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Seth Walsh, um adolescente californiano de 13 anos, faleceu esta terça-feira no hospital onde passou nove dias ligado às máquinas depois de uma tentativa de suicídio. Seth foi alvo de bullying por ser gay.    O jovem foi encontrado a 19 de Setembro inconsciente, depois de se tentar enforcar no ramo de uma árvore. Seth era gay assumido e foi gozado durante anos pelos colegas dentro e fora do ambiente escolar.  Após apenas duas semanas de aulas, Seth foi transferido para um programa educacional independente devido ao bullying implacável de que era vítima. Os responsáveis escolares da Jacobsen Middle School alegam não terem recebido qualquer relatório relacionado com bullying nesta escola.

Segundo as autoridades policiais não se pode processar estudantes porque “gozar não é considerado um acto criminoso”.

Judy Walsh, avó do jovem, apelou para que haja uma maior tolerância na comunidade, declarando: “Esperamos que esta comunidade desenvolva tolerância pelas pessoas que são diferentes.”

 

                     

A morte de Seth é a quarta no espaço de um mês devido a bullying anti-gay:

A 9 de Setembro, Billy Lucas de 15 anos de idade, natural de Indiana enforcou-se na casa da avó. Os seus amigos confirmaram que Lucas tinha sido atormentado durante anos devido à sua orientação sexual.

No dia 13 de Setembro, Asher Brown de 13 anos de idade, do Texas, suicidou-se com um tiro na cabeça enquanto os pais estavam a trabalhar. Os pais declararam que Asher era vítima constante de perseguição e bullying.

Na semana passada, a América voltou a ficar em choque. No dia 22 de Setembro, um caloiro da Universidade de Rutgers deixou uma mensagem de adeus na sua página do Facebook antes de se atirar da ponte George Washington. Tyler Clementi de 18 anos foi filmado sem autorização por um colega de quarto enquanto mantinha relações sexuais com um homem. O vídeo foi publicado na Internet e levou ao desespero de Tyler: “Vou atirar-me da ponte gw. lamento". O corpo de Tyler não foi encontrado, apenas se recuperaram os documentos de identificação do jovem estudante.

                            

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Duas semanas para promover a diversidade LGBT em Aveiro

 Durante os primeiros 15 dias de Outubro o núcleo local de Aveiro da associação de jovens rede ex aequo promove iniciativas culturais que visam sensibilizar as população local para a questão da discriminação de que são alvo as lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros. O dezanove foi falar com Juliana Frazão e Romeu Monteiro, de 21 anos, elementos do grupo responsável pelo evento.

 

dezanove: A sexta edição do “diversidade na cidade” arranca amanhã. Como tem sido a receptividade da cidade ao evento nos últimos anos?

Romeu Monteiro: Tem vindo a aumentar, provavelmente não só devido à mudança nas mentalidades, mas também devido à divulgação e ao espaço onde o evento ocorre. Geralmente tem vindo gente de todo o país, sobretudo membros da rede ex aequo. As pessoas de Aveiro são um pouco mais "tímidas", mas a adesão é boa, costumamos ter um número considerável de participantes. Na última edição, em Outubro de 2008, a adesão foi grande, e quando o ano passado o evento não se realizou houve muita gente a perguntar-nos quando se voltaria a realizar.  

 

Que dificuldades se deparou o grupo ao longo do tempo para organizar um evento deste género?

Normalmente o maior obstáculo costuma ser a angariação do espaço para o evento, nas datas que temos em mente, ou seja, as duas primeiras semanas de Outubro. Costuma ser algo crucial, e em que costumamos ter o apoio da Associação Cultural Mercado Negro. Em 2009 não foi possível contar com esse apoio e, infelizmente, isso acabou por se traduzir na não realização do diversidade na cidade nesse ano.  

 

Que apoios recebem?

Recebemos apoio da Associação Cultural Mercado Negro nos últimos anos, mas também da Livraria Navio de Espelhos, Teatro Aveirense e da Galeria de Design - Aveiro Meu Amor, espaços estes onde se realizaram, no passado, ciclos de cinema e/ou exposições no âmbito deste evento. De forma indirecta recebemos também apoio do IPJ e da Comissão para a Igualdade de Género, que são os maiores financiadores da rede ex aequo.  

 

Existem dados sobre o número de presenças totais na última edição em 2008? Quantas são esperadas este ano? 

A adesão tem vindo a aumentar e foi bastante significativa na última edição. No entanto, esperamos sempre que venham mais e mais. Quanto a este ano, podemos referir que na nossa página no Facebook cerca de 60 pessoas já mostraram interesse no evento. 

 

 

Que estratégias estão a ser utilizadas para fazer com que este evento chegue aos aveirenses e aos portugueses em geral?

A divulgação tem sido feita no fórum online da rede ex aequo, via mailing lists de divulgação da própria associação (só a do fórum chega a mais de 9000 pessoas), através de cartazes espalhados pela cidade e Universidade de Aveiro, e através de contactos com vários órgãos da imprensa local que noticiam as várias edições deste evento.  

 

O que têm a aconselhar a pessoas que vivam em cidades da mesma dimensão para que consigam implementar eventos deste tipo?

Um evento deste tipo por mais "simples" que pareça ser, dá bastante trabalho. É preciso planear o evento com bastante antecedência. É necessário escolher os filmes e os temas das tertúlias e das exposições. Depois angariar o espaço para o evento e promover o evento antecipadamente em todos os meios possíveis. Depois há que inaugurar o mesmo com muito ânimo e realizar o evento com base numa organização de sucesso entre-pares. Por fim, deve-se reflectir como correu e o que se poderia mudar que o próximo corra ainda melhor o próximo. Importante, é nunca desistir por mais que as portas não se estejam a abrir com facilidade.

 

Programa em: http://www.rea.pt/aveiro/diversidade/

Entrada livre.

 

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O debate T: As reacções das pessoas transexuais e das associações LGBT

Escassos foram os presentes no hemiciclo da Assembleia da República e que assistiram ao debate parlamentar desta tarde sobre as iniciativas legislativas, apresentadas pelo BE e pelo Governo, e que visam a criação de uma futura Lei de Identidade de Género. Entre os presentes contavam-se activistas que à saída do debate demonstraram ao dezanove o seu contentamento com a antevisão do cenário de aprovação da lei da próxima sexta-feira.

 

Jo Bernardo, activista

"Estou feliz e espero que [a lei] seja aprovada"

 

Sérgio Vitorino, Panteras Rosas

"Estou a ver esta situação bem encaminhada para a aprovação dos dois projectos, porque cada um tem vantagens. O do PS defende prazos máximos - se não fica tudo na mesma, isto é, dependente dos médicos. O do Bloco defende a autonomia das pessoas". O activista do colectivo Panteras Rosa referiu ainda que "o ideal é que haja uma boa discussão dos dois projectos e que a comissão discuta na especialidade ouvindo não apenas os médicos peritos, mas sobretudo as pessoas transexuais".

 

Zahra Santos

"Do que ouvi gostei e aguardo até sexta-feira. Vou estar cá sem falta", disse ao dezanove esta mulher transexual.

 

Paulo Côrte-Real, ILGA Portugal

O presidente da associação ILGA Portugal comentou ao dezanove que "foi com surpresa que ouvimos as declarações da deputada Francisca Almeida do PSD, que foi violenta nas suas considerações sobre as pessoas transexuais e sobre a importância desta legislação". Côrte-Real acrescenta que "a votação de sexta-feira poderá permitir verificar até que ponto temos ou não unanimidade nesta questão". Para o activista o importante é que esta lei, a ser aprovada, permitirá "a simplificação do processo de mudança de sexo e de nome no registo civil, o respeito pelos Direitos Humanos e, por último, a não remissão - por parte do Estado - das pessoas transexuais para uma situação de exclusão. É com base nestas três reivindicações que pedimos unanimidade aos deputados", rematou.

 

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O debate T: Posição do PSD no centro da polémica (vídeo)

O Parlamento discutiu esta tarde as propostas de mudança de identidade, que permitirão mudar de sexo e de nome no registo civil, sem necessidade de interpor uma acção judicial, como ocorria até aqui. As propostas foram apresentadas pelo Governo e pelo Bloco de Esquerda.

 

A deputada do PSD Francisca Almeida protagonizou o momento mais controverso da tarde. Segundo a deputada, a mudança de nome e de sexo no assento de nascimento “numa altura em que as contas públicas derrapam aos olhos do país” não é prioritária. Além disso, referiu que estava contra a proposta do governo, por não incluir a irreversibilidade da mudança de sexo e que "as pessoas tenham de abdicar das faculdades reprodutivas".  Para Francisca Almeida, o PSD não é indiferente aos direitos da comunidade transexual, sendo esta uma causa de “inquestionável sofrimento” e assegura ver a vantagem de retirar esta questão dos tribunais. A deputada reconfirmou que “a direcção do partido dará inteira liberdade de voto nesta matéria” aos deputados laranjas, mas não se “absterá de discutir na especialidade” alguns aspectos. Apesar de a discussão ter decorrido hoje, a votação das propostas está agendada para sexta-feira. A também deputada do PSD Teresa Morais, recordou que ainda ontem tinha recebido a associação ILGA Portugal pelo que não reconhecia a insinuação de “retrógrados”  de que foram alvo e negou que o partido defenda a “esterilização forçada” das pessoas transexuais, mas apontou que não se pode permitir que “uma mulher que queira ser homem [transexual F-M] não assuma esse sexo por inteiro”.

O secretário de Estado da Justiça José Magalhães, iniciou o debate desta tarde relembrando que tem sido o Estado “a manter as pessoas transexuais agarradas a documentos de identificação antigos” face àquilo que as pessoas são”. O secretário de Estado acrescentou que esta não era uma questão fracturante e que apenas se estão a seguir recomendações internacionais já antigas. “Estas pessoas têm de viver com a amarga situação de ter papéis que não correspondem a si. Pretendemos assim criar um procedimento célere e simples.” No entanto, foram as declarações da deputada Francisca Almeida do PSD que mereceram o reparo da tarde por parte de José Magalhães. Magalhães afirmou julgar estar a ouvir as declarações da deputada há 100 anos atrás e não à data de hoje: “Não se fala assim dos direitos das minorias, sra. deputada Francisca Almeida”. Ainda em contra-resposta à deputada Teresa Morais, deixou a nota que “se quer acabar com o sofrimento dos transexuais [o PSD] pode votar nesta lei”.  

 

Os problemas na hora do voto, dos cuidados de saúde ou na compra de casa

José Soeiro, pelo Bloco de Esquerda, lembrou que “em Portugal existe hoje um vazio legal que não reconhece estas pessoas”. O deputado afirmou que “a ausência completa de reconhecimento destas pessoas é notória em questões aparentemente tão simples como o exercício do direito de voto, acesso aos cuidados de saúde básicos ou na compra de uma casa” e que “o projecto do BE pretende retirar este processo dos tribunais e começar a reconhecer os direitos a estas pessoas”. Numa segunda intervenção, e em resposta à deputada do PSD Francisca Almeida, José Soeiro salientou que as pessoas transexuais “não vivem num país à parte. Elas também estão desempregadas, também sofrem, têm todos os problemas dos restantes portugueses e ainda mais um, a discriminação. Os Direitos Humanos têm de ser sempre uma prioridade”. Soeiro relembrou que “em Espanha uma lei semelhante à agora proposta do Bloco foi aprovada por unanimidade do senado espanhol”.

 

Para Miguel Vale de Almeida, deputado independente eleito pelas listas do PS, este projecto do Governo “vem colmatar uma lacuna legal que afecta a vida das pessoas transexuais” Vale de Almeida pediu ainda desculpa aos presentes pelo “insulto” que a deputada do PSD proferiu alegando que este debate não seria prioritário face à situação económica do país. Numa segunda intervenção, o mesmo deputado afirmou que o essencial é ultrapassar o ‘calvário’ de discriminações a que estas pessoas estão sujeitas, reconhecendo os seus direitos e a sua dignidade.  

 

CDS diz que trans “merecem o nosso respeito”; PCP e PEV vão votar a favor

A deputada do CDS-PP, Isabel Galriça Neto frisou que “independentemente de vivermos uma situação grave no país, estas matérias merecem o nosso respeito. São pessoas que não nos são indiferentes, são pessoas com uma identidade, não as pretendemos diminuir.” No entanto, destacou que “é para nós [CDS-PP] fundamental que exista uma prova irreversível que justifique esta tomada de decisão [mudança de sexo e de nome] e lamentamos que o Governo não tenha efectuado um amplo debate sobre esta matéria”.

João Oliveira, pelo PCP, referiu que “esta questão merece a concordância do PCP. Apesar de entre si diferentes, o PCP acompanhará ambas. A [proposta] do Governo parece-nos mais ajustada em termos de economia processual”.

Pelo PEV, José Luís Ferreira, relembrou que “o reconhecimento de género em Portugal pode demorar quase uma década. A uma pessoa transexual é-lhe obrigada a viver uma realidade que a impede de acedera cuidados básicos de saúde” Os Verdes consideram urgente legislar o reconhecimento de género das pessoas transexuais e, por isso, vamos votar a favor de ambas as propostas”

A presidir a sessão parlamentar estavam a secretária de Estado da Igualdade, Elza Pais, José Magalhães, secretário de Estado da Justiça e da Modernização Judiciária, e o ministro dos Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão.       

A votação das propostas ocorre esta sexta-feira, dia 1 de Outubro, ao final da manhã.                        

                                

Declarações da deputada Francisca Almeida do PSD - Créditos: SAPO Vídeos

Paulo Monteiro, Rui Oliveira 

                            

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Humphrey Bogart dormiu com 1000 mulheres por medo de ser gay

 Uma nova biografia do actor Humphrey Bogart alega que este dormiu com mil mulheres porque tinha medo de ser gay.

“Humphrey Bogart, the Making of the Legend” é o título da biografia escrita pelo jornalista Darwin Porter e afirma que antes de ter casado com Lauren Bacall em 1945, a super estrela terá dormido com aproximadamente 1000 mulheres incluindo Bette Davis, Jean Harlow, Marlene Dietrich e Ingrid Bergman.

O livro, que irá ser publicado no próximo mês nos Estados Unidos, alega que o Bogart era atormentado por receios de ficar impotente ou ser homossexual e que até considerou cometer suicídio durante o segundo casamento. Há rumores de que o actor dormiu com uma mulher diferente quase todas as noites durante os anos 20, quando actuava na Broadway.

Darwin Porter declarou que estava a tentar fazer concorrência à sua primeira mulher que teve várias amantes. Ambos eram perseguidos pelas mesmas mulheres, incluindo a estrela de Jazz Louise Brooks e a extravagante actriz e apresentadora de televisão Tallulah Bankhead."

Joan Blondel, uma das ex-namoradas do actor, declarou: "O fecho foi inventado em 1926. O 'Bogie' exigiu que se pusesse um fecho éclair em todas as suas calças, assim era mais rápido para o acto sexual. Nesse tempo ele era bastante activo, e era bem parecido antes de começar a perder o cabelo."

Comunidade LGBT protesta contra “violações correctivas” na Jamaica

 Um grupo de pessoas da organização Jamaica Forum for Lesbian All-Sexuals and Gays (J-FLAG) organizou um protesto silencioso em “Emancipation Park” em Kingston, capital jamaicana, em resposta a duas acções perpetradas por homens armados que atacaram sexualmente duas lésbicas, no início deste mês.

Lord Anthony Gifford, advogado defensor dos direitos humanos em várias partes do mundo, esteve presente neste protesto declarou: “A questão da violência contra a comunidade LGBT é um problema de direitos humanos e estou aqui porque acho que é importante chamar a atenção do público para este problema.”

Susan Goffe, membro da associação Jamaicans for Justice, adiantou: “é importante perceber que o efeito da retórica homofóbica é que as pessoas pensam que não faz mal atacar membros da comunidade LGBT. O Estado deve declarar sem sombra de dúvida que defende e protege os direitos de todas as mulheres, independentemente da sua orientação sexual. Os actos cometidos contra estas mulheres devem ser condenados e punidos.”

O protesto só durou cerca de meia hora e contou com um número reduzido de participantes tendo em conta o ambiente perigoso em que a comunidade LGBT vive na Jamaica. O sentimento anti-gay está muito presente na sociedade jamaicana. É habitual que artistas locais clamem pela morte dos homossexuais nos seus concertos e álbuns.

A homossexualidade é ilegal na Jamaica e punida com cerca de dez anos de prisão. Maus tratamentos pela polícia, ameaças de morte, assassínios e estupros ocorrem regularmente perante a indiferença oficial.

“As pessoas trans são o grupo mais invisível da comunidade LGBT” (vídeo)

A 22 de Fevereiro de 2008, dois anos após o assassinato de Gisberta, o deputado do Bloco de Esquerda José Soeiro organizou a primeira audiência parlamentar que contou pela presença de pessoas trans. Agora, é o responsável pelo projecto do Bloco que pretende simplificar a mudança de sexo e de nome próprio no registo civil e que será discutido na Assembleia da República na quarta-feira. Em entrevista ao dezanove, José Soeiro sustenta que existe uma maioria para aprovar as mudanças à lei e aponta alguns caminhos que podem ser seguidos para diminuir a discriminação de que as pessoas trans são alvo.

 

dezanove: Acredita que a lei de mudança de género tem condições para reunir uma maioria no Parlamento de forma a que seja aprovada na próxima quarta-feira?

José Soeiro (JS): Sim. O Bloco apresentou em Junho o seu projecto. Uns meses mais tarde, o governo apresentou também a sua proposta, que pretende responder às mesmas preocupações que o projecto de lei do Bloco. Basicamente, reconhecer a identidade de género das pessoas transexuais e retirar todo o processo de alteração do registo do sexo e do nome dos tribunais. Em Espanha uma lei idêntica foi aprovada no Senado sem votos contra. Creio que em Portugal haverá uma maioria para passar estes dois projectos.

 

Como é que encara a forma como a imprensa tem retratado este assunto? É um sinal de que ainda existe muito desconhecimento sobre a questão trans em Portugal?

As pessoas trans são o grupo mais invisível da comunidade LGBT. Frequentemente, a imagem pública que se constrói dos e das trans é uma caricatura, entre a pura confusão com a realidade travesti e o retrato da prostituição. Felizmente, tem havido alguns trabalhos jornalísticos que têm dado tido uma maior atenção no tratamento desta população, restituindo-lhe a palavra própria e a dignidade de serem respeitadas.

 

Os transexuais, já referiu por várias vezes, são o grupo social com a taxa de desemprego mais alta, provavelmente à volta dos 90%. Para além da aprovação da nova lei, o que é que pode ser feito para diminuir esta discriminação?

Tem de haver muito trabalho cultural e social, muito mais visibilidade, maior auto-organização, uma educação contra os preconceitos, maior informação sobre a sexualidade e as identidades de género. Tem de haver formação para quem trabalho nos serviços públicos, dos hospitais à polícia. Tem de haver provavelmente medidas de discriminação positiva em várias áreas.

 

 

Nota: Vídeo editado pelo Esquerda.net, site oficial do Bloco de Esquerda

 

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O melhor filme do Queer Lisboa, segundo o júri (vídeo)

Descrito na sessão de encerramento por Rita Blanco (membro do júri da secção competitiva para a melhor longa-metragem) como um “granda filme”, “El Último Verano de La Boyita” (2009, Julia Solomonoff) venceu dois dos prémios no Queer Lisboa 14, Melhor Filme e Melhor Actriz (entregue em ex aequo às três actrizes do filme). “Através da história de amizade entre uma jovem curiosa e um hermafrodita, o filme oferece-nos um exemplo de empatia e solidariedade, combinando beleza e crueldade. Evitando julgamentos, clichés e superficialidade, frequentemente presentes em filmes convencionais com crianças”, foi com estas palavras que o júri justificou a atribuição do prémio.

La Boyita é uma caravana e um esconderijo mágico, um lugar de refúgio para Jorgelina (Guadalupe Alonso), uma rapariga curiosa, a entrar na adolescência. De partida para umas férias no campo na companhia do pai, ela conhece Mario (Nicolás Treise), que já trabalha na quinta da sua família. Um dia, de regresso de um passeio a cavalo, ela descobre uma mancha de sangue na sela de Mario e uma outra nas suas calças. Jorgelina procura compreender, mas Mario, envergonhado e inseguro, não faz ideia de por que razão não é como os outros rapazes. Esta revelação, em vez de os separar, faz com que a amizade de ambos se torne ainda mais forte.

Co-produzido pela El Deseo de Pedro Almodóvar esta longa-metragem é mais uma prova de que o cinema argentino está a passar por uma fase de grande fulgor e de grande qualidade. O exemplo mais conhecido é o filme “El Secreto de Sus Ojos” (2009, Juan José Campanella) que venceu o Oscar para Melhor Filme em Língua Estrangeira este ano.

A actriz Rita Blanco, o escritor José Luís Peixoto, a directora artística e programadora Michèle Philibert, o jornalista Thomas Abeltshauser e o jornalista e realizador Gorka Cornejo compuseram o júri que avaliou a secção competitiva para melhor longa-metragem do Queer Lisboa. No próximo ano, o festival decorre entre 16 a 24 de Setembro.

Luís Veríssimo

Scissor Sisters em Lisboa para concerto privado (vídeo)

 

No próximo Domingo, 3 de Outubro, os Scissor Sisters vão dar um concerto privado para cerca de 500 pessoas. A iniciativa é da TMN e destina-se aos clientes Moche da operadora. “Num local mistério, a desvendar oportunamente, este concerto unplugged destina-se aos clientes TMN que seguirem à risca, nos próximos dias, as pistas que forem deixadas pela comunicação da marca”, refere a TMN em comunicado. As acções serão promovidas durante a semana na Rádio Comercial e no site da TMN. A banda norte-americana formada em 2001 saltou da cena musical de Nova Iorque para o mundo com álbuns que mereceram a preferência dos públicos mais distintos: Night Work (2010), Ta-Dah (2006) e Scissor Sisters (2004). Esta será a primeira apresentação em Portugal do último álbum da banda: Night Work.

 

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“Os direitos são sempre prioritários”

 

A Assembleia da República vai discutir esta quarta-feira a proposta de lei do Governo e o projecto do Bloco de Esquerda para simplificar a mudança de sexo e de nome próprio no registo civil. O dezanove falou com o deputado independente eleito pelas listas do PS, Miguel Vale de Almeida, sobre as expectativas para a aprovação da lei e sobre as próximas iniciativas parlamentares.

 

dezanove: A lei de mudança de género tem condições para reunir uma maioria no Parlamento de forma a que seja aprovada na próxima quarta-feira? Haverá disciplina de voto no PS?

Miguel Vale de Almeida: Certamente. Não só uma maioria de esquerda, mas também votos das bancadas mais à direita. Definitivamente não é uma questão "fracturante". Quanto à disciplina de voto, há que perguntá-lo à direcção da bancada.

 

Vários sectores da sociedade já referiram que não percebem a pertinência em discutir esta questão numa altura de crise financeira, como aquela que o país atravessa. Quererá isto dizer que ainda existe muito desconhecimento sobre a questão trans em Portugal?

Sim, muito desconhecimento. Ou então muita maldade face ao sofrimento e humilhação por que muitas pessoas transexuais têm de passar. E nunca compreendo esse "argumento" da prioridade e pertinência. Não só os direitos são sempre prioritários como não se pode legislar sobre a resolução de uma crise económica e social.

 

Em termos de actividade parlamentar, quais serão as próximas iniciativas da bancada do PS ou do próprio Vale de Almeida que poderão ter impacto junto da população LGBT?

Há que alterar o possível na Lei da Procriação Medicamente Assistida, que actualmente trata as mulheres como dependentes de um homem, e há que fazer pedagogia para tornar possível resolver as questões de adopção e co-adopção na próxima legislatura.

À procura do top model do Manhunt em Portugal

Pela primeira vez o portal Manhunt vai eleger o Top Model Manhunt Portugal. As inscrições são feitas online e decorrem até ao dia 10 de Outubro. Caberá à equipa do Manhunt seleccionar os 12 finalistas. Os utilizadores do mundo inteiro poderão votar nos seus modelos favoritos entre 15 de Outubro e 14 de Novembro. A 17 de Novembro será conhecido o vencedor. Segundo os organizadores, os vencedores receberão prémios doados pelos patrocinadores do concurso em cada país e a oportunidade de aparecer na homepage do Manhunt e nos eventos organizados pelo Manhunt no ano 2010 e 2011. Além disso, o Manhunt pretende também criar um calendário para 2011 com os finalistas, este será depois distribuído em eventos e através do site Manhunt.net. O dezanove é media partner desta eleição.

“O nosso sangue é todo igual” nas ruas do Porto

Hoje e amanhã decorre no Porto a campanha “Mais Igualdade! – o nosso sangue é todo igual!” que pretende denunciar a discriminação que ainda existe na selecção dos doadores de sangue em função da orientação sexual. Esta situação é, por exemplo, praticada no Hospital de Santo António, no Porto. A campanha é promovida pela Associação CASA - Centro Avançado de Sexualidades

e Afectos, e conta com a distribuição de flyers nas ruas do Porto e pela colocação de um cartaz no Hospital de Santo António. “ A CASA vem publicamente, uma vez mais, exigir o cumprimento, em concreto, da recomendação aprovada em Assembleia da República, posteriormente reforçada pela Secretária de Estado da Igualdade, Elza Pais, e vem denunciar, publicamente, a manutenção da atitude discriminatória, reservando-se o direito de levar a cabo outras iniciativas enquanto tal situação se mantiver. Dar sangue é um acto de generosidade que não pode permitir discriminação! O HIV/SIDA transmite-se por comportamentos sexuais de risco e não pela orientação sexual”, declara a associação em comunicado.

Lésbicas demonstraram o seu orgulho no Soweto

"Justiça para Zoliswa Nkonyana. Zoliswa foi assassinada por ter ousado dizer: “não somos marias-rapazes, somos lésbicas"

 

Sob o tema “Abraçar a Diversidade”, milhares de lésbicas sairam ontem às ruas do Soweto  para celebrar a sua sexualidade e humanidade no Dia do Orgulho Gay. A cidade do Soweto situa-se contígua à capital, Joanesburgo, e foi estabelecida em 1963, para juntar sob uma mesma administração, um conjunto de bairros exclusivos para negros durante o período do Apartheid.

O Soweto Pride é organizado pelo Forum for the Empowerment of Women (FEW), que promove a tolerância da diversidade sexual em bairros desfavorecidos. O evento relembrou ainda as vítimas e sobreviventes de crimes motivados pelo preconceito no Soweto – incluindo imigrantes que enfrentam violência xenófoba e outros grupos minoritários que são estigmatizados e discriminados.

Ao programa político no final da marcha seguiu-se um programa cultural para celebrar as lutas e vitórias da comunidade negra lésbica em particular, o movimento das mulheres lésbicas, bissexuais e transgénero. Várias personalidades dos campos político, religioso e comunitário foram convidadas para uma palestra onde denunciaram crimes motivados por ódio.

O Soweto Pride é também uma oportunidade para a comunidade lésbica sul-africana criar um espaço político e social de visibilidade. Phindi Malaza, a coordenadora da programação do Pride declarou que este evento oferece a oportunidade para a sociedade expressar a sua solidariedade e apoio à comunidade LGBT e continuou “o objectivo do Soweto Pride é assegurar que as lésbicas que aqui vivem deixem de ser vítimas de ataques homofóbicos ou qualquer outro tipo de crime. Queremos que estas mulheres se sintam seguras e protegidas não só neste dia, mas sempre.”

Dikeledi Sibanda da FEW apontou que o tema escolhido para este ano foi a maneira encontrada para incluir o público em geral, mesmo que não pertença à comunidade LGBT. No entanto, foi o homicídio de Zoliswa Nkonyana, em 2007, com apenas 19 anos de idade que chocou o país e mais contribuiu para aproximar o público da comunidade LGBT. Recorde-se que segundo as estatísticas as lésbicas sul-africanas são alvo de mais de meio milhão de estupros por ano.

As comemorações do Pride em Joanesburgo estão marcadas para o próximo Sábado.

 

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Q: Os vencedores do Queer Lisboa 14

Foram esta noite conhecidos os vencedores do Queer Lisboa 14 na Cerimónia de Encerramento que encheu o Cinema São Jorge. A Sétima Arte argentina arrecadou três galardões Melhor Filme (El Último Verano de la Boyita), Melhor Actor (Lucas Ferraro em Plano B) e Melhor Actriz (Guadalupe Alonso, Mirella PascoalNicolas Treise em ex aequo no filme El Último Verano de la Boyita).

O júri da Secção Competitiva para a Melhor Longa-Metragem, formado pela actriz Rita Blanco, o escritor José Luís Peixoto, Michèle Philibert, directora artística e programadora, pelo jornalista e crítico Thomas Abeltshauser e pelo jornalista e realizador Gorka Cornejo escolheu para filme vencedor El Último Verano de la Boyita, de Julia Solomonoff (Argentina). Segundo o Júri "através da história de amizade entre uma jovem curiosa e um hermafrodita, o filme oferece-nos um exemplo de empatia e solidariedade, combinando beleza e crueldade. Evitando julgamentos, clichés e superficialidade, frequentemente presentes em filmes convencionais com crianças." A película vencedora receberá um prémio, no valor de 1.000 euros, patrocínio da Absolut Vodka.

 

O filme Open recebeu uma Menção Honrosa atribuida pelo júri pela "sua autêntica, ousada e comovente representação da vida e amor queer, desafiando os conceitos de género e identidade."

 

O prémio para Melhor Actor foi para Lucas Ferraro pela sua performance em Plan B, de Marco Berger. "O actor, de modo convincente e cativante, guia-nos através das suas inseguranças enquanto explora a sua sexualidade e questiona as suas próprias definições de masculinidade." Em relação ao prémio para a Melhor Actriz o Júri decidiu premiar as três performances femininas do filme El Último Verano de la Boyita, de Julia Solomonoff: Guadalupe Alonso, Mirella Pascoal e também Nicolas Treise. Esta decisão especial baseia-se na "leveza com que encarnam os três complexos papéis. Enquanto Guadalupe nos encanta e contagia com o seu generoso olhar sobre a vida, Mirella constrói com mestria uma abordagem subtil e complexa ao que é ser mãe de uma criança queer. Nicolas Treise tem uma representação queer e sincera, ao mesmo tempo contida e comovente."

 

O júri formado pela realizadora Veronika Minder, em conjunto com Rui Pedro Tendinha, jornalista de cinema, e Adília Godinho, da RTP, escolheu o documentário Angrarna - Regretters para o filme vencedor da Secção Competitiva para o Melhor Documentário. Realizado por Marcus Lindeen (Suécia), Regretters é, para o Júri, "pela forma como cruza o teatro com a vida, sempre com um cuidado cinematográfico notável" um filme que nos desvenda "duas histórias surpreendentes que levantam questões de identidade/género, e a própria existência". Mikael e Orlando encontram-se pela primeira vez para falarem das suas vidas, com mais de 60 anos de idade, e também acerca do seu maior remorso: a mudança de sexo para se tornarem mulheres. O prémio é de 3000 euros, atribuído pela  RTP2, a televisão oficial do evento, pela compra dos direitos de exibição do filme.

 

A Menção Especial do Júri vai para I Shot My Love, realizado por Tomer Heymann (Israel), merecedor de destaque segundo o júri "pela bravura de uma exposição íntima inédita". O Júri acrescenta que este documentário "redefine as fronteiras da intimidade em cinema".

 

O vencedor da Secção Competitiva para a Melhor Curta-Metragem, escolhido pelo público, foi a curta-metragem Toiletzone, realizada por Didier Blasco (França), que relata, sob o olhar de Théo, a estranha realidade vivida num WC de um grande centro comercial. O prémio, no valor de 500 euros, é patrocinado pela Manhunt.

 

A data da 15ª edição do Queer Lisboa irá decorrer de 16 a 24 de Setembro de 2011.

 

Trailer de El Último Verano De La Boyita

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Fotos da sessão de encerramento aqui.

O beijo gay mais longo do mundo (vídeo)

Dois amigos norte-americanos bateram o record do beijo mais longo de sempre, que se prolongou por quase 32 horas. Matty Daley e Bobby Canciello são estudantes, esperam com este feito escrever os seus nomes no Guiness, o Livro dos Recordes, e assim chamar a atenção para o Projecto Trevor, uma linha de ajuda para a prevenção do suicídio entre a juventude LGBT.

A proeza teve início no campus da Universidade de Nova Jersey às 11h32 da manhã de Sábado, 18 de Setembro, e só terminou no dia seguinte às 20h02, perfazendo  exactamente 32 horas, 30 minutos, 45 segundos e 20 milisegundos.

As regras do Guinness obrigam a que os concorrentes não se possam sentar, ir à casa de banho ou usar fraldas para adultos. A prova tem de ser feita em público e os lábios dos participantes têm de estar sempre em contacto.  Matty e Bobby prepararam-se para este beijo durante meses, estando de pé durante horas no mesmo lugar e elaborando um sistema de linguagem gestual para quando tivessem de se mover ou esticar os músculos.

Este beijo foi visto em directo pela internet e o júri do Guinness irá rever a filmagem para confirmar se o recorde foi de facto alcançado.

Depois do evento, os participantes queixaram-se de dores musculares, no entanto, dizem que“valeu a pena” para dar visibilidade à comunidade LGBT.  O par recebeu várias mensagens de encorajamento, entre as quais: “por vossa causa sinto-me muito melhor com a minha sexualidade e acho que me vou assumir perante os meus pais.” Ao ler esta mensagem, os estudantes declararam: “A dor valeu bem a pena. Assim que li esta mensagem foi tipo, quero lá saber da dor, isto é que é importante.”

O par acredita que bateu em 23 minutos o record anterior que pertence a um casal alemão, Nicola Matovik e Kristina Reinhart.


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Campillo de Ranas, "a capital europeia" do casamento entre pessoas do mesmo sexo

Campillo de Ranas é uma pequena cidade espanhola que fez notícia porque o presidente da câmara local pretendia torná-la a capital europeia do casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Corria o ano de 2005 quando o parlamento espanhol aprovou a lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a adopção. Em algumas cidades espanholas, como por exemplo Valladolid, os presidentes de câmara (que oficiam os casamentos civis) interpuseram recurso contra a implementação da lei. É aqui que entra Francisco Maroto (sic), o Presidente da Câmara de Campillo de Ranas, uma pequena cidade com apenas 50 habitantes perdida nas montanhas de Guadalajara. Maroto quis mostrar que a luta do preconceito pode começar em qualquer lugar e que iria permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo. 

Em 2007 Andrés Rubio decide transformar a história de Campillo de Ranas num documentário, que já foi exibido no Queer Lisboa em 2008, e hoje será reposto na RTP2 às 23:45. No documentário é retratada a história de Ray e Pepe que vão a Campillo para se casar.

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Q: É o Plano B e fecha o Queer Lisboa (vídeo)

 

Na Gala de Encerramento do Queer Lisboa 14, além de serem conhecidos os vencedores do festival, será exibida a longa-metragem argentina “Plan B” (2009) de Marco Berger. Depois da namorada Laura (Mercedes Quinteros) terminar a relação com Bruno (Manuel Vignau) e começar a namorar com Pablo (Lucas Ferraro), Bruno engendra um plano para se vingar. Laura, uma rapariga moderna, continua a ver Bruno. Este torna-se amigo de Pablo com o intuito de desgastar e minar a relação do casal, e de o apresentar a outras mulheres. Mas surge-lhe uma outra ideia mais eficiente, um plano B. Plano esse que vai pôr a sexualidade de ambos em causa.

Diz-se que a vingança é um prato que deve ser servido frio. Quando se formulam planos de vingança tem que se ter sempre em conta o inesperado, o imprevisto, o que não se consegue controlar. Sem grandes floreados, nem cenas românticas, este filme dá-nos um retrato verdadeiro de como não se deve brincar com os sentimentos e de como a paixão pode surgir da situação mais estranha, sem se estar à espera.

Marco Berger tem a astúcia e o desplante de nos dar a conhecer uma outra Argentina. Sem uma nunca imagem estilo bilhete-postal. Tal como as personagens do filme são pessoas que de tão comuns que o são se tornam únicas e singulares. É aqui que reside a tónica deste “Plan B”. Todos temos um plano para as nossas vidas, mas às vezes vemo-nos forçados a percorrer caminhos desconhecidos e isso é tão assustador, tal como o amor o é.

O filme “Plan B” integra a Gala de Encerramento do Queer Lisboa, que está marcada para as 21h de sábado, dia 25. O filme será antecedido da projecção da curta-metragem “14.3 seconds” de John Greyson. O Queer Lisboa vai entregar os prémios de melhor filme, melhor actriz, melhor actor, melhor documentário e melhor curta-metragem.

Luís Veríssimo

             

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Sacha Baron Cohen vai interpretar o papel de Freddie Mercury

Sacha Baron Cohen vai interpretar Freddie Mercury num filme sobre a vida do cantor da banda Queen.
O actor é mais conhecido pelos seus papéis cómicos em Borat ou Bruno, o jornalista de moda gay.
 
O projecto vai ser co-produzido por Robert de Niro e conta com o apoio dos músicos da banda, o guitarrista Brian May e baterista Roger Taylor que serão os consultores musicais.
 
Brian May disse à BBC que Sacha Baron Cohen já tinha expressado o seu interesse em interpretar o papel do cantor há dois anos. E acrescentou: “Temos o Sacha Baron Cohen, o que provavelmente será um choque para muita gente, mas ele tem estado em diálogo connosco há muito tempo. Ele faz parte deste projecto desde que começamos a falar seriamente com Peter Morgan há uns anos.”
 
O filme irá focar principalmente os dias antes da actuação dos Queen no Festival LiveAid em 1985.
 
Ainda não existe um realizador para o projecto, no entanto, sabe-se que será produzido pela GK Films com a colaboração da produtora Tribeca de Robert De Niro.
 
“Freddie Mercury era um artista inspirador e com Sacha Baron Cohen no papel principal, associado ao argumento de Peter Morgan e o apoio dos Queen, temos a combinação perfeita para contar a verdadeira história por trás do sucesso da banda" disse Graham King da GK Films.
 
Freddie Mercury morreu em 1991 devido a sintomas relacionados com o HIV.

 

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Portugal precisa de um dia que assinale a bissexualidade?

O dia da bissexualidade celebra-se internacionalmente a 23 de Setembro, aniversário da morte de Sigmund Freud, o primeiro teórico que falou da existência da bissexualidade.

 

Em Espanha a data será assinalada pela terceira vez pelas associações LGBT. Hoje às 19 horas será possível ver a maior bandeira bissexual da Europa junto às Puertas del Sol, local de passagem obrigatória daqueles que visitam Madrid.

Com as actividades previstas do outro lado da fronteira (em que se incluem ciclos de cinema, sessões de esclarecimento, manifestações, workshops e festas), pretende-se dar visibilidade à realidade bissexual, isto é, capacidade de uma pessoa se sentir emocional e sexualmente atraída independentemente do sexo ou género, não necessariamente ao mesmo tempo, nem com a mesma intensidade. Em simultâneo procura-se ultrapassar o preconceito de que “marcha tudo, seja homem ou mulher” relacionado com esta orientação sexual. Antonio Poveda, presidente da FELGTB (Federación Española de Lesbianas, Gays, Transexuales y Bisexuales) recorda que “tal como a bissexualidade é uma orientação com identidade própria, a bifobia é uma discriminação específica que devemos lutar com educação e visibilidade”. Durante o fim-de-semana decorrerá o Primeiro Encontro de Bissexualidade em Espanha em Getafe, nos arredores de Madrid.

Paula Valença, activista e fundadora do grupo Ponto Bi, não hesita em comentar ao dezanove que a letra B é a mais invisível” do movimento LGBT. “Isto deve-se a vários factores. As nossas lutas são, na maior parte, as mesmas da população lésbica, gay e trans. Movemo-nos nos mesmos círculos e, dependendo do contexto, somos frequentemente catalogados de heterossexuais ou gays/lésbicas ou simplesmente no armário.”

Mas quais são os preconceitos mais comuns que se um bissexual tem de lidar? “Os bissexuais sofrem de preconceitos e marginalização tanto de heterossexuais como de gays/lésbicas. Um dos mais frequentes é 'não existem bissexuais' ou variantes como 'tu não és bissexual, simplesmente ainda não decidiste/saíste do armário' ou que é uma fase, ou que estás confuso.” Mas há mais: “Outro frequente é que um bissexual não consegue ser fiel, que dorme 'com tudo o que se mexe' ou que eventualmente há-de trair o parceiro por alguém do sexo oposto. Por qualquer razão, muitas pessoas estão convencidas que bissexual significa estar com ambos os sexos ao mesmo tempo”, refere Paula Valença.

Apesar de não estar agendado qualquer evento para Portugal a propósito da data, Paula Valença deixa um conselho: recordar ao mundo que a bissexualidade existe. “Sei que há muitas pessoas que no seu espaço tencionam ser um bocadinho mais visíveis neste dia. Às vezes com algo tão simples como bradando a quem os ouvir que é o dia Internacional de Visibilidade Bissexual.”

 

Movimentos bi

O Ponto Bi “encontra-se em hiato”, refere a fundadora. No entanto, não quer dizer que a comunidade bissexual esteja parada. “Muitos activistas associados ao Ponto Bi estão em associações ou outros colectivos nos quais garantem a representação bissexual e uma das maiores necessidades como luta contra a bi-discriminação: educação. Há uns meses surgiu também uma associação com sangue novo em Coimbra, Associação B VisiBilidades, nascida de um blogue”, refere.

 

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