“Temos de pôr fim à morte das mães e à infecção dos seus filhos com o VIH”, afirmou o director executivo da Agência das Nações Unidas para a Sida (ONUSIDA), Michel Sidibé, considerando que, “em 2015, pode ser possível eliminar a transmissão do vírus de mães para filhos”. Os especialistas da ONU, refere a agência Lusa, sustentam que para conseguir esse objectivo é preciso “chegar aos membros mais marginalizados da sociedade”.
Por seu lado, o director executivo da Unicef, Anthony Lake, defendeu durante a apresentação do quinto relatório sobre as crianças e a sida, que “para que haja uma geração livre de sida, há que fazer muito mais em benefício das comunidades mais vulneráveis”. O documento revela que todos os anos nascem no mundo 370 mil crianças com o vírus VIH. Calcula-se que em Portugal sejam apenas dois casos por ano, devido à acção dos anti-retrovirais.
Os portugueses realizam mais de um milhão de testes de rastreio da sida por ano, adiantou hoje o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Manuel Pizarro. A realização de “um milhão de testes anuais para o vírus do VIH é um aspecto muito importante” e deve ser “incorporado naquilo que é a prática normal, sobretudo nos cuidados de saúde primários”, considerou, citado pela Lusa. “Faz toda a diferença fazer um diagnóstico mais precoce e esse é talvez um dos problemas no qual ainda falhamos um pouco”, referiu o mesmo responsável durante a conferência "Sida: Prevenção, Informação e Diagnóstico", que decorrer no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
Os Centros de Aconselhamento e Detecção Precoce do VIH (CAD) são locais de diagnóstico que permitem o acesso voluntário, confidencial e gratuito ao teste do VIH. Consulta aqui a lista de CAD onde se pode fazer o teste.
A equipa de pólo aquático de Singapura pediu desculpas pelos calções de banho que usou nos Jogos Asiáticos. É que a meia lua da bandeira situava-se numa zona dos calções considerada pouco apropriada. O governo considerou o episódio “lamentável”, justificando que “os elementos da bandeira têm de ser tratados com dignidade”. “Lamentamos profundamente se ofendemos alguém. Não era nossa intenção insultar o país”, referiu o responsável da equipa Samuel Wong. A meia lua da bandeira é uma referência à nação jovem e próspera e não tem qualquer ligação com a fé islâmica, já que a cidade-Estado é, maioritariamente, budista.
“Para Ellen, por me mostrar o que beleza é”, é assim que Portia DeGeneres dedica a sua autobiografia à estrela norte-americana. Mas a história de sua homossexualidade, assim como a do relacionamento com Ellen, que começou quando ela já estava em processo de cura da anorexia, ficam em segundo plano no livro da actriz australiana. Anteriormente conhecida como Portia de Rossi, passou a partilhar oficialmente o nome da esposa em Agosto deste ano, dois anos após o casamento.
No seu livro de memórias, publicado este mês nos Estados Unidos, “Unbearable Lightness: a Story of Loss and Gain” (“Insustentável Leveza: uma história de perdas e ganhos” - tradução livre), Portia descreve a sua luta com distúrbios alimentares, tendo chegado a ingerir apenas 150 calorias por dia a que se seguiam horas no ginásio. Esta rotina levou a que lhe fosse diagnosticado cirrose, insuficiência renal e lupus. Portia chegou a pesar 37 quilos.
No livro, ainda sem publicação prevista em Portugal, também se pode ler como Portia e Ellen se conheceram num concerto em 2001. “Lembro-me que estava radiante só de estar ao pé da Ellen e só me apetecia correr atrás dela nos bastidores. A Ellen ensinou-me a não me importar com as opiniões dos outros. Por baixo da carne e osso, ela viu o melhor de mim e conseguiu fazer sobressair isso” afirmou Portia.
A ex-estrela de Ally McBeal declarou sentir-se “aterrorizada” com a ideia de se assumir como lésbica depois de ter conhecido a apresentadora: “Ainda tinha um bom caminho para andar antes de ser vista em público com uma mulher, e muito menos com essa mulher.” Ellen DeGeneres foi nomeada pela revista Forbes como uma das 10 mulheres mais poderosas do mundo.
Um estudo publicado no New England Journal of Medicine, realizado por investigadores da Universidade da Califórnia em São Francisco, mostrou importantes efeitos benéficos de um dos anti-retrovirais usados no tratamento da infecção por VIH (Turvada) quando o medicamento é tomado por pessoas que não estão infectadas quando iniciam o tratamento. Entre os que tomaram a medicação, o número dos que contraíram o vírus foi cerca de metade (44% de redução) quando comparado com o grupo que tomou um placebo. O grau de protecção é ainda maior (73%) quando se analisam apenas os participantes que tomaram a medicação em pelo menos 90% das alturas em que o deveriam fazer.
Participaram neste estudo, que decorreu entre Julho de 2007 e Dezembro de 2009, perto de 2500 homens residentes nos Estados Unidos, Brasil, Peru, Equador, África do Sul e Tailândia.
Este estudo demonstra a capacidade de os medicamentos actualmente utilizados em indivíduos sero-positivos de prevenirem a infecção no resto da população, neste caso em homens que têm sexos com outros homens. Estão ainda a decorrer estudos semelhantes em mulheres e em utilizadores de drogas injectáveis.
Os investigadores alertam para a necessidade de estudar a possibilidade do tratamento profilático poder vir a gerar resistência do vírus aos compostos administrados, situação comum no tratamento de outros agentes infecciosos como a Tuberculose ou a Malária.
Ainda assim, os resultados são muito encorajadores para o controlo do VIH não só pelos efeitos directos do tratamento, mas pelos impactos positivos que a participação no tratamento teve na redução dos comportamentos de risco, provavelmente por incutir nos participantes uma maior consciencialização para os riscos da infecção por VIH.
Depois de Hillary Clinton, Barack Obama e dos colaboradores do Google é a vez dos colaboradores da Pixar - um dos estúdios de animação mais famosos em todo o mundo - juntarem a sua cara e a sua voz contra o bullying homofóbico.
Ao longo de oito minutos vários colaboradores - nos quais se inclui um português, Afonso Salcedo, artista de iluminação - da Pixar, de onde brotaram sucessos como "Toy Story", "Ratatouille", "À procura de Nemo" e mais recentemente "Up Altamente" - relatam impressionantes experiências pessoais, como ultrapassaram as agressões na escola e devolvem uma mensagem de esperança aos que assistem ao vídeo.
Em apenas seis dias o vídeo conta com quase 800 mil visualizações no Youtube, tendo já surgido uma versão com legendas em português. No Facebook o vídeo “Its Gets Better – Love, Pixar” também foi partilhado cerca de 70 mil vezes.
Dia 1 de Dezembro é o Dia Mundial de Luta contra a Sida. Estas são algumas das várias iniciativas previstas para os próximos dias:
Coimbra 29 de Novembro, 21h30, no Mini-Auditório da AAC, vai realizar-se um debate com a equipa do Serviço de Infecto-Contagiosas do Hospital dos Covões. Nos dias seguintes decorre no mesmo espaço o ciclo de cinema LGBT organizado pela Associação não te prives - Grupo de Defesa dos Direitos Sexuais: Mais informação em: http://cinema.naoteprives.org
Funchal
1 de Dezembro, 12h00, a Delegação do Funchal da Associação Abraço, que completa este ano 15 anos de operacionalidade, irá criar uma corrente humana no centro Comercial Dolce Vita.
Lisboa
30 de Outubro, Centro Cultural de Belém.
Conferência “Sida: Prevenção, Informação e Diagnóstico”. Com presença de Henrique Barros (coordenador nacional VIH/Sida), Rui Sarmento e Castro (irá falar dos 29 anos de pandemia em Portugal, José Manuel Osório (testemunho pessoal), Teresa Branco (irá abordar o VIH/sida na mulher) e Manuel Pizarro (secretário de Estado Adjunto e da Saúde)
1 de Dezembro, 16h30, promovida pela Liga Portuguesa Contra a Sida (LPCS), será inaugurada no átrio da Estação do Rossio (Lisboa), a exposição 20 Anos, 20 Laços. Augustus, Fátima Lopes, Ana Salazar, Carlos Gil, Trupilariante, Katty Xiomara, João Rolo, José António Tenente, M. Alves & J. M. Gonçalves, Nuno Baltazar, Nuno Gama, Maria Gambina, Storytailors, Miguel Vieira, Luís Buchinho, Anabela Baldaque, Elsa Barreto, Gil de Sousa e Susana Agostinho apresentam as suas propostas
1 de Dezembro, 21h00, XVIII Gala dos Travestis, no Teatro S. Luiz. As receitas revertem para a Associação Abraço. É uma produção de Carlos Castro em parceria com a Abraço e o EGEAC
Porto 30 de Novembro, 23h30, na Avenida dos Aliados, em frente à Câmara Municipal do Porto, vai realizar-se uma vigília em memória das vítimas da sida, a propósito do dia 1 de Dezembro - Dia Mundial da Luta contra a Sida. Uma organização da CASA - Centro Avançado de Sexualidades e Afectos
1 de Dezembro, 16h00, desfile da criadora de moda Elsa Barreto, na escadaria do Palácio das Artes. Recolha de fundos para a Associação Abraço. Entrada: 10 Abraços
A Assembleia da República aprovou hoje a Lei de Identidade de Género. A proposta reuniu os votos favoráveis do PS, BE, PCP, PEV e de 12 deputados do PSD. Na bancada do maior partido da oposição registaram-se nove abstenções. Os restantes deputados do PSD votaram contra, juntando-se assim ao CDS e às deputadas Rosário Carneiro e Teresa Venda eleitas pelas listas do PS. A Lei hoje aprovada resultou da junção das propostas do Governo e do Bloco de Esquerda, que propunham que a mudança de sexo e de nome no registo civil fosse efectivada sem necessidade de interpor uma acção judicial. A discussão na Assembleia decorreu a 29 de Setembro, tendo depois baixado à especialidade. Na altura, as posições do PSD sobre esta questão geraram alguma polémica. A nova Lei segue agora para a Presidência da República, tendo Cavaco Silva de se pronunciar sobre a questão antes das eleições presidenciais.
Em dois meses o site da primeira série brasileira gay da internet, “Apenas Heróis”, já chegou a um milhão de visualizações. O enredo aborda os encontros e desencontros amorosos entre Caio (Gleison Richelle) e Eduardo (Luíz Antônio Jr) e outros assuntos de forma descomplexada dentro da área LGBT. O cenário escolhido é a cidade de Salvador na Bahia.
O elenco, a cargo da produtora Baiana Cultural, conta com 23 actores, na maioria amadores, e um orçamento reduzido. A fórmula de divulgação consiste em publicar online, todas as semanas, um novo capítulo de aproximadamente 30 minutos em www.apenasherois.blogspot.com
No entanto, a efeméride não trouxe apenas motivos de celebração. O director da série, Daniel Sena, foi alvo no início desta semana de um ataque homofóbico levado a cabo por três homens que o obrigaram a comer terra e a beber um copo com gasolina para, segundo os perpetradores, “limpar a boca”.
As declarações inéditas de Bento XVI sobre a aceitação do uso de preservativo em casos “isolados justificados” marcaram o fim-de-semana em toda a imprensa mundial.
No entanto, a publicação do livro-entrevista esta terça-feira veio revelar que o Sumo Pontífice afinal recupera o discurso de que a homossexualidade é contranatura.
O jornal Le Monde resume a posição do Papa n’“A Luz do Mundo”, no qual este encara a homossexualidade como “injusta“, “algo que se opõe à vontade de Deus, e inconciliável com a vocação de padre”. "Na qualidade de seres humanos, [os homossexuais] merecem o respeito (...) e não devem ser rejeitados por esse motivo. O respeito pelo ser humano é absolutamente fundamental e decisivo", afirma Bento XVI. "Mas isso não significa que a homossexualidade seja justa por essa razão. Continua a ser algo que se opõe à própria essência daquilo que Deus quis na origem", apressa-se a explicitar. O chefe máximo da Igreja Católica reconhece ainda que, no seio da Igreja existem sacerdotes homossexuais, pedindo-lhes que não o manifestem abertamente. Segundo um estudo espanhol, mais de 60% dos sacerdotes não cumprem celibato e mantêm relações sexuais, independentemente da sua orientação sexual.
As palavras de Bento XVI já suscitaram a condenação de associações de defesa dos direitos das pessoas LGBT em Espanha e Itália, entre outros países.
O filme de promoção do festival de cinema Queer Lisboa foi premiado em Buenos Aires, Argentina, no festival de publicidade El Ojo, com o troféu de melhor anúncio de televisão português.
O spot, chamado Mister Pink, foi criado pela agência Fuel e pretende assinalar as comemorações dos 15 anos do Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa, a decorrer no próximo ano. Segundo Pedro Bexiga, director criativo da Fuel, o filme é uma “homenagem ao universo dos filmes do Tarantino porque a obra dele tem uma temática completamente oposta ao que se espera no Queer”. O filme foi produzido pela Sync e teve sonorização da DizPlay.
Luís Buchinho, Luís Borges (foto) e Jani são alguns dos melhores profissionais da moda em Portugal. As distinções foram atribuídas ontem, durante a primeira edição dos Fashion Awards Portugal, promovidos pelo canal de televisão Fashion TV e pela Câmara de Lisboa, que decorreu no Teatro Tivoli. Buchinho venceu na categoria de Melhor Criador, onde estavam também nomeados Filipe Faísca e Nuno Baltazar. Luís Borges e Jani foram eleitos melhores modelos masculino e feminino. A Lanidor foi considerada a melhor marca nacional e a Prada, que abriu este ano em Lisboa a sua primeira loja portuguesa, venceu o prémio de melhor marca internacional.
Foram ainda distinguidos Fernando Lopes (Novo Criador), Marta Matos (New Face), Pedro Ferreira (Melhor Fotógrafo), Carlos Santos (Melhor Designer de Acessórios), Miguel Viana (Melhor Cabeleireiro), Cristina Gomes (Melhor Maquilhador), Paulo Macedo (Melhor Produtor Editorial), o Daily Moda Lisboa (Melhor Comunicação) e a loja Wrong Weather (Melhor Design Loja).
O júri, que escolheu os vencedores, era composto por nomes como Eduarda Abbondanza (directora da ModaLisboa), Francisco Maria Balsemão (presidente do Portugal Fashion) ou Bárbara Coutinho (directora do MUDE).
O número de portadores do VIH em Portugal aumentou dos 31 mil (2001) para os 42 mil (2009), de acordo com o relatório global da ONUSIDA - Epidemia da sida, divulgado ontem. Este número coloca Portugal como o terceiro país com maior taxa de prevalência da infecção em adultos na Europa Ocidental e Central. À frente de Portugal surgem apenas a Estónia e a Letónia. Também a taxa incidência, isto é, aquela que é relativa ao aparecimento de novos casos, colocou em 2009 Portugal na quinta posição, ficando, num total de 33 países do continente europeu, apenas atrás da França, Itália, Alemanha e Espanha.
O coordenador nacional da doença, Henrique Barros, considerou, em declarações à agência Lusa, que “a infecção em Portugal atingiu uma dimensão muito grande e muito preocupante”.
Cerca de cinco mil crianças que frequentam escolas islâmicas no Reino Unido estão a ser ensinadas a ser anti-semitas e homofóbicas, avançou o programa de investigação Panorama da BBC. O programa chocou a opinião pública britânica. As escolas utilizam livros baseados no currículo da Arábia Saudita e na lei Sharia (código de leis islâmico), que referem que as pessoas que mantêm relações homossexuais devem ser executadas e que os “sionistas” estão a conspirar para assumir o controlo do mundo. Além disso, explicam como cortar mãos e pés a ladrões.
Um destes livros, utilizado nas aulas para crianças de seis anos, pergunta o que acontece a alguém que morre e não acredita no Islão. Segundo o livro, a essa pessoa é garantido o “fogo eterno do inferno”.
Michael Gove, secretário da Educação britânico, declarou em entrevista ao programa que “a Arábia Saudita é um país soberano e, como tal, não tenho qualquer desejo de intervir no que ensina nas suas escolas. No entanto, não podemos admitir que este tipo de material seja ensinado nas escolas britânicas”. Estas escolas não são inspeccionadas pelo departamento que tutela a educação (Office for Standards in Education, Children's Services and Skills), já que são encaradas como actividades extra-curriculares. No entanto, o governo pretende mudar esta determinação de forma que, em breve, passem as ser reguladas de acordo com as leis britânicas.
O embaixador saudita no Reino Unido declarou que estes textos estão ser utilizados fora do contexto histórico e que estes ensinamentos não são apoiados pela embaixada.
A representante sul-coreana, apenas conhecida pelo seu nome artístico Mini, foi coroada na passada sexta-feira Miss International Queen. A sexta edição deste concurso decorreu em Pattaya, na Tailândia.O concurso Miss International Queen dirige-se apenas a transgéneros e travestis, e pretende sensibilizar e criar laços entre a comunidade LGBT internacional.
Mini, que preferiu não revelar o seu verdadeiro nome, pois a maioria dos seus amigos e familiares não tinham conhecimento da sua participação neste concurso, declarou que a sua vitória era dedicada a todos os transgéneros e transexuais que ainda não são aceites pela sociedade.
Além da coroa e de dez mil dólares, Mini também ganhou o prémio para o Melhor Traje, pelo seu hanbok vermelho e preto (vestido tradicional da Coreia).
Entre as distinguidas da noite destacaram-se Miss Japão (Miss Fotogenia); Miss Colômbia, conhecida apenas por Melania (Melhor Talento); Miss Tailândia, Nalada Thamthanakorn (Melhor Vestido de Noite); Miss Suécia, Alexandra (Miss Pele Perfeita) e a Miss França, Stella Rocha (Miss Simpatia).
Esta foi a primeira vez que a Coreia do Sul venceu o concurso Miss International Queen. A primeira e segunda damas-de-honor foram, respectivamente, Aini Takeuchi (Japão) e Stasha Sanchez (EUA). Participaram 21 concorrentes. Portugal não esteve representado.
As Nações Unidas retiraram a referência à orientação sexual presente na resolução que condena as execuções arbitrárias e injustificadas.
A resolução geral da Assembleia das Nações Unidas, que é revista a cada dois anos, continha uma referência à oposição da execução de pessoas LGBT na versão de 2008, no entanto, a versão deste ano foi aprovada sem nenhuma referência à orientação sexual depois de um grupo, maioritariamente constituído por países africanos e asiáticos, encabeçado por Marrocos e Mali, votarem a favor da sua remoção.
Grupos defensores dos direitos das pessoas gays e lésbicas estão apreensivos pois temem que este acto – que passou com uma pequena diferença de 79 contra 70 votos – seja interpretado como um sinal de que é internacionalmente aceitável perseguir pessoas pela sua orientação sexual.
Cary Alan Johnson da Comissão Internacional para os Direitos de Homossexuais e Lésbicas declarou que “esta votação é um desenvolvimento perturbante e perigoso, pois basicamente retira o reconhecimento da vulnerabilidade a que está sujeita a comunidade LGBT. Este reconhecimento é crucial principalmente se tivermos em conta que 76 países do mundo criminalizam a homossexualidade, cinco consideram que é um crime capital e outros países como o Uganda estão a considerar adicionar a pena de morte às leis que criminalizam a homossexualidade.”
No ano passado no Uganda um projecto de lei pretendia penalizar com a pena de morte actos de sexo homossexual ou gays com VIH. Apesar de arquivado após protestos internacionais, o principal apoiante deste projecto manifestou que deseja aprová-lo em breve.
O Uganda foi um dos 79 países que votou a favor da remoção da referência à orientação sexual da resolução das Nações Unidas. Entre outros países contam-se também o Afeganistão, China, Cuba, Coreia do Norte, Irão, Iraque, Paquistão e a Arábia Saudita. A maioria dos países ocidentais votou a favor de manter a referência à orientação sexual no texto.
Peter Tatchell, activista britânico pelos direitos LGBT, afirmou que esta resolução “dá luz verde ao massacre de pessoas LGBT por regimes homofóbicos e esquadrões da morte. Essas pessoas vão buscar justificação para as suas acções no facto que as Nações Unidas não sancionam a protecção das pessoas LGBT contra violência e assassínio motivados pelo ódio.” E continuou, acrescentando que “ o voto das Nações Unidas é uma provocação à Declaração Universal dos Direitos Humanos, a qual garante o tratamento igual, não-discriminatório e o direito à vida. Qual é então o objectivo das Nações Unidas se se recusa a assegurar os seus próprios valores humanitários?”
É uma espécie de L Word em versão escocesa. A BBC 3 estreou a série Lip Service, de seis episódios, que tem como centro do enredo um grupo de lésbicas que vive em Glasgow. A série mostra o quotidiano das personagens, que se aceitam como são e em que a identidade sexual não constitui qualquer problema. O paralelismo entre L Word e Lip Service foi imediato. A personagem Frankie parece uma cópia pouco simpática de Shane, Tess faz lembrar Alice e a relação entre Cat e Sam tem algo em comum com a de Bette e Tina. A popularidade internacional de Lip Service fez já com que as agências de viagem começassem a organizar pacotes para a cidade de Glasgow, que tem um bairro gay chamado Merchant City.
A Califórnia passou a ter a primeira juiza transexual dos Estados Unidos. Victoria Kolakowski, 49 anos, foi eleita para o tribunal do condado de Alameda com três mil votos de diferença face ao outro candidato ao posto, John Creighton. Kolakowski, especialista em direitos de autor, é casada com a jornalista Cynthia Lair. Em 2004 Kolakowski e Lair foram um dos primeiros casais de pessoas do mesmo sexo a contrair matrimónio em São Francisco. Recorde-se que o direito ao casamento entre casais do mesmo sexo foi entretanto suspenso na Califórnia, no entanto, os contratos matrimoniais contraídos há seis anos continuam a vigorar.
Bento XVI disse que concorda com a utilização do preservativo em casos "isolados justificados". Entre eles está a prostituição. Este pode ser considerado um passo histórico já que é a primeira vez que um Papa admite o uso de preservativo. No entanto, Bento XVI coloca um "mas" no seu uso, contextualizando que "pode haver casos isolados justificados, como quando uma prostituta utiliza um preservativo".
Depois de muita polémica em relação ao tema, o chefe máximo da Igreja Católica diz mesmo que "isto pode ser o primeiro passo para uma moralização, um primeiro acto de responsabilidade para desenvolver a tomada de consciência de que nem tudo é permitido e que não podemos fazer tudo o que queremos". Apesar disso, Bento XVI deixa claro que esta não é a maneira correcta e verdadeira de vencer a infecção do VIH. “É verdadeiramente necessária uma humanização da sexualidade."
Estas declarações vão ser publicadas num livro com uma entrevista a Bento XVI, feita por um jornalista alemão. A obra vai ser apresentada na próxima terça-feira.