Tenho lido algumas opiniões que afirmam que o tiroteio de Orlando é um ataque aos Direitos Humanos em geral. Compreendo esse ponto de vista e o porquê, mas não é verdade. Não foi um ataque “generalizado” à humanidade, mas sim um crime de ódio.
Sábado, 18 de Junho, Lisboa foi por todas e por todos, portuguesas e portugueses, americanas e americanos. E, o melhor, Lisboa foi também por todos os que se encontram ali no meio, mais à esquerda ou mais à direita, quer geograficamente quer sexualmente.
Não é nada fácil escrever sobre o massacre de Orlando. E não por não ser evidente que se trata de um ataque homofóbico, já que o alvo e o propósito o provam sem qualquer margem para dúvida. O problema é que a verdadeira catadupa de explicações contraditórias dos factos e respectivas explorações políticas e ideológicas o complicam num emaranhado extremamente difícil de destrinçar. Pode-se mesmo dizer que cada simplificação só obscurece e piora a compreensão de um crime trágico sobre o qual, por outro lado, não se pode fazer silêncio.