de um vídeo que resumiu o que se viveu no hemiciclo.

                         

 "Estamos todas e todos de parabéns!”, exaltou o presidente da associação que organiza o Arraial Pride. Após enumerar as questões ainda pendentes, como a procriação medicamente assistida, a adopção e uma lei que reconheça a identidade de género, o activista lembrou aos presentes que "juntas e juntos conseguiremos mais”. Sara Martinho, vice-presidente da associação de defesa dos direitos dos  homossexuais, lésbicas, bissexuais e transgéneros, afirmou que existe todo um conjunto de objectivos a atingir para fazer com que as cores do arco-íris brilhem mais forte e que todas e todos podiam "continuar a contar com o trabalho da ILGA para estas lutas".

 No final do momento mais político da noite, as milhares de pessoas presentes foram convidadas a fazer um brinde,    celebrando a igualdade "já conseguida e a igualdade que vamos conseguir”. De copo no ar, foi momento para celebrar. O ambiente foi de festa que continuou até altas horas da madrugada no coração de Lisboa e no de muitos portugueses que, de todo o país vieram celebrar o orgulho LGBT. O dia tinha sido longo. Entre as actividades do Arraialito, os concertos e o interesse que despertaram a equipa de rugby masculina e os promotores do Manhunt, foram muitos os pontos de interesse da 14ª edição do Arraial Pride. Para o ano há mais.

 

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Arraial Pride: O que se dizia no Terreiro do Paço

A tarde do Arraial do Orgulho LGBT começou quente. Com a brisa começaram a chegar os primeiros visitantes atraídos por um enorme arco-íris que se estendia para além do horizonte do Terreiro do Paço, em Lisboa.

Rosa Faria, 53 anos, no seu habitual passeio de Sábado à tarde observava com curiosidade as bancas das associações e colectivos. "Hoje há aqui uma festa, sabe do que se trata?" pergunta o repórter. Rosa Faria hesita com um não e depois da explicação de que se trata das comemorações dos direitos dos homossexuais, nomeadamente a recente lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo, comenta: "É uma coisa boa, já se devia ter feito há mais tempo. Eu não sou contra o assunto, para mim não quero, mas não se sabe o dia de amanhã."

Heider Sousa e Fernanda Costa circulam pelo espaço de mãos dadas. "Viemos cá hoje sem querer. Estamos a passear, ouvimos a música, gostamos e entramos", diz Heider, que concorda com o casamento entre pessoas do mesmo sexo. “Não tenho nada contra, as pessoas só têm de gostar uma da outra e terem uma vida harmoniosa que lhes permita a adopção de crianças". "O meu melhor amigo é homossexual, ele ficou no Brasil e eu vi toda a luta interior dele" partilha Fernanda. Questionados sobre o que acham da escolha da praça mais emblemática da capital para esta festa, Fernanda e Heider estão de acordo: “´É uma tomada de atitude positiva, isto não é nenhum bicho de sete cabeças."

De seguida as nossas questões dirigem-se para Mame, senegalesa de 37 anos de visita a Lisboa e que pensa que cada pessoa é livre de viver a sua vida. "No Senegal [a situação] é muito difícil porque há muitos muçulmanos e a religião não permite que duas pessoas do mesmo sexo estejam juntas". E acrescenta que no seu país "as pessoas não têm liberdade para viver a sua sexualidade. Caso sejam descobertos vão para a prisão, são exilados e quando morrem não são enterrados nos cemitérios, vão para uma floresta", descreve.

Já ao início da noite o dezanove cruza-se com Rui, português, acompanhado por Kristian, da Macedónia. Rui participa pela segunda vez no Arraial, após nove anos de interregno e explica que esta ausência se devia ao receio de que esta fosse uma festa "pouco abrangente, em que não estivesse à vontade". Kristian refere que no seu país de origem não existe nada semelhante, nem bares, nem marchas, apenas um grande tabu à volta deste assunto. "Acho óptimo que as pessoas em Portugal possam casar-se e sinto-me feliz por estar aqui." E quanto tempo falta para que na Macedónia se faça uma festa destas? Kristian responde: "Muitos anos, talvez séculos."

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