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Êxtase na "morte" de Celso Júnior

Ontem à noite perante uma plateia "cozy" Celso Júnior morreu! A sessão de exibição do documentário "The Life and Death of Celso Júnior" do grego Panagiotis Evangelidis, marcada para as 23h30, na sala 3, do Cinema São Jorge, em Lisboa, não encheu. Estavam lá apenas os mais próximos, amigos, fãs e admiradores, aqueles que apenas "preenchem um metro quadrado", mas aquecem uma sala imensa.

 

Inigualável como só ele próprio, Celso surpreendeu tudo (e quase) todos na apresentação do seu documentário no Queer Lisboa. O filme, em jeito de biografia, revela um pouco do seu quotidiano, do seu passado, da sua obra, da sua obcessão, do seu coleccionismo e do seu fetiche pelas botas.

 

Fundador do Festival e programador das primeiras nove edições, apareceu no final da sessão travestido, com uma peruca e uma capa, que lhe cobria o

corpo nu, onde se destacava a portugalidade através das cores, de um galo de Barcelos e de dois bacalhaus, e sem o bigode que ostentou ao longo de 32 anos, mas de botas, sempre de botas...

Assumindo-se como uma "drag queen invertida", a mulher que vive dentro de si venceu, mas as botas não saíram, nem irão sair. "Porquê o festival? Porquê as botas?" "Porque sim! Porque sempre vai haver festival. E sempre vai haver botas!"

 

Qual Cristo que morreu na cruz e ressuscitou, assim também a personagem Celso Júnior morreu para ressuscitar um outro Celso. Esta morte, esta desconstrução da personagem criada, foi necessária. Surge assim aos 50 anos outro Celso, um Celso renovado, onde a beleza de morrer dá lugar a outro corpo, um corpo caído.

Este momento mágico, único, como o nosso comentador Pereira disse aqui "Muito provavelmente a melhor noite e o melhor discurso em 15 anos de festival!", não podia ter sido noutro lugar que não no Queer. A plateia, em êxtase, aplaudiu de pé um homem novo, singular e belo.

 

Luís Veríssimo

Paulo Monteiro

 

Créditos das fotos: Tiago Alves Silva, Jornal Hardmúsica

 


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